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Turismo & Lazer

Pescaria no Teles Pires: Uma imersão na Floresta Amazônica que faz bem à mente e à alma

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Há convites que não podem ser recusados. Afinal, não se deve perder a oportunidade de conhecer um lugar singular, viver uma bela aventura e, claro, produzir uma boa matéria.

Em uma tarde de segunda-feira, recebi um desses convites. Foi de última hora: era aceitar ou deixar passar. Aceitei. Arrumei minhas coisas, me despedi da família e embarquei de ônibus rumo a Lucas do Rio Verde, onde cheguei por volta das 14h da terça-feira, 18 de novembro, para encontrar os empresários Vinícius Diogo Schirmer de Paula e Leonardo de Almeida Wille.

A bordo de uma Chevrolet Montana, seguimos pela BR-163, passando por Sorriso e Sinop. Nesta última cidade, enfrentamos longos minutos de congestionamento nas obras de duplicação da rodovia. Dali, continuamos por Itauba até Nova Santa Helena, onde acessamos a MT-320. Passamos por Colíder, Nova Canaã do Norte, Carlinda e, finalmente, chegamos a Alta Floresta, já pela MT-208.

A agradável cidade de Alta Floresta é o ponto de partida para a pousada Teles Pires Lodge

O cansaço exigiu uma pausa, acompanhada de um bom espetinho e uma cerveja gelada, antes de repousarmos no Caleche Park Hotel. Lá nos aguardava Arno Othmar Simmler, empresário do ramo de sementes e insumos agrícolas, vindo de São José do Rio Preto (SP). Percorridos 460 quilômetros entre Lucas e Alta Floresta, a noite foi convidativa para um sono reparador.

Caleche Park Hotel, em Alta Floresta: Ótimas acomodações para começar bem uma aventura na Amazônia.

No dia seguinte, após o café da manhã, conhecemos um pouco da acolhedora Alta Floresta e, por volta das 10h30, embarcamos em um monomotor Cessna 210. O voo de cerca de 50 minutos nos levou até a Pousada Teles Pires Lodge, em Apiacás, na divisa de Mato Grosso com Amazonas e Pará. A excelente estrutura está às margens do rio São Manoel, que na prática é a continuidade do Teles Pires até encontrar o Juruena e formar o Tapajós.

Já na Teles Pires Lodge, o conforto sob medida e a preparação para uma boa pescaria

Após um almoço à base de peixe e saladas, veio o merecido descanso em alojamentos climatizados antes do primeiro contato com o São Manoel. A equipe se dividiu em duas embarcações: Arno e Leonardo em uma, Vinícius e eu em outra.

Concentração para a primeira tarde de pesca: Boas surpresas nos aguardavam

Primeira tarde

Os guias conduziam os barcos com motores Mercury 50hp com habilidade no caudaloso São Manoel, de leito rochoso e matas ciliares imponentes. Pedrais emergiam pelo rio e exigiam conhecimento e precisão para desviar com segurança.

Com carretilhas equipadas de anzóis 7/0 e 12/0, iscas de tuvira e piau, coletes e a sempre presente caixa térmica com bebidas e lanches, o objetivo era fisgar jaús, pirararas e piraíbas, grandes bagres da região amazônica. Tucunarés, cachorras e bicudas também seriam bem-vindos.

O primeiro graúdo foi fisgado pelo repórter: Jaú capturado na tarde de quarta-feira

Na tarde de reconhecimento, apenas dois jaús e um tucunaré ainda fora de medida aceitaram nossos anzóis. Todos foram soltos após o registro das imagens.

Segundo dia

O segundo dia exigia preparação – e ela veio. Um jantar farto, com queijos, salames, costelinhas de porco, arroz, feijão, saladas, pratos de peixe e bebidas à vontade recarregaram as energias. Na Teles Pires Lodge, dormir cedo é essencial: o dia começa antes do nascer do sol.

(*) Veja galeria de fotos no link abaixo:

Imagens da pescaria no rio São Manoel (Teles Pires), na divisa de Mato Grosso com o Pará

E tudo deu certo. A quinta-feira trouxe uma pescaria bem mais produtiva. Subimos o rio cerca de 40 quilômetros até o ponto de apoio da pousada. No caminho, várias paradas renderam bons resultados. A manhã ensolarada e quente já era sinal de que os peixes estariam ativos – e estavam. Mais de 20 tucunarés foram fisgados, além de outros que escaparam. Leonardo e eu pudemos comprovar a valentia do tucunaré, e um deles levou a isca com anzol e tudo.

Leonardo exibe o primeiro tucunaré da série de capturas: Prêmio para uma manhã ensolarada e prenúncio de um grande dia

Ainda na manhã, tentamos os pirarucus em uma das inúmeras lagoas de águas escuras formadas pelo rio, mas sem sucesso, com exceção de Arno, que fisgou um exemplar ainda pequeno. O horário foi determinante: quem chega antes do amanhecer costuma ter melhores chances.

Casa flutuante da Teles Pires Lodge: Conforto e boa comida fechou uma manhã positiva e antecedeu uma tarde sensacional

Após o almoço – com churrasco e diversos pratos de peixe – uma breve soneca antecedeu uma tarde bastante animada. Em um dos canais atrás de uma pequena ilha, fisguei dois jaús e um cachara, enquanto Leonardo capturou duas cachorras, uma corvina, uma pirarara e um armal (abotoado).

Belo exemplar de cachara foi mais um prêmio do majestoso rio São Manoel

A coroação da noite foi com garrafas de DV Catena, da adega pessoal de Arno, em São José do Rio Preto. O vinho argentino ajudou a relaxar e foi o convite perfeito para uma noite de descanso.

Edileisson (Dilei, como o chamamos), foi essencial para o sucesso da pescaria. Sabedoria, experiência e prestatividade

Cabe destacar o profissionalismo do guia Edileisson, prestativo, habilidoso e sempre atento. Nativo da região, dos Apiacás, ele conhece o rio como poucos. Brinquei dizendo que seu trabalho era levar “crianças grandes”, como nós, para brincar no rio. E ele riu, porque sabe que é verdade.

O caminho das pedras

Num misto de satisfação, calor intenso e cansaço, o caminho das pedras levou a mais um dia de vitórias numa pescaria memorável

A sexta-feira, terceiro dia de pescaria, foi igualmente produtiva. Com Edileisson conduzindo, subimos o rio por mais de uma hora. Arno e Leonardo seguiram em outra embarcação. O sol surgia e desaparecia entre as nuvens, aquecendo as pedras, a mata e a nós – protegidos com chapéus e camisas UV.

Arno comemora a captura de um belo exemplar de jaú, enquanto Leonardo engata uma fisgada em outro grande de couro. O guia, Orlando, observa o sucesso com satisfação

Chegamos a uma corredeira e caminhamos cerca de mil metros por rochas e trilhas de areia, já em território paraense, rumo a um ponto estratégico de pesca. Logo Arno e Leonardo abriram os trabalhos com dois jaús. Depois de paciência e insistência, fisguei outro exemplar, seguido pelo maior jaú de toda a pescaria, capturado por Vinícius.

“Nãna, neném”: Vinícius ostenta o troféu de maior peixe capturado na memorável pescaria. “Meu braço doeu”, disse ele

A volta pelas pedras foi exaustiva, sob sol escaldante. Mas retornamos aos barcos com a certeza de missão cumprida.

Assista vídeos da pescaria no link a seguir:

Vídeos de pescaria no rio Teles Pires, em plena Amazônia

O retorno

Voltando à pousada, ainda capturamos duas piranhas e quatro cachorras com Vinícius, encerrando uma pescaria memorável em um dos grandes rios da Amazônia.

Vinícius exibe o peixe fisgado que encerrou a pescaria. Uma cachorra brigadora, que merecidamente voltou ao rio

No sábado, embarcamos em um monomotor Embraer Minuano rumo a Alta Floresta. Dali seguimos para Sinop. Arno embarcou para Brasília e, depois, São Paulo. Vinícius, Leonardo e eu seguimos para Lucas do Rio Verde. Passei o domingo na casa de Vinícius e, no horário da 1h da madrugada de segunda, embarquei de ônibus até Jangada e depois até Tangará da Serra. Fim de uma aventura de 2,3 mil quilômetros percorridos.

Pescaria exitosa rendeu confraternização regada ao excelente DV Catena, da adega particular de Arno

No total, foram pescados 12 jaús, cerca de 30 tucunarés, cinco cachorras, duas piranhas, um pirarucu, um armal, uma corvina e uma pirarara. Na memória ficam os momentos vividos no São Manoel e a hospitalidade da Teles Pires Lodge. No notebook, ficam as fotos e vídeos que eternizam essa aventura, agora também transformada em reportagem.

A Pousada

“Impecável” é o termo que melhor define o atendimento na Teles Pires Lodge. Localizada em uma reserva indígena às margens do rio Teles Pires, oferece pacotes completos com hospedagem, alimentação e estrutura para pesca, incluindo barcos, motores e guias.

Ambiente da Pousada Teles Pires Lodge para quem chega: Boa impressão confirmada pelo atendimento de excelência e ótima comida

O receptivo é realizado em Alta Floresta. O acesso pode ser feito por avião, barco ou estrada, mas estas duas últimas opções – por longas distâncias, pedrais e condições de tráfego instáveis no período das chuvas – não são recomendadas.

Boa comida, café da manhã farto, limpeza e organização impecáveis são marcas da cozinha da pousada

Sem luxos excessivos, a pousada oferece tudo o que importa: conforto na medida certa, bom gosto, organização, energia a motor e internet via satélite (Starlink). São até 20 vagas distribuídas em três conjuntos de quartos climatizados, cada um com banheiro e áreas externas equipadas para organizar as tralhas de pesca.

Barcos equipados com motores Mercury 50hp representam segurança nos percursos pelo caudaloso rio São Manoel

Os guias são experientes, conhecem o rio palmo a palmo e sabem exatamente onde os peixes estão, conforme a época do ano. Pelo rio, a pousada mantém um flutuante como base de apoio, com refeições e quartos climatizados para descanso e pernoites.

As refeições são um capítulo à parte: tábuas de frios, empanados de pirarucu, peixe à rojão, caldos, pirões, saladas variadas e um café da manhã reforçado, tudo preparado em cozinha profissional impecavelmente organizada.

A presença da equipe, sob liderança do experiente e atencioso Wado Rocha, é constante, com apoio dos eficientíssimos José Luís, Douglas e Aroldo. Todos estão sempre prontos para orientar, sugerir, esclarecer e atender com cordialidade.

Equipe da Teles Pires Lodge: Capacidade, experiência e conhecimento resultam em excelência no atendimento

Com todo esse conjunto e os passeios pelo rio São Manoel, a pousada mantém alta demanda o ano inteiro, funcionando com sistema de reservas, que dependendo da época podem precisar ser feitas com meses de antecedência.

Contato:

Localização da Teles Pires Lodge: Margem esquerda do rio Teles Pires, Apiacás – MT, CEP 78595-000

www.telespireslodge.com.br

Telefones: (66) 3521-4767

Endereço para correspondência:

Av. Ariosto da Riva, 2909 sala 03 e 04 – Centro Comercial Dona Laura

Centro – Alta Floresta – Mato Grosso – CEP.: 78580-000

​E-mail: [email protected]

Wado Rocha comanda o atendimento na Pousada Teles Pires Lodge

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Tangará e outros quatro municípios integram Rota de Etnoturismo Chapada dos Parecis

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Tangará da Serra agora integra oficialmente a Rota de Etnoturismo Indígena Chapada dos Parecis, iniciativa regional que visa impulsionar o turismo sustentável com foco na valorização das culturas tradicionais. A assinatura do Termo de Cooperação Técnica foi realizada pelo vice-prefeito Eduardo Sanches durante a 3ª edição da Etno Expo, na Aldeia Wazare, em Campo Novo, em parceria com o Sebrae MT.

A assinatura do Termo de Cooperação Técnica foi formalizada durante a 3ª edição da Etno Expo, na Aldeia Wazare, em Campo Novo do Parecis.

Além de Tangará da Serra, participam da rota os municípios de Campo Novo do Parecis, Sapezal, Barra do Bugres e Brasnorte, formando um eixo estratégico para o desenvolvimento do etnoturismo no noroeste mato-grossense.

Eduardo Sanches, vice-prefeito de Tangará da Serra.

Em Tangará da Serra, a etnia Haliti-Pareci é referência e já conta com *cinco aldeias com plano de visitação aprovado e uma aldeia em aprovação*, além de uma agência de turismo autorizada que já iniciou a comercialização de pacotes turísticos. A iniciativa respeita os protocolos culturais das comunidades, garantindo uma experiência autêntica para os visitantes e promovendo geração de renda nas aldeias.

“A assinatura desse termo marca um compromisso regional com o desenvolvimento sustentável. Tangará da Serra tem um enorme potencial turístico, e a valorização das nossas comunidades indígenas é fundamental para promover inclusão, economia e fortalecimento cultural”, destacou Eduardo Sanches.

A Rota Chapada dos Parecis representa um marco para o turismo étnico de Mato Grosso, conectando tradição, inovação e sustentabilidade. Ao mesmo tempo, a rota valoriza as comunidades tradicionais, promove o fomento à economia criativa e o respeito às riquezas naturais e culturais do nosso território.

(Assessoria)

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