TANGARÁ DA SERRA
Pesquisar
Close this search box.

Economia & Mercado

Concessão de liminar evidencia uso das RJs como estratégia para calote legalizado

Publicado em

No final do mês de maio último, a desembargadora Marilsen Andrade Addario, da Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu liminar suspendendo os efeitos do processamento de recuperação judicial (RJ) do Grupo Safras, que envolveu dívidas de R$ 1,8 bilhão.

A liminar atendeu a agravo de instrumento de credores que contestaram a autorização para a RJ pela 4ª Vara Cível de Sinop, com base em indícios contundentes da utilização fraudulenta do pedido, como ausência de documentos e demonstração contábeis irregulares.

A suspensão da RJ do Grupo Safras acontece em meio a uma série de pedidos de recuperações judiciais nos últimos anos, envolvendo quase sempre grandes grupos do Agro em Mato Grosso.

É bem verdade que a RJ é um instrumento legal, previsto na legislação brasileira para empresas que se encontram em situação de crise econômico-financeira. O problema é que as RJs tem sido tão frequentes em Mato Grosso que já representam prejuízos sucessivos a um grande número de credores, atingindo em cheio todo o segmento empresarial.

Leia mais:  ApexBrasil terá escritório em Cuiabá e aproxima Mato Grosso do mercado internacional

A suspensão das execuções, a necessidade de aprovação de um plano de recuperação e a possibilidade de perda de garantias são alguns dos fatores que contribuem para estes prejuízos.

Ou seja, o instrumento blinda o devedor contra credores, gera grandes desgastes e dificuldades enormes a empresas menores. Quebra-se, aí, toda uma cadeia, onde a ponta mais frágil é justamente o colaborador destas empresas, que perde seu posto de trabalho.

No caso da RJ requerida pelo Grupo Safras, que tem dívidas de R$ 2,2 bilhões, cerca de R$ 1,8 bilhão seriam submetidos à proteção contra credores. Ou seja, um valor vultoso que poderia levar a uma quebradeira em série, representando crises financeiras e desemprego.

Protestos

Em maio, credores do Grupo Safras apresentaram inúmeras contestações ao pedido, acusando a companhia de fraude, apropriação indevida de grãos, desvio de ativos, dilapidação patrimonial e utilização indevida do instituto da Recuperação Judicial. Também acusaram o conglomerado de inconsistências contábeis, contradições documentais, omissões na relação de bens dos sócios, divergências em extratos bancários, além de questionarem a composição do ativo não circulante, e uma suposta existência de repasses financeiros a fundos de investimento em prejuízo do caixa das empresas.

Leia mais:  Custo de produção maior pressionará margens da soja e do milho na safra 2025/26

A afirmação de que poucas empresas conseguem sair da recuperação judicial é verdadeira. Um estudo da Serasa Experian revelou que apenas 23% das empresas sobrevivem após pedirem recuperação judicial. Este número é bastante baixo quando comparado a países como os Estados Unidos, onde a taxa de sucesso é de cerca de 35%, e a Europa, que pode chegar a 60%.

Os clientes também são impactados pela recuperação judicial, especialmente no que diz respeito à percepção de estabilidade empresarial. Muitos veem o processo como um indicativo de fragilidade financeira, o que pode levar à perda de confiança e à diminuição da demanda pelos produtos ou serviços.

Comentários Facebook
Advertisement

Economia & Mercado

ApexBrasil terá escritório em Cuiabá e aproxima Mato Grosso do mercado internacional

Published

on

ApexBrasil instalará um escritório regional em Cuiabá, no edifício da Famato, aproximando produtores mato-grossenses do mercado internacional. O termo de cooperação foi assinado nesta terça-feira (23) em Brasília pelo presidente da Famato, Vilmondes Tomain, ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Proposta pela Famato, a iniciativa garante aos produtores acesso direto a serviços de internacionalização, certificações e atração de investidores, antes centralizados em Brasília. Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, milho, algodão e carne bovina, passa a contar com estrutura própria para ampliar sua competitividade global.

Para Tomain, a medida coloca o produtor rural no centro do processo. “Nosso compromisso é abrir mercados e levar o nome de Mato Grosso para o mundo. Esse escritório dará suporte técnico e acesso a certificações que consolidam nossa posição como referência global em alimentos”, disse.

Termo de cooperação foi assinado na última terça-feira (23) em Brasília.

Fávaro destacou que a nova unidade fortalece o agro mato-grossense: “Ter a ApexBrasil em Cuiabá significa aproximar ainda mais o estado das oportunidades globais. É um passo que projeta o Brasil no cenário mundial”, afirmou.

Leia mais:  Acordo entre Mercosul e União Europeia quebra barreiras e abre nova perspectiva econômica

Já Viana ressaltou o caráter estratégico da iniciativa: “A missão da ApexBrasil é abrir portas e apoiar quem busca mercados internacionais. Estar em Cuiabá, coração do agronegócio, permitirá ampliar o alcance da produção mato-grossense no mundo”, disse.

Também participaram do ato dirigentes da Famato, representantes da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura.

Segundo Tomain, a instalação do escritório simboliza um avanço decisivo: transformar o potencial produtivo em resultados concretos, consolidando Mato Grosso como motor do desenvolvimento nacional e fornecedor estratégico de alimentos ao planeta.

(Redação EB, com Assessoria Famato)

Comentários Facebook
Continue Reading

Envie sua sugestão

Clique no botão abaixo e envie sua sugestão para nossa equipe de redação
SUGESTÃO

Empresas & Produtos

Economia & Mercado

Contábil & Tributário

Governo & Legislação

Profissionais & Tecnologias

Mais Lidas da Semana