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O assistencialismo agrava a escassez de mão de obra no Brasil. E Mato Grosso não escapa

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A política assistencial brasileira, voltada para a transferência de renda, tem gerado um efeito colateral perverso: a migração em massa de trabalhadores da oferta pelo emprego formal para a informalidade amparada, mas instável. O resultado? Uma escassez aguda de profissionais dispostos a ocupar vagas produtivas — especialmente em setores que exigem qualificação mínima, como indústria, logística e construção.

Escassez generalizada

Segundo pesquisa realizada pela redação do EB junto à imprensa nacional/estadual/regional e órgãos governamentais, a crise de mão de obra iniciou com a pandemia e se agravou no atual governo, do presidente Lula (PT).

No início de 2023, 81% das empresas no país relataram dificuldade para encontrar mão de obra qualificada, acima da média global de 75%. Dados da CNC indicam que 40% das 230 profissões mais representativas enfrentam escassez, com impacto especialmente forte nos setores de transporte, logística e tecnologia da informação, que alcançam índices entre 84% e 91%.

No setor da construção, 82% das empresas afirmam não conseguir contratar trabalhadores, e 70% relatam escassez de mão de obra especializada — problema que pressiona custos, retarda obras e compromete produtividade.

Mato Grosso: quase pleno emprego, mas sem quem trabalhe

No estado de Mato Grosso, a taxa de desemprego foi de apenas 2,6% em 2024, uma das menores do país. À primeira vista, um ótimo indicador. Mas é justamente ali onde repousa o sinal de alerta: escassez de candidatos para atender às demandas do agro, da indústria e da construção, que dominam o perfil econômico local.

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Ainda que o PIB industrial de Mato Grosso represente apenas cerca de 1,4% da indústria nacional (com cerca de 141 121 trabalhadores em 2017), muitas vagas permanecem vazias por falta de capacitação e por uma força laboral que prefere o assistencialismo ou o informalismo inseguro.

Sudeste e Sul: polos que também sofrem

Com números do CAGED é possível fazer uma análise precisa. Mesmo nas regiões que mais geram emprego formal — Sudeste e Sul — a escassez bate à porta. Em 2023, o Sudeste acumulou cerca de 945 mil vagas criadas, e o Sul, cerca de 300 mil — ainda assim, precisam enfrentar a falta de profissionais qualificados.

Já em janeiro de 2025, a região Sul liderou a geração de empregos formais, com saldo de 65.712 novas vagas, quase metade de todas criadas no país naquele mês — impulsionadas principalmente pela indústria. Mas mesmo setores vibrantes como os de Santa Catarina e Rio Grande do Sul esbarram na escassez de trabalhadores, e na falta de uma força de trabalho bem treinada e suficiente.

Combinação letal: Assistencialismo e falta de política pública

O que se observa é uma política pública de curta visão por parte do governo central: programas assistenciais oferecem alívio temporário, mas não formam pessoas para o mercado de trabalho.

Ao invés de investir em qualificação técnica, incentivo à educação, formação continuada, ou parcerias com indústrias e serviços locais, o governo quase sempre recai em estratégia de consumo emergencial.

Brasil sob Lula: Falta de política pública para fortalecimento do emprego indica que o governo é incapaz/negligente para oferecer algo melhor ao povo brasileiro, ou é doloso para manter uma população submissa.

Sobre isso, conclui-se que ou o governo é incapaz/negligente para oferecer algo melhor ao povo brasileiro, ou é doloso para manter uma população submissa.

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O resultado é a liquidação do trabalhador formal: muitos preferem abrir MEIs ou aceitar bicos como alternativa compensatória ao benefício social, e acabam largando o emprego que exigiria formação, estabilidade ou condições seguras – agravando ainda mais a crise de talentos nas indústrias.

Com o assistencialismo, pleno emprego vira demagogia

O Brasil registra índice recorde de escassez de mão de obra qualificada (81%), com impacto negativo crescente nas empresas e na produtividade nacional.

Mato Grosso, apesar de quase pleno emprego, sofre da falta de oferta de trabalhadores dispostos e capazes de suprir a demanda do agro, indústria e serviços.

Sudeste e Sul, principais geradores de vagas formais, sentem os efeitos da falta de técnicos, operadores, profissionais de logística e construção, mesmo com elevada geração de empregos.

A dependência do assistencialismo sem foco em capacitação transforma o alívio de hoje em desequilíbrio econômico para amanhã. Ou seja, uma demagogia combinada com uma tremenda irresponsabilidade governamental.

Se não houver uma virada urgente na política de qualificação e educação profissional, o Brasil continuará perdendo competitividade. E estados como Mato Grosso, com crescimento econômico local robusto, terão empregos disponíveis — mas sem quem os ocupe com dignidade e competência.

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ApexBrasil terá escritório em Cuiabá e aproxima Mato Grosso do mercado internacional

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ApexBrasil instalará um escritório regional em Cuiabá, no edifício da Famato, aproximando produtores mato-grossenses do mercado internacional. O termo de cooperação foi assinado nesta terça-feira (23) em Brasília pelo presidente da Famato, Vilmondes Tomain, ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Proposta pela Famato, a iniciativa garante aos produtores acesso direto a serviços de internacionalização, certificações e atração de investidores, antes centralizados em Brasília. Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, milho, algodão e carne bovina, passa a contar com estrutura própria para ampliar sua competitividade global.

Para Tomain, a medida coloca o produtor rural no centro do processo. “Nosso compromisso é abrir mercados e levar o nome de Mato Grosso para o mundo. Esse escritório dará suporte técnico e acesso a certificações que consolidam nossa posição como referência global em alimentos”, disse.

Termo de cooperação foi assinado na última terça-feira (23) em Brasília.

Fávaro destacou que a nova unidade fortalece o agro mato-grossense: “Ter a ApexBrasil em Cuiabá significa aproximar ainda mais o estado das oportunidades globais. É um passo que projeta o Brasil no cenário mundial”, afirmou.

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Já Viana ressaltou o caráter estratégico da iniciativa: “A missão da ApexBrasil é abrir portas e apoiar quem busca mercados internacionais. Estar em Cuiabá, coração do agronegócio, permitirá ampliar o alcance da produção mato-grossense no mundo”, disse.

Também participaram do ato dirigentes da Famato, representantes da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura.

Segundo Tomain, a instalação do escritório simboliza um avanço decisivo: transformar o potencial produtivo em resultados concretos, consolidando Mato Grosso como motor do desenvolvimento nacional e fornecedor estratégico de alimentos ao planeta.

(Redação EB, com Assessoria Famato)

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