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Opinião

Dilema em tempos de pandemia: Ser ou não ser? Viver ou morrer?

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Por: José Valdeci Cardoso

Trabalhando na minha dissertação de tese, durante a pesquisa esbarrei neste texto:

“Ser ou não ser é exatamente isso: existir ou não existir e, em última instância, viver ou morrer”. O personagem do drama de Shakespeare continua: “Será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e flechas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provocações e, em luta, pôr-lhes fim?”.

Explicita exatamente o que estamos vivendo hoje. Temos uma questão fundamental para responder: trabalho ou proteção, correr o risco de morrer saindo do confinamento para trabalhar ou ficar em casa e aguardar, implantando com certeza o fato do desabastecimento das nossas cidades.

O isolamento forçosamente gera uma série de complicações econômicas, que já estamos observando nos supermercados e outros setores onde estão detectados aumentos abusivos e oportunistas, praticados por comerciantes inescrupulosos buscando lucro extorsivo, aproveitando-se da situação, há um ditado popular que se enquadra nestes casos: “A ocasião faz o ladrão”.

É uma utopia pensar que nossa população é consciente dos problemas que já vivemos e estamos vivenciando e que todos os cidadãos tenham uma opinião formada e critica. Por outro lado, é obvio que as determinações das autoridades constituídas nas três esferas são para a segurança de todos nós. São medidas duras e impopulares, sim, pois ninguém quer ficar confinado. Este confinamento é um dos grandes problemas, com a dificuldade que as pessoas tem em cumprir com o isolamento.

Diante de todas as medidas tomadas, a permanência das pessoas em casa e a suspensão das atividades em escolas, universidades, feiras, serviços não essenciais são importantes para interromper uma contaminação em massa que colocaria o sistema de saúde da cidade em colapso. Neste quadro, haveria muitas pessoas necessitando de cuidados urgentes e que não teriam um leito, um sistema de ventilação e até medicamentos. É uma conta simples de fazer, bastando uma única pergunta: Quantos respiradores possui o sistema de saúde de um município que tem uma população que supera os 100 mil habitantes? Quantos hospitais (públicos e particulares) e quantos leitos estão disponíveis? E como atender, em meio a esta situação de emergência, outros males como dengue, tuberculose, DST’s e doenças crônicas.

As medidas de profilaxia são severas e de muita importância, mesmo não agradando a todos, mostra a seriedade, consideração e responsabilidade das autoridades com a população. Mas a população tem que fazer a sua parte, dar a sua contrapartida, se atentar aos cuidados com a higienização e às recomendações do Ministério da Saúde, da Secretária de Estado de Saúde e do Comitê Interinstitucional para Prevenção e Monitoramento ao Coronavírus. É preciso compreender estas medidas e ter disciplina. É de se esperar que a população seja responsável pela sua própria segurança e, quando se fala em segurança, é preciso analisa-la em seus diversos aspectos.

Por outro lado, é bom que todos se preparem para o caos que se aproxima no aspecto financeiro. Há redução drástica na circulação de bens e serviços. Num nebuloso horizonte, já se vê a aproximação da tempestade de uma crise econômica que terá consequências nefastas.

Lembrando Shakespeare: “SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO!”. Eis nosso dilema: Viver recluso para evitar a contaminação ou trabalhar correndo o risco de morrer? Viver em isolamento ou produzir para termos recursos e alimentos nas nossas mesas todos os dias? Temos a consciência de que as autoridades que tenham que decidir isso carregam um enorme peso em seus ombros.

Para finalizar, é assustadora a previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que esta pandemia persista até meados de setembro. Que saída temos, com escolas, faculdades e universidades fechadas, com a maioria das empresas e serviços não podendo operar? O que fazer com as nossas contas (alimentação, energia, água, telefone e outros compromissos financeiros), que não param de chegar? Não podemos pausar as nossas vidas.

Entre a cruz e a espada, eis a questão: Ser ou não ser? Viver ou morrer?

(*) O autor é Cientista de Dados e professor de Informática.

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Opinião

Quem vai pagar essa conta? O que está por trás do PL do Streaming

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(*) Ricardo Godoy

Estamos diante de um debate importante no Congresso Nacional: a proposta de regulamentação dos serviços de streaming no Brasil. Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, YouTube, entre outras, estão no centro dessa discussão que pode mudar profundamente o cenário do entretenimento digital no país.

Confesso que tenho acompanhado com atenção — e uma certa preocupação — o rumo que essa proposta está tomando. Um dos pontos mais sensíveis do projeto de lei é o aumento da alíquota da Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), que hoje gira em torno de 3% e pode saltar para 6% sobre o faturamento das plataformas no Brasil.

A intenção, em teoria, é válida: fortalecer a produção audiovisual nacional, gerar mais empregos no setor e fomentar a cultura brasileira. Todos nós queremos ver mais obras como Cidade Invisível, Sintonia, Bacurau disponíveis nas plataformas. Mas é preciso ter muito cuidado com o caminho escolhido para isso.

Porque, sejamos honestos: quem vai acabar pagando essa conta somos nós, os consumidores. As plataformas dificilmente vão absorver esse custo extra. Ele será repassado para os preços das assinaturas, que já pesam no bolso dos brasileiros — especialmente num cenário em que precisamos assinar vários serviços para acompanhar o conteúdo que queremos.

Outro ponto polêmico da proposta é a obrigatoriedade de uma cota mínima de produções brasileiras nos catálogos. A valorização da cultura nacional é essencial, sem dúvida. Mas também é preciso garantir critérios de qualidade. Não podemos cair na armadilha de “encher prateleiras” apenas para cumprir regras. O público quer boas histórias — bem produzidas, envolventes, que representem o Brasil de forma criativa e inovadora.

Por outro lado, esse momento pode representar uma grande oportunidade para o mercado audiovisual brasileiro. Se os investimentos forem bem direcionados, podemos ver novos projetos saindo do papel, novas vozes sendo ouvidas, novos talentos sendo descobertos. O Brasil tem potencial de sobra — e merece ser protagonista.

O que espero, como empresário e apaixonado por inovação, é que o projeto final tenha equilíbrio. Que incentive a cultura sem sufocar o setor. Que crie oportunidades sem criar barreiras. Que enxergue a tecnologia e a criatividade como aliadas, e não como ameaças.

Como CEO da Soul TV — uma plataforma brasileira que nasceu com propósito de democratizar o conteúdo digital e hoje está presente em 197 países — acredito em um modelo de crescimento baseado em inovação, inclusão e liberdade criativa. O Brasil tem tudo para liderar esse movimento global, desde que as decisões tomadas agora sejam inteligentes, justas e conectadas com a realidade do consumidor e do produtor de conteúdo.

(*) O autor, Ricardo Godoy (foto do topo), é CEO e Fundador da Soul TV

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