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Agronegócio & Produção

Milho: Exportações, clima e câmbio apontam para escassez do grão em 2020

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Uma série de fatores indica para a escassez e encarecimento do milho para as cadeias produtivas em todo o país já neste primeiro semestre do ano.

Em 2019, o Brasil se tornou o maior exportador de milho do mundo, superando inclusive os Estados Unidos, com embarques de 44,9 milhões de toneladas, um crescimento de 88% em relação ao ano anterior.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a saca de 60 quilos de milho chegou a R$ 49,31 na semana passada, maior valor registrado desde junho de 2016. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMF), a cotação do grão já ultrapassa R$ 50 por saca.

Todo este cenário, porém, mostra os dois lados da moeda. Afinal, se por um lado os produtores de milho festejam a boa remuneração, por outro há o inevitável encarecimento dos custos para as cadeias produtivas de aves, bovinos e suínos.

Mercado interno ficará dependente da segunda safra, a ser colhida em julho, que responde por 70% da produção total de milho.

O analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, afirma que a tendência é que o grão continue em alta, incentivando o washout — quando comprador e vendedor concordam em desfazer uma negociação — dos contratos de janeiro, “para que as tradings revertam esse milho para o mercado interno”. Outro fato que sustenta essa perspectiva, segundo ele, é o momento dos preços das carnes suína e de frango.

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Segundo especialistas, a insuficiência de milho acontecerá em decorrência de fatores naturais –  como seca, queimadas, atraso no plantio e redução de área cultivada – e econômicos, por conta do aumento das exportações do grão em face da situação cambial favorável. Ou seja, a tendência é de quadro de oferta apertado em relação à demanda, o que pode indicar que o mercado brasileiro de milho inicia 2020 com perspectiva de preços firmes pelo menos para o primeiro semestre do ano.

Outro fator que indica a tendência de escassez de milho em 2020 é a situação cambial, que estimula a venda externa e a exportação, enxugando o mercado interno.

Neste ano, a produção brasileira de milho está estimada em 104,135 milhões de toneladas, com queda de 3% em relação ao resultado de 2019, de 107,375 milhões de toneladas.

Dependência perigosa

O mercado interno ficará dependente da segunda safra, a ser colhida em julho, que responde por 70% da produção total de milho. A safra dependerá totalmente do clima e, se as chuvas não forem suficientes, o quadro de oferta e demanda ficará extremamente desequilibrado. A agroindústria espera que a segunda safra de milho garanta o abastecimento no segundo semestre, regularizando o cenário de oferta.

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A tendência é que o Brasil ficará dependente de três variáveis incontroláveis: o clima para a safrinha, o clima para a safra norte-americana e o fluxo de exportações no segundo semestre.

Em face da estiagem, produtores de milho do Rio Grande do Sul já registram perdas de até 15%. Por outro lado, a seca que atinge o Paraná atrasará em 30 dias a colheita e a segunda safra somente será colhida em julho.

Ao mesmo tempo, as usinas de etanol de milho do Centro-Oeste consumirão não menos que 5 milhões de toneladas do grão, o que reduzirá ainda mais a disponibilidade do produto neste ano.

(Redação EB, com Canal Rural)

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Agronegócio & Produção

Safra será de 322,6 milhões/tons em 2025, segundo previsão do IBGE; MT lidera produção

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No terceiro prognóstico para a safra 2025, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 322,6 milhões de toneladas, com alta de 2,5% ante o 2º prognóstico (7,8 milhões de toneladas) e alta de 10,2% frente a 2024 (29,9 milhões de toneladas).

Esperam-se acréscimos na produção da soja (15,4% ou 22 347 519 t), para o milho 1ª safra (9,3% ou 2 124 233 t), para o milho 2ª safra (4,1% ou 3 736 047 t), para o arroz (8,1% ou 856 065 t), para o trigo (4,8% ou 360 657 t) e para o feijão 1ª safra (30,9% ou 276 071 t). Para o algodão herbáceo em caroço foi estimado uma estabilidade na produção (0,0% ou 2 354 t), enquanto para o sorgo foi estimado um declínio de 3,2% ou
-127 668 t.

Já a safra de 2024 alcançou 292,7 milhões de toneladas, com queda de 7,2% (22,7 milhões de toneladas) ante a safra de 2023. A área colhida em 2024 chegou a 79,0 milhões de hectares, com alta de 1,6% (ou mais 1,2 milhão de hectares) frente a 2023.

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Na produção, ocorrem acréscimos de 14,6% para o algodão herbáceo (em caroço); de 3,0% para o arroz; de 5,0% para o feijão, bem como decréscimos de 4,6% para a soja, de 12,5% para o milho (reduções de 17,4% no milho de 1ª safra e de 11,2% no milho de 2ª safra), de 2,9% para o trigo e de 7,5% para o sorgo.

Para a soja, a estimativa de produção foi de 144,9 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 114,7 milhões de toneladas (22,9 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 91,8 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,6 milhões de toneladas; a do trigo em 7,5 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,9 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 4,0 milhões de toneladas.

Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,4%, seguido pelo Paraná (12,8%), Rio Grande do Sul (11,8%), Goiás (11,0%), Mato Grosso do Sul (6,7%) e Minas Gerais (5,7%), que, somados, representaram 79,4% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (49,4%), Sul (26,8%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,8%) e Norte (6,2%).

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