A edição deste final de semana do Momento Agrícola está, como sempre, recheada de informações relevantes do Agro no Brasil e no mundo.
O programa, já tradicional no meio produtivo mato-grossense, é produzido e apresentado pelo produtor rural, agrônomo e consultor Ricardo Arioli Silva, e é veiculado pela rede de rádios do Agro e divulgado pelo Enfoque Business todas as semanas.
Nesta edição, Ricardo Arioli lamenta o oportunismo de várias alas da política nacional nesta pandemia. É o que, de fato, se percebe, com governadores e congressistas aproveitando-se da pandemia para tentar jogar déficits bilionários de governos ‘no colo’ do governo federal, além da condenável prática de politicagem. “Lamentável, isso! Deveríamos ter uma única fonte de preocupação e sair da crise. Engraçado como a política sempre tem um lado obscuro e interesseiro, mesmo em situações como esta”, diz Arioli.
Comportamentos
Por outro lado, o Momento Agrícola destaca o comportamento de setores do Agro durante a pandemia do coronavírus. Ao contrário da soja e do milho (cujos mercados estão aquecidos, apesar da crise), os setores leiteiro, de hortifrutigranjeiros, flores e cana-de-açúcar (açúcar e etanol) passam por situações delicadas.
Entre as grandes culturas, o algodão é cercado de incertezas. Com as confecções, fiações e unidades têxteis paradas e comércio de vestuário paralisado, o mercado do algodão acaba sendo impactado.
Risco na crise
No caso do algodão, compradores podem desistir de contratos de compra pagando a multa contratual e adotando a prática do “washout”.
Se por um lado os produtores de algodão de Mato Grosso se beneficiam do mercado futuro, que já garantiu a comercialização a bons preços de 75% do algodão que ainda está na lavoura, há um detalhe que leva o setor a um a séria preocupação: a desistência dos compradores.
No caso do algodão, compradores podem desistir de contratos de compra pagando a multa contratual e adotando a prática do “washout” (recompra). A partir desse expediente, os compradores cancelam o contrato e voltam ao mercado para comprar o mesmo algodão a preços muito inferiores.
Conjuntura
Quanto à cana-de-açúcar, o grande drama está no etanol brasileiro. O tombo nos preços do barril de petróleo (próximo a US$ 20) quebrou a competividade do etanol frente à gasolina. Para completar, o protecionismo e os subsídios dos Estados Unidos às refinarias é uma séria adversidade enfrentada pelo etanol entre os americanos.
Desta forma, os Estados Unidos podem relaxar a produção de etanol de milho, o que ampliará a oferta do grão pelo país da América do Norte. O resultado é que o Brasil terá, então, de disputar mercados do milho com os Estados Unidos e, nesta disputa, os preços cairão.
Com milho sobrando, os americanos certamente ampliarão a produção de soja, provocando pressão para baixo dos preços da oleaginosa.
Oportunidade
Por outro lado, o Agro brasileiro poderá sair fortalecido no pós-crise, desde que o governo aproveite a oportunidade. Ricardo Arioli – que preside a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosa, vinculada à Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – observa que a crise é a oportunidade para o país se consolidar entre os principais exportadores de alimentos e, de quebra, fortalecer sua indústria para agregar valor. “Estamos com a faca e o queijo na mão”, aposta.
Outras
Nos demais blocos do Momento Agrícola, Arioli fala com especialistas sobre “Economia Ambiental após a crise”, o “Curso dos Campeões de Produtividade do CESB” e uma matéria especial: “A Doação de Órgãos e o Agro”.
Para ouvir o Momento Agrícola na Íntegra, clique abaixo: