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Opinião

Quem vai pagar essa conta? O que está por trás do PL do Streaming

Publicado em

(*) Ricardo Godoy

Estamos diante de um debate importante no Congresso Nacional: a proposta de regulamentação dos serviços de streaming no Brasil. Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, YouTube, entre outras, estão no centro dessa discussão que pode mudar profundamente o cenário do entretenimento digital no país.

Confesso que tenho acompanhado com atenção — e uma certa preocupação — o rumo que essa proposta está tomando. Um dos pontos mais sensíveis do projeto de lei é o aumento da alíquota da Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), que hoje gira em torno de 3% e pode saltar para 6% sobre o faturamento das plataformas no Brasil.

A intenção, em teoria, é válida: fortalecer a produção audiovisual nacional, gerar mais empregos no setor e fomentar a cultura brasileira. Todos nós queremos ver mais obras como Cidade Invisível, Sintonia, Bacurau disponíveis nas plataformas. Mas é preciso ter muito cuidado com o caminho escolhido para isso.

Porque, sejamos honestos: quem vai acabar pagando essa conta somos nós, os consumidores. As plataformas dificilmente vão absorver esse custo extra. Ele será repassado para os preços das assinaturas, que já pesam no bolso dos brasileiros — especialmente num cenário em que precisamos assinar vários serviços para acompanhar o conteúdo que queremos.

Outro ponto polêmico da proposta é a obrigatoriedade de uma cota mínima de produções brasileiras nos catálogos. A valorização da cultura nacional é essencial, sem dúvida. Mas também é preciso garantir critérios de qualidade. Não podemos cair na armadilha de “encher prateleiras” apenas para cumprir regras. O público quer boas histórias — bem produzidas, envolventes, que representem o Brasil de forma criativa e inovadora.

Por outro lado, esse momento pode representar uma grande oportunidade para o mercado audiovisual brasileiro. Se os investimentos forem bem direcionados, podemos ver novos projetos saindo do papel, novas vozes sendo ouvidas, novos talentos sendo descobertos. O Brasil tem potencial de sobra — e merece ser protagonista.

O que espero, como empresário e apaixonado por inovação, é que o projeto final tenha equilíbrio. Que incentive a cultura sem sufocar o setor. Que crie oportunidades sem criar barreiras. Que enxergue a tecnologia e a criatividade como aliadas, e não como ameaças.

Como CEO da Soul TV — uma plataforma brasileira que nasceu com propósito de democratizar o conteúdo digital e hoje está presente em 197 países — acredito em um modelo de crescimento baseado em inovação, inclusão e liberdade criativa. O Brasil tem tudo para liderar esse movimento global, desde que as decisões tomadas agora sejam inteligentes, justas e conectadas com a realidade do consumidor e do produtor de conteúdo.

(*) O autor, Ricardo Godoy (foto do topo), é CEO e Fundador da Soul TV

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Opinião

Março Azul-Marinho: Boa alimentação e diagnóstico precoce são armas contra câncer colorretal

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*Por: Carlos Aburad 

O câncer colorretal é uma das doenças que mais desafiam a medicina por ser discreto, traiçoeiro e, muitas vezes, não dar sinais de alerta. O seu crescimento pode ser silencioso, mas suas consequências são devastadoras quando não diagnosticado a tempo. No entanto, ele pode ser prevenido. Este mês é dedicado à importância da detecção precoce e dos cuidados com a saúde intestinal. É o mês conhecido como Março Azul-Marinho

Entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil, o colorretal ocupa uma posição alarmante. É o terceiro tipo de câncer mais frequente. Ele compromete todo o intestino grosso (cólon, reto e ânus). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 45.630 novos casos da doença neste ano, afetando quase igualmente homens e mulheres. As projeções para 2025 indicam mais de 21 mil mortes em decorrência das complicações causadas pela doença.

Embora esses números impressionem, a prevenção e o diagnóstico precoce podem mudar essa realidade. Quando detectado nos estágios iniciais, o câncer colorretal tem até 90% de chance de cura. Diferente de outros tipos de câncer, o colorretal está fortemente relacionado ao estilo de vida. Pequenas escolhas diárias podem aumentar – ou reduzir – consideravelmente as chances de desenvolvê-lo. Basta analisar os principais fatores de risco. A má alimentação, como o consumo excessivo de carnes processadas (salsicha, linguiça, bacon, presunto), estão entre os fatores de risco. Alimentos gordurosos e ultraprocessados eleva significativamente o risco da doença. Além disso, a obesidade e sedentarismo. A falta de atividade física e o sobrepeso criam um ambiente propício para o surgimento de tumores. O álcool e tabagismo também são prejudiciais. O consumo frequente de bebidas alcoólicas e o cigarro estão diretamente ligados ao aumento da incidência de câncer colorretal. Por outro lado, a adoção de um estilo de vida saudável pode funcionar como um escudo contra a doença. O aumento do consumo de fibras, frutas, vegetais e cereais integrais, aliado à prática regular de exercícios físicos, é fundamental para a proteção do organismo.

Embora no início possa ser silencioso, o câncer colorretal pode se manifestar por meio de sintomas que não devem ser ignorados. É preciso observar sinais como: a presença de sangue nas fezes; mudança repentina nos hábitos intestinais (diarreia ou prisão de ventre); dor abdominal persistente; perda de peso sem explicação; fadiga constante e anemia inexplicável.

O método mais eficaz para detectar precocemente o câncer colorretal é a colonoscopia. Esse exame permite visualizar o interior do cólon e reto, além de identificar e remover pólipos antes que se tornem malignos. A recomendação geral é que seja realizado pela primeira vez entre os 45 e 50 anos, com repetição a cada 5 a 10 anos, conforme avaliação médica. Pacientes com histórico familiar devem iniciar esse acompanhamento mais cedo.

O câncer colorretal é uma doença agressiva, mas também é uma das mais preveníveis. O Março Azul-Marinho tem o objetivo de ampliar o debate sobre esse tema, incentivando hábitos saudáveis e promovendo a realização dos exames de rastreamento. A informação e a prevenção são os melhores aliados nessa luta. Pequenas mudanças no cotidiano podem fazer uma grande diferença. Afinal, quando se trata de saúde, o silêncio não pode ser uma opção.

*Carlos Aburad (foto acima) é médico patologista

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