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Agronegócio & Produção

Agricultores familiares do Centro-Oeste já podem acessar o Programa de Microcrédito Produtivo

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Agricultores familiares do Centro-Oeste já podem acessar o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) para investimento e custeio de atividades produtivas. O programa de crédito rural foi lançado na região nesta quarta-feira (26), pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

Os contratantes da linha de microcrédito produtivo rural contam com condições diferenciadas do mercado, como juros de 0,5% ao ano, prazo de pagamento de até três anos (dependendo da finalidade do contrato), além de bônus de adimplência. Isso significa que todo beneficiário que pagar o crédito em dia poderá obter descontos de 25 a 40% para quitar o recurso e renovar o crédito no ano seguinte.

A previsão para esse ano é destinar R$ 150 milhões provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para cobrir qualquer demanda que gere renda para 15 mil pessoas da região. Se enquadram como beneficiárias famílias com renda bruta anual de até R$ 50 mil inscritas no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).

O secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, Eduardo Tavares, classificou o PNMPO como uma política transversal que abrange segurança alimentar, segurança hídrica, sustentabilidade e dignidade para as famílias produtoras. “É muito importante construir cada vez mais essas pontes, integrando as políticas, para que no final do dia tenhamos um país mais justo, menos desigual, com oportunidades para a agricultura familiar”, destacou.

Em Brasília, o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, Eduardo Tavares, convidou trabalhadores rurais moradores do Quilombo Kalunga (GO) para assinar os primeiros contratos do PNMPO no Centro-Oeste. Foram assinados dois contratos de R$12 mil, o valor integral da unidade familiar. Levando em conta o desconto de 25% de adimplência, as beneficiárias deixarão de quitar R$ 3 mil.

Para Divina Francisco Vieira, 45 anos, moradora da comunidade Engenho II no Quilombo Kalunga, o dinheiro chega em boa hora para reformar seu galinheiro, comprar um motor moedor de cana-de-açúcar e aumentar a produção de mandioca, hortaliças e frutos do cerrado. O recurso vai beneficiar também seus três filhos e três netos.

“Faz cinco anos que eu planto e entrego alimentos nas escolas do quilombo. Hoje, o turismo é a principal fonte de renda para nós na comunidade, e podemos oferecer os alimentos da roça, tudo orgânico, para os turistas”, comentou Divina.

Por sua vez, a agricultora Áurea Maria, 44, deseja comprar gado com o crédito, para começar a investir na área de pecuária. Ela conta que descobriu a o programa por meio da Associação do Quilombo Kalunga, que divulgou a iniciativa no grupo de mensagens local.

“Antes dos agentes de crédito fazerem uma reunião na comunidade, eu fui até a cidade para me informar. Foi tão rápido que eu fui pegar informação e já fiz o contrato no mesmo dia. Fui corajosa, fui a primeira”, comemorou.

Histórico

A iniciativa que une a metodologia do PNMPO à linha de microcrédito produtivo rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf B) foi inaugurada na região Norte, em dezembro de 2024, com uma cerimônia no Amapá. O programa visa atender áreas rurais do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste, e Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, na região Norte.

Até o momento, já foram assinados 1.310 contratos de microcrédito produtivo no Norte, que totalizam R$ 15,2 milhões em financiamentos. Para essa região estão previstos investimentos de R$ 150 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO).

Segundo Eduardo Tavares, o acesso ao crédito é uma das metas de um objetivo maior da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros que mira as populações rurais. “Essa iniciativa faz parte de uma agenda de entregas em que pretendemos alcançar quem mais precisa. Temos discutido, inclusive com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), nessas captações que fizemos para os fundos constitucionais, de que forma poderíamos financiar cooperativas de produção, associações, agroindústrias, enfim, que vão começar a surgir desses movimentos de organização social no campo”, sinalizou.

(Fonte: MIDR/Brasil 61)

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Agronegócio & Produção

Produção agrícola mecanizada em terras indígenas pode impulsionar o agro no Chapadão

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou na semana passada que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou comunidades indígenas a desenvolver agricultura mecanizada e monocultura em seus territórios.

Em Mato Grosso, a decisão abre novas perspectivas para as etnias Paresi, Nambiquara e Manoki, da região de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Tangará da Serra. A partir da autorização, as comunidades poderão cultivar soja e milho sem risco de multas ou embargos ambientais.

As lideranças indígenas comemoraram a medida. Entre elas está Arnaldo Zunizakae, presidente da Coopihanama, cooperativa que administra a produção agrícola das aldeias. Ele destacou que a decisão garante melhorias na qualidade de vida e contribui para a permanência dos povos em seus territórios.

Fávaro também ressaltou que, além da autorização do Ibama, os agricultores indígenas poderão acessar linhas de crédito do Plano Safra para financiar a produção.

Tangará da Serra

Em Tangará da Serra, as terras indígenas correspondem a 53% da área total do município, que possui aproximadamente 11,3 mil km². A maior é a Terra Indígena Pareci, onde estão localizadas as aldeias Katyalarekwa e Serra Dourada, a cerca de 125 quilômetros da área urbana. Já a Aldeia Formoso, integrante da Terra Indígena Rio Formoso, fica a 85 quilômetros do centro da cidade.

Parte das comunidades já produz grãos nessas áreas. O trabalho é acompanhado por programas de capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece cursos de operação e manutenção de máquinas agrícolas e de aplicação de herbicidas.

Em Campo Novo do Parecis, a 400 quilômetros de Cuiabá, a produção indígena já ocorre há 15 anos. Nas terras das etnias Manoki, Nambiquara e Paresi, mais de 17 mil hectares são destinados ao cultivo de grãos. Segundo as lideranças, 95% do tratamento da lavoura é feito sem agrotóxicos.

Potencial econômico

As reservas indígenas em Tangará da Serra somam cerca de 6 mil km², o equivalente a 600 mil hectares. Para efeito de comparação, o município conta atualmente com pouco mais de 176 mil hectares cultivados com soja e milho.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) de Tangará da Serra em 2021 foi de R$ 5,58 bilhões. Desse total, 25% — ou R$ 1,395 bilhão — correspondeu ao valor adicionado pela agropecuária.

Se apenas 10% da área indígena fosse destinada ao plantio — respeitando a reserva legal mínima de 35% no Cerrado — seria possível ampliar em quase 30% a área agrícola do município. Nesse cenário, considerando as produtividades da soja e do milho (respectivamente 66 sc/ha e 126 sc/ha) e as cotações atuais desses produtos, a agropecuária poderia acrescentar, somente na comercialização da safra, quase R$ 500 milhões ao PIB local, elevando-o para praticamente R$ 6 bilhões.

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