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Opinião

Coronavírus: O quadro que pintamos

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Por: José Valdeci Cardoso

Fico triste ao constatar a dificuldade do país em sair desta mesmice do jogo de interesses próprios. Vejo muita gente usando fatos apocalípticos para autopromoção, julgando e condenado sem ponderar as consequências que, na realidade, todos nós sofreremos direta ou indiretamente.

Em meio a este momento difícil que vivenciamos, temos três situações distintas e, ao mesmo tempo, inter-relacionadas. São elas as questões sanitária, econômica e política.

Observo ações importantes no município, com o poder público local adotando medidas austeras e preventivas, com barreiras sanitárias, fechamento de grande parte do comércio (com manutenção das atividades essenciais), toque de recolher e distanciamento entre pessoas. Há, também, as recomendações do Ministério da Saúde.

Contudo, precisamos reconhecer que o sistema de saúde e nós mesmos precisamos de recursos. Sem eles, pereceremos… Precisamos produzir, senão os efeitos serão ainda piores. Imaginem uma cidade oprimida por uma pandemia, mas sem meio circulante em sua economia, desabastecida, com a fome e o desemprego se instalando… Teríamos uma combinação nefasta de caos e tragédia.

Logo, a questão econômica é, também, uma preocupação nas esferas municipal, estadual e federal. Trocando em miúdos: a pandemia precisa ser levada a sério, ao mesmo tempo em que a vida precisa seguir. Sim, a vida precisa seguir, mas com organização, disciplina e responsabilidade.

Por isso, o momento exige união. É agora que precisamos apoiar os nossos governantes (prefeitos, governadores e presidente), e não tentar derrubá-los.

Lamentavelmente, há resistência e oportunismo em tudo. Mas o que mais preocupa são as pessoas que, além de oportunistas, são mal-intencionadas, se valendo de uma pandemia para tentar fazer jogo político e ganhar dividendos eleitorais. Estas pessoas certamente não se preocupam com o nosso país, nem com os brasileiros. Querem o poder, acima de tudo.

Mas não são apenas as pessoas oportunistas e mal-intencionadas que preocupam. Os ignorantes igualmente causam calafrios. Pessoas desprovidas de bom senso e intelectualidade – as chamadas ‘massas de manobra’ – ajudam a inverter tudo… Ou seja, quem rouba, corrompe e se deixa corromper é cultuado e merecedor de credibilidade, enquanto aqueles que querem o certo e o justo são apedrejados. Essa triste realidade está aí e todos podemos ver, a todo momento, na mídia, nas redes sociais.

Acesso todos os dias as versões web dos jornais do país onde estudo – Portugal – e fico estarrecido com os problemas dos países da Europa. Estou em contato todos os dias com os amigos, colegas e professores em Portugal e percebo neles o quanto estão preocupados com os fatos relacionados à pandemia.

Além de Portugal, países como Espanha, Itália e França padecem com sistemas de saúde à beira do caos. Imaginem a situação difícil de um profissional da saúde que tem que decidir quem vai receber cuidados primeiro e quem vai esperar pelo atendimento, ao mesmo tempo em que ‘não há tempo’, devido à grande quantidade de infectados.

Todos os europeus estão preocupados, levando o isolamento a sério. Há cuidados com profilaxias para não aumentar a transmissão do vírus. Mas, apesar do caos, entre os europeus se destacam a colaboração e a participação popular, sem divergências ou posicionamentos de direita ou esquerda. Há união, e os oportunistas e mal-intencionados estão fadados ao fracasso e à indignação pública.

Aqui no Brasil, quando vou ao meu portão vejo uma avenida cheia de pedestres e carros indo e vindo como se não estivesse acontecendo nada. A incredulidade destes é preocupante. Não se deram conta do perigo, já que aqui nas redondezas ainda não morreu ninguém infectado pelo COVID-19.

Pois, anotem aí: Quando acontecer a primeira morte será um desespero total. E tenho certeza que os despreocupados de agora serão os primeiros a culparem as administrações municipal, estadual e federal.

Talvez seja por isso que somos considerados país de terceiro mundo. São temerárias as consequências dos atos destas pessoas insensatas, que não fazem a prevenção. Falta-lhes sabedoria e, por isso, suas inconsequências poderão causar um dano irreparável. E, como todo inconsequente é covarde, a culpa será do governo!

(*)  O autor é cientista de dados, professor de Informática e mora em Tangará da Serra.

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Opinião

Janeiro Verde: Autocuidado feminino para prevenir câncer de colo de útero deve ser meta

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(*) Por: Carlos Aburad

O início de um novo ano é sempre propício para reflexões e metas, mas também é um momento estratégico para lembrar a importância do cuidado feminino com a saúde. Este mês é dedicado ao Janeiro Verde, uma campanha nacional de conscientização que busca alertar as mulheres sobre o câncer de colo de útero, uma doença silenciosa, porém prevenível, que afeta milhares de brasileiras.

Carlos Aburad: “A prevenção é simples e eficaz. As estratégias disponíveis, como a vacinação contra o HPV e o exame preventivo Papanicolau, podem salvar vidas”.

Este tipo de câncer, também chamado de câncer cervical, é o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil. Fica atrás apenas do câncer de mama e do câncer de pele não melanoma. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país registra, anualmente, cerca de 17 mil novos casos da doença. É um desafio significativo à saúde pública.
É importante lembrar que a rotina acelerada da mulher contemporânea, marcada por jornadas duplas entre trabalho e família, muitas vezes faz com que a saúde fique em segundo plano. É um contexto real feminino. No entanto, o câncer de colo de útero reforça a necessidade de colocar o bem-estar no centro das prioridades, especialmente aquelas planejadas a cada início de ano. A prevenção é simples e eficaz. As estratégias disponíveis, como a vacinação contra o HPV e o exame preventivo Papanicolau, podem salvar vidas.
O câncer de colo de útero surge, em sua maioria, após infecções persistentes pelo Papilomavírus Humano (HPV), um vírus transmitido predominantemente por relações sexuais. Em alguns casos, o vírus provoca alterações celulares que, sem tratamento, podem evoluir para tumores malignos. Ele começa com presença de lesões nos tecidos ao redor do colo uterino, depois de infecções persistentes. A lesão com presença de alteração celular tem como agente causador alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV) oncológicos, se estendendo para toda região vaginal, do reto e bexiga.
Os fatores de risco são: início precoce da vida sexual; múltiplos parceiros; tabagismo e baixa adesão à vacinação e exames preventivos. A prevenção inclui dois passos. Primeiro: vacina contra o HPV disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina protege contra os principais tipos do vírus relacionados ao câncer.
O segundo passo é o exame preventivo (Papanicolau), que deve ser realizado por mulheres a partir dos 25 anos ou que já iniciaram a vida sexual, preferencialmente uma vez por ano. O exame detecta alterações precoces que podem ser tratadas antes de se tornarem cancerosas.
Um dos maiores desafios desse tipo de câncer é que ele é silencioso em suas fases iniciais. Apenas em estágios mais avançados surgem sintomas como sangramento vaginal anormal, corrimento persistente ou dor pélvica. Por isso, é essencial rastrear esse tipo de doença. A análise feita por patologistas a partir do material coletado no Papanicolau é capaz de identificar alterações celulares antes que elas evoluam para um câncer. Além disso, em caso de resultados suspeitos, procedimentos como colposcopia e biópsia são recomendados para confirmar o diagnóstico. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%.
A vacinação contra o HPV é uma medida que tem o potencial de transformar gerações. Estudos apontam que, com altas taxas de adesão à vacina, a incidência de câncer cervical pode ser reduzida drasticamente nas próximas décadas. No entanto, a imunização por si só não basta. A combinação da vacina com exames preventivos regulares é a melhor forma de garantir que as mulheres fiquem protegidas contra o câncer de colo de útero.
Nesse contexto, o Janeiro Verde é mais do que uma campanha de saúde. É um chamado à ação feminina. Mulheres precisam e devem colocar a saúde em primeiro lugar. Cuidar de si mesma não é apenas um ato de amor próprio, mas também um compromisso com sua família e com o futuro. É importante aproveitar este mês para dar o primeiro passo. Quando se trata de prevenção, o tempo é o maior aliado.

(*) Carlos Aburad é médico patologista do CPC Aburad Diagnóstico

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