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Saúde Pública

Arboviroses: “Semana D” mostra realidade omitida e distorções quantitativas indicam subnotificações

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Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) sobre as arboviroses (dengue, zika e chikungunya) estão desatualizados e apresentam uma disparidade muito grande entre municípios, em especial entre Tangará da Serra e as principais cidades de Mato Grosso.

A distorção indica que deve haver subnotificações, o que significa omissão das autoridades sanitárias municipais e estaduais numa situação tão séria como é a explosão dos casos de arboviroses em Mato Grosso. O ano eleitoral pode ser a justificativa para as omissões, já que o agravamento nas incidências de enfermidades nos municípios é politicamente negativo.

O último informe epidemiológico publicado pela SES-MT é o de número 05, com dados atualizados em 04 de março, há mais de duas semanas. Comparando os números dos municípios com maiores incidências das arboviroses, Tangará da Serra está com um número muito acima dos demais, inclusive da capital, Cuiabá. (Quadro e gráfico comparativos, na sequência)

A diferença é estratosférica, não se resumindo a um percentual mais modesto, entre 20% e 30%. Porém, é preciso considerar que as arboviroses se abateram de forma agressiva em todo o estado de Mato Grosso, assim como em outros estados do País. Daí a suspeita óbvia de subnotificações.

Para se ter uma ideia, em Cuiabá, por exemplo, as notificações em 2024 somam apenas 272 em 2024, contra 288 no mesmo período de 2023. Números menores em relação a 2023 também são mostrados em cidades polo como Rondonópolis e Cáceres.

Questionada pelo Enfoque Business na semana passada sobre a possibilidade de ocorrência de subnotificações, a Secretaria de Estado de Saúde limitou-se a responder, por e-mail: “A demanda foi encaminhada ao setor responsável… assim que recebermos um retorno, entro em contato”. O questionamento da redação foi realizado na última quinta-feira, dia 14. Porém, até esta quarta-feira, dia 20 de março, não há resposta.

Tangará da Serra

Em Tangará da Serra, segundo último boletim epidemiológico, as arboviroses somam 5.782 notificações. A chikungunya lidera os casos, com 3.006 notificações, enquanto a dengue contabiliza 2.776 casos de pacientes com sintomas.

Distorção evidente: Tangará da Serra aparece nas estatísticas da SES-MT com 3.952 notificações de arboviroses, quase 15 vezes mais que a capital, Cuiabá.

Este mês de março já apresenta uma somatória de 1.973 casos de arboviroses. O avanço dessas enfermidades nestes 19 dias de março supera um percentual de 50% em relação ao mês de fevereiro, quando as duas doenças contabilizaram 3.809 notificações.

A Secretaria Municipal de Saúde investiga a ocorrência de seis óbitos entre pacientes acometidos pelas arboviroses. Destes casos de fatalidades, cinco podem ter sido ocasionados por dengue e um por chikungunya, doença que já registra uma morte confirmada.

Emergência comprovada

Além da diferença exorbitante nos números, outro indício de que há subnotificações é que na última segunda-feira começou, em todo o estado, a chamada “Semana D” contra a dengue, uma campanha de conscientização da população contra o mosquito aedes aegypti.

A ação, realizada pela SES-MT, tem o objetivo de unir esforços e construir uma força-tarefa para conter o avanço das arboviroses em Mato Grosso.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação e da preocupação que as autoridades sanitárias estaduais tentam esconder, as ações de conscientização incluem escolas, “com o objetivo de integrar a comunidade estudantil e destacar a URGÊNCIA em combater o mosquito”.

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Alessandra Moraes, a ‘Semana D’ é uma ação realizada em parceria com os 142 municípios do Estado com o objetivo comum de enfrentamento dos casos de dengue em Mato Grosso. Alessandra destacou que o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRA) de 2024, aponta 59 municípios mato-grossenses em situação de alerta de infestação do mosquito transmissor.

Depois das escolas, as equipes da campanha vão visitar hospitais, unidades de saúde, farmácias, órgãos públicos e privados; igrejas, universidades, supermercados e bairros dos municípios.

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Saúde Pública

País se mobiliza para combater arboviroses. Vigilância monitora casos em Tangará da Serra

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Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) está de olho em mais um vírus respiratório originado na China, as autoridades médicas brasileiras têm outra preocupação: as doenças causadas pelo Aedes aegypti — como dengue e chikungunya. O cuidado não é em vão. Em 2024, o país bateu recorde de casos e de mortes por dengue.

Segundo o Ministério da Saúde, até 28 de dezembro passado foram 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.022 mortes confirmadas. Outras 1.179 estão sendo investigadas.

Em Mato Grosso, os números das arboviroses mostraram 103,834 notificações, sendo 77.096 de dengue, 24.638 de chikungunya e 2,100 de zika. Estas doenças causaram 51 mortes no estado, 39 por dengue e 12 por chikungunya.

Mutirões foram uma constante ano passado no município, em razão da alta incidência das arboviroses.

Em Tangará da Serra, o quadro foi o mais preocupante em Mato Grosso. Foram 9.964 casos de arboviroses, a maioria (5.729) de chikungunya. Outros 4.182 casos foram de dengue e 53 de zika. Os óbitos somaram 10, sendo sete de chikungunya e 3 de dengue.

Em 2025

Neste ano de 2025, segundo boletim da Vigilância Epidemiológica, Tangará da Serra registra 03 notificações de dengue e 01 de chikungunya. O município, através da Vigilância, vem monitorando as ocorrências, com ações que incluíram, em dezembro, aplicação de inseticida nos bairros.

No país, porém, os dados são mais preocupantes. Só este ano, já são mais de 10 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação. Segundo o médico sanitarista e professor da Universidade de Brasília, Jonas Brant, Estados Unidos, Europa e China vivem momentos diferentes do Brasil por conta da sazonalidade, por isso a preocupação maior deles neste momento é com as doenças respiratórias.

“No caso do Hemisfério Sul, onde o Brasil está inserido, a gente tem nessa época do ano, o aumento de outras doenças, como as doenças transmitidas por vetores, as diarreias. Então é importante a gente entender que, nesse contexto, eles estão num cenário preocupante, tá aumentando lá e tem que se organizar para enfrentar um surto de doença respiratória. No nosso caso, o risco maior agora do Brasil é a preocupação com dengue e Chikungunya”, destaca o médico.

Tangará da Serra sofreu uma epidemia de arboviroses em 2024. Só de chikungunya foram 5,7 mil casos.

O que esperar nesse ano

Diante do surto recorde de 2024, o Ministério da Saúde se antecipou nas ações de prevenção. Além da vacinação contra a doença, que cobriu jovens entre 10 e 14 anos, para o período sazonal 2024-2025, o Ministério anunciou o investimento de mais de R$ 1,5 bilhão na compra de mais doses da vacina. Valor que também será usado para a compra de insumos laboratoriais para ampliar a testagem, medicamentos para controlar a proliferação do mosquito e ainda mobilização e conscientização da população, além de suporte aos municípios para custeio assistencial.

10 minutos contra a dengue

O Ministério da Saúde aposta no apoio da sociedade para o combate ao mosquito — já que a participação de todos é fundamental para a eliminação dos focos — que continua sendo a forma mais efetiva de evitar a doença.

A campanha nacional de conscientização, lançada no ano passado, incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para fazer uma busca em casa e controlar os focos do Aedes aegypti.

Usar repelentes e telas mosquiteiras em portas e janelas também são medidas que ajudam a reduzir o número de infecções pela doença.

(Redação EB, com Brasil 61)

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