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Ex-ministro e atual deputado teria intermediado propina para favorecer grupo empresarial

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Ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o atual deputado federal Neri Geller (PP) voltou aos holofotes da coluna Radar, da revista Veja, devido às novas revelações sobre o suposto envolvimento do político mato-grossense num esquema de propinas do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a políticos até o montante de R$ 30 milhões. Esse dinheiro teria sido levado para que o ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, pudesse comprar congressistas brasileiros a elegerem o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB) presidente da Câmara e assim favorecer a empresa que Saud então dirigia.

A corrupção, acusa a PGR (Procuradoria Geral da República) em processo em trâmite no STF (Supremo Tribunal Federal), chegava ao gabinete do ministro também na forma de portarias, segundo as informações da delação premiada firmada pelo ex-membro da diretoria da J&F.

Uma dessas medidas foi proibir criadores de gado a seguir inoculando em seus rebanhos as avermectinas, vermífugo proibido nos Estados Unidos — dos grandes parceiros comerciais da J&F, que controla uma dezena de frigoríficos em solo norte-americano — e que era barreira sanitária para o mercado americano.

MPF apurou que portaria assinada pelo então ministro Neri Geller baniu do mercado o uso de “avermectinas”, um agrotóxico poderoso barrado em outros países.

Apesar de acertada — pois o agrotóxico é banido em 30 países há muitos anos devido a seu potencial cancerígeno e causador de doenças degenerativas do sistema nervoso central —, a decisão baseou-se tão somente em ganhos financeiros, conforme a Veja. Neri Geller foi ministro do MAPA na reta final do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Roussef (PT), em 2014, mas ocupou cargo estratégico na pasta durante boa parte da gestão petista.

Propina teria sido destinada à compra de congressistas para elegerem o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB) presidente da Câmara.

Na época, ele era filiado ao MDB, mesmo partido de Eduardo Cunha. Segundo a PGR, teria sido liberado o pagamento de 30 milhões de reais para que Saud pudesse “persuadir os congressistas” de que a eleição de Cunha seria “a melhor opção para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff”.

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Conforme a equipe de reportagem da maior revista semanal do país, uma das linhas de investigação do MPF (Ministério Público Federal) trabalha com a possibilidade de que o Ministério da Agricultura esteja ainda diretamente ligado ao esquema. “Uma portaria assinada pelo então ministro Neri Geller baniu do mercado o uso de “avermectinas”, um agrotóxico poderoso barrado em outros países. A decisão impulsionou as exportações da J&F aos EUA. Suspeita-se que isso pode ser o fato gerador dos 30 milhões de reais aos congressistas”, consta em trecho da nota.

A ministra Rosa Weber vai começar a ouvir os implicados logo depois do recesso do judiciário. E Neri poderá ser um dos primeiros a serem ouvidos.

Geller foi preso em novembro de 2018 pela Polícia Federal, na deflagração da Operação Capitu. Na ocasião, ele foi acusado de receber uma propina de R$ 250 mil, dentro do Ministério da Agricultura de Florisvaldo Pereira, chamado de “Homem da Mala”, da JBS.

Grupo J & F e Joesley Batista voltam a figurar como integrantes de esquema de propinas.

Na ocasião, foi registrada uma foto de Neri e Florisvaldo. A revista Veja, que divulgou o fato, chamou a imagem de foto da “propina”.

Os irmãos Batista estão enrascados até mesmo em esquema de corrupção de quem os deveria investigar e controlar. Na quinta-feira (5), o TRF1 (Tribunal Regional Federal) recebeu uma denúncia contra o procurador Ângelo Goulart Vilela por supostamente vazar informações sigilosas da PGR ao Grupo J&F a troco de propina. Contra ele são imputadas acusações pelos crimes de corrupção passiva, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e obstrução de investigação criminal.

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A denúncia foi recebida por maioria simples na corte federal. No texto, o procurador da república Goular Vilella teria aceitado a promessa de pagamento para repassar informações sigilosas diretamente ao dono do Grupo J&F, Joesley Batista.

Na delação premiada do próprio, o empresário declarou que o procurador aceitou propina para contar detalhes da Operação Greenfield, deflagrada justamente para investigar a existência de um esquema de fraudes em fundos de pensão. As condutas irregulares foram comprovadas por meio de documentos, gravações e ações controladas.

Os responsáveis pela denúncia em trâmite no TRF1 são colegas, em âmbito regional, do acusado: Gustavo Pessanha Veloso, Bruno Caiado de Acioli e Marcelo Ceará Serra Azul. O processo foi julgado na Corte Especial, sob a relatoria do desembargador Marcos Augusto de Souza, conforme o documento de 121 páginas.

Como na mesma peça há réus que não detêm foro privilegiado, a denúncia foi desmembrada e será julgada na Justiça Federal de primeiro grau no Distrito Federal.

Por meio de nota, o deputado federal Neri Geller informou que nunca teve qualquer relação com o ex-deputado Eduardo Cunha. Segundo ele, sua indicação ao ministério da ex-presidente Dilma Roussef (PT) partiu da Frente Parlamentar da Agropecuária devido ao seu perfil técnico.

Nota de Geller

Por meio de nota, o deputado federal Neri Geller informou que nunca teve qualquer relação com o ex-deputado Eduardo Cunha. Segundo ele, sua indicação ao ministério da ex-presidente Dilma Roussef (PT) partiu da Frente Parlamentar da Agropecuária devido ao seu perfil técnico.

“O líder da bancada, deputado federal Neri Geller, esclarece que nunca manteve qualquer tipo de vínculo ou proximidade com Eduardo Cunha e reitera que sua indicação ao Ministério da Agricultura se deu pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), pelo seu perfil técnico, na condição de produtor e empresário, ou seja, sem nenhum vínculo direto com partidos. A assessoria jurídica do parlamentar tomará as medidas cabíveis”, consta na nota.

(Fonte: Diário de Cuiabá)

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Proposta na ALMT visa abrir diálogo para estadualização do Hospital de Câncer

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A Assembleia Legislativa aprovou, em votação única durante sessão ordinária, requerimento de autoria do deputado estadual Dr. João (MDB) que solicita a realização de audiência pública para debater a estadualização do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan).

O encontro está marcado para o dia 11 de novembro, às 14h, no auditório Milton Figueiredo, e reunirá representantes do poder público, entidades médicas, órgãos de controle e a direção do hospital.

Iniciativa do deputado Dr. João visa buscar soluções concretas para garantir o pleno funcionamento do hospital.

Entre os convidados estão o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o presidente do Conselho Regional de Medicina, Diogo Leite Sampaio, o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde, Marco Antônio Norberto Felipe, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo, além da equipe gestora do Hospital de Câncer.

Segundo o deputado Dr. João, que integra a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o objetivo da audiência é buscar soluções concretas para garantir o pleno funcionamento do hospital, que enfrenta dificuldades estruturais e financeiras, mesmo após o aumento do repasse estadual anunciado no ano passado.

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O parlamentar já havia cobrado providências da Secretaria de Estado de Saúde durante reunião da Comissão de Saúde, destacando que muitos compromissos assumidos com a unidade ainda não foram cumpridos, como a ampliação do pronto atendimento, a modernização dos serviços e a regularização dos repasses.

Dr. João reforçou que o compromisso é com a vida e o direito à saúde, e defendeu ações imediatas para que o Hospital de Câncer volte a atender a população mato-grossense com dignidade, qualidade e eficiência.

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