“E depois de 20 horas de julgamento, a justiça foi feita! 25 anos, 11 meses e seis dias para a mandante do crime (que era a sua própria mulher) e 20 anos, 4 meses e 20 dias para o autor do crime (o amante). NÃO HÁ NADA ESCONDIDO QUE NÃO SEJA REVELADO”. Esta foi uma das manifestações que mais repercutiram pelas redes sociais desde a madrugada desta quarta-feira (01.05) em Tangará da Serra, sobre o desfecho do caso do assassinato do servidor público municipal Edson Vicente da Costa – popular Edinho, de 52 anos -, ocorrido em 06 de novembro de 2020.

A condenação foi anunciada por volta das 04h30 dessa madrugada, na Comarca de Várzea Grande, apesar do crime ter ocorrido em Tangará da Serra. A defesa dos dois réus obteve o desaforamento do processo sob argumento de possível influência da comoção popular no júri, o que foi aceito pelo Juiz de Direito Jorge Alexandre Martins Ferreira.

Carla, mandante da morte de Edinho, foi condenada pela Justiça a 25 anos, 11 meses e 06 dias de prisão em regime fechado.

Ontem, após 20 horas de júri, a Justiça, por fim, condenou a viúva de Edinho, Carla Fernanda Toloi, e seu então amante Anderson Fabiano Pereira, apontados pela Polícia Civil como respectivos mandante e executor do homicídio e que já estavam presos preventivamente.

Carla Fernanda foi condenada a 25 anos e 11 meses e seis dias de prisão em regime fechado, por ser coautora do homicídio qualificado, na condição de mandante. Anderson Fabiano, amante de Carla, foi condenado a uma pena de 20 anos, 4 meses e 20 dias, pena que também será cumprida em regime fechado.

O crime

Após participar de um evento político em Tangará da Serra, Edinho chegava em sua residência, por volta das 22hs, no Jardim Itália, quando foi surpreendido por um bandido armado, escondido na garagem. O servidor estava em sua motocicleta Honda Bros e foi alvejado por quatro disparos, sendo atingido na cabeça, tórax e braços. Ele foi encontrado pela esposa, que chegou à residência, no carro da família, logo após o ataque.

Vizinhos ouviram os disparos e acionaram a Polícia Militar via 190. Edinho chegou a ser socorrido pelo Samu, mas não resistiu e veio a óbito logo em seguida.

O crime gerou grande comoção na cidade. No velório (realizado na Sociedade La Comuna), a viúva da vítima – Carla Fernanda Toloi, que mais tarde viria a ser desmascarada como mandante do assassinato – aparentava grande dor e sofrimento e era amparada por familiares, amigos e colegas. À reportagem, chegou a dizer, em prantos: “Vai lá e chama, acorda ele, isso não está acontecendo!”.

Com a elucidação do caso, onze dias após o crime (quinta-feira, 17 de novembro de 2020), várias manifestações foram verificadas nas redes sociais. Porém, as manifestações que mais chamaram atenção foram as da Sociedade La Comuna – da qual Edinho era fundador –, da Associação dos Santistas de Tangará da Serra (AST), e da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Nota da Sociedade La Comuna:

“Perder um amigo, companheiro e pessoa do bem por uma motivação torpe nos faz refletir sobre onde pode chegar uma mente humana desprovida de amor. O companheiro Edinho nos deixou de uma forma tão triste e essa tristeza se potencializa agora, com o resultado das investigações, que aponta que o crime que o vitimou partiu de alguém que ele amava. À Polícia Judiciária Civil nossos cumprimentos pela condução do caso, por ter acertado, logo no início, ao adotar uma linha de investigação correta. Aos familiares de Edinho, nossas condolências, com nossos lamentos pela motivação maligna que lhe tirou a vida. À sociedade tangaraense, manifestamos nosso alívio pela justiça feita e, também, nossa solidariedade por sofrermos juntos a perda de um cidadão exemplar”.

Nota do PCdoB

“Edinho sempre sonhou por um mundo mais justo, solidário e humano. Nosso companheiro atuou de forma exemplar pelo partido, disputando a prefeitura de Tangará da Serra, outrora, como candidato a vice-prefeito. Participou com louvor das lutas democráticas do município e fez do nosso partido um caminho a ser trilhado em busca de uma sociedade mais igualitária. Enaltecemos o trabalho da Polícia Judiciária Civil, que trabalhou arduamente para que fosse esclarecido esse crime que tanto chocou a comunidade tangaraense, familiares, amigos e companheiros de luta. Edinho faz uma falta imensa, mas, para nós, ainda vive por sua memória e pelo exemplo que deu em vida”.