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STF valida alta do IOF, reconhece uso fiscal, mas veta cobrança sobre risco sacado

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O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, esta semana, a possibilidade de uso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) como instrumento de arrecadação fiscal — reforçando a estratégia do governo federal para o equilíbrio das contas públicas.

A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, manteve a maior parte dos decretos presidenciais que elevaram as alíquotas do tributo. No entanto, o magistrado excluiu da cobrança as operações de “risco sacado”, recurso utilizado com frequência por empresas do varejo para antecipar recebíveis.

A medida representa uma vitória parcial para o Executivo, ao confirmar o uso do IOF com finalidade fiscal, mas impõe limites constitucionais: não é possível criar novos fatos geradores por decreto, como ocorreu no caso do risco sacado. “O Supremo já tinha jurisprudência sólida de que o IOF pode ter finalidade arrecadatória, desde que a norma apenas altere alíquotas e não crie novas hipóteses de incidência”, explica o advogado tributarista e professor da FAAP, German San Martín.

Entenda o contexto

A judicialização veio após o Congresso Nacional tentar anular os efeitos dos decretos que elevaram o IOF, argumentando que sua natureza é extrafiscal, e não arrecadatória.

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Contudo, Moraes entendeu que a legislação já permite a função fiscal do imposto. O único ponto considerado inconstitucional foi a tentativa de tributar o risco sacado, por entender que isso caracterizaria a criação de um novo fato gerador — o que só pode ser feito por lei aprovada pelo Legislativo.

Impactos diretos da decisão

Veja como as alíquotas mudaram com os decretos presidenciais (mantidos pelo STF):

  • Crédito para empresas:
    De 0,0041% ao dia + 0,38% → Para 0,0082% ao dia + 0,38%
    (Na prática, o custo do crédito diário mais que dobrou)

  • Câmbio:
    De 3,38% (cartão) / 1,1% (espécie) → Para alíquota única de 3,5%
    (Encarece principalmente a compra de moeda estrangeira em espécie)

  • Previdência privada (VGBL):
    Passa a ter tributação escalonada até 2026:

    • Até 2025: 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil/ano

    • A partir de 2026: isenção até R$ 600 mil/ano
      (Impacta investidores de alta renda)

  • Fundos FIDC:
    Agora sofrem incidência de 0,38% sobre a aquisição primária de cotas, inclusive por bancos
    (Impacta fundos de crédito e operações estruturadas)

  • Risco sacado:
    Fora da cobrança. STF entendeu que equiparar essa operação a crédito configuraria novo fato gerador — o que exige lei específica.

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Arrecadação menor

A equipe econômica previa arrecadar R$ 12 bilhões em 2025 e R$ 31,2 bilhões em 2026 com os ajustes no IOF. Com a exclusão do risco sacado, o impacto fiscal negativo será de R$ 4 bilhões nos dois anos.

Segurança jurídica e limites ao Executivo

A decisão é monocrática, mas segue jurisprudência consolidada e tende a ser mantida pelo plenário do STF. “A decisão reforça a segurança jurídica e também os limites institucionais. O governo pode usar o IOF para arrecadar, sim, mas não pode inventar novos fatos geradores sem passar pelo Congresso”, afirma German San Martín.

Com informações de Brasil 61)

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ApexBrasil terá escritório em Cuiabá e aproxima Mato Grosso do mercado internacional

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ApexBrasil instalará um escritório regional em Cuiabá, no edifício da Famato, aproximando produtores mato-grossenses do mercado internacional. O termo de cooperação foi assinado nesta terça-feira (23) em Brasília pelo presidente da Famato, Vilmondes Tomain, ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Proposta pela Famato, a iniciativa garante aos produtores acesso direto a serviços de internacionalização, certificações e atração de investidores, antes centralizados em Brasília. Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, milho, algodão e carne bovina, passa a contar com estrutura própria para ampliar sua competitividade global.

Para Tomain, a medida coloca o produtor rural no centro do processo. “Nosso compromisso é abrir mercados e levar o nome de Mato Grosso para o mundo. Esse escritório dará suporte técnico e acesso a certificações que consolidam nossa posição como referência global em alimentos”, disse.

Termo de cooperação foi assinado na última terça-feira (23) em Brasília.

Fávaro destacou que a nova unidade fortalece o agro mato-grossense: “Ter a ApexBrasil em Cuiabá significa aproximar ainda mais o estado das oportunidades globais. É um passo que projeta o Brasil no cenário mundial”, afirmou.

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Já Viana ressaltou o caráter estratégico da iniciativa: “A missão da ApexBrasil é abrir portas e apoiar quem busca mercados internacionais. Estar em Cuiabá, coração do agronegócio, permitirá ampliar o alcance da produção mato-grossense no mundo”, disse.

Também participaram do ato dirigentes da Famato, representantes da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura.

Segundo Tomain, a instalação do escritório simboliza um avanço decisivo: transformar o potencial produtivo em resultados concretos, consolidando Mato Grosso como motor do desenvolvimento nacional e fornecedor estratégico de alimentos ao planeta.

(Redação EB, com Assessoria Famato)

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