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História & Personalidades

Acervo Digital reúne histórias da criação de importantes instituições do agro

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O engenheiro agrônomo aposentado, Hortêncio Paro, em atuação em Mato Grosso desde a década de 70, acompanhou a criação de instituições que fortaleceram o setor agropecuário no estado, como a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

Em conversa ao Senar-MT, o pesquisador falou sobre o desenvolvimento do agro e a importância das iniciativas das instituições dos anos 70 a 2000.

Senar-MT – Como foi o início da sua trajetória no estado?

Hortêncio – Quando me formei em 1972 na Universidade Federal do Paraná, assumi uma vaga como agrônomo na Acarmat – Associação de Crédito, Assistência Rural de Mato Grosso – que depois se tornou Emater e posteriormente, Empaer. Ficamos 45 dias em treinamento. Depois fui para Fátima do Sul, quando Mato Grosso ainda era unificado. Por lá, trabalhei com mamona, algodão, amendoim e um pouco de pecuária. Depois me chamaram para Dourados para participar do Programa de Desenvolvimento da Grande Dourados – Prodegram. O Olacyr de Moraes queria plantar soja e trigo em Ponta Porã e elaboramos um documento técnico para basear o experimento.

Senar-MT – O senhor é conhecido nacionalmente pela sua pesquisa com o trigo, mas antes dele, o senhor também fez pesquisas de soja. Como foi o início dessa cultura no estado?

Hortêncio – Quando Jonas Pinheiro era presidente da Empaer, havia o desejo de iniciar o plantio da soja em Mato Grosso. Foi então que eu me mudei para Cuiabá. No dia 19 de março de 1979 fizemos o primeiro Dia de Campo de Soja em Mato Grosso, na Fazenda Ouro Verde, em Rondonópolis.

A partir de então, começamos a introduzir a soja, que ainda era só a linhagem, não era uma cultura, nem tinha variedade. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) nos enviou sementes para serem plantadas em Mato Grosso. Inicialmente foram plantados cinco hectares de IAC II, a primeira variedade de soja que entrou em Mato Grosso, em Rondonópolis.

Nos anos 80, o IAC produziu a variedade chamada Cristalina que foi a salvação de Mato Grosso que produzia 50 sacas por hectare, enquanto a IAC II produzia 35. Ela é a mãe da soja no estado.

Senar-MT – Com o desenvolvimento da soja, o senhor partiu para o trigo. Como foi essa pesquisa?

Hortêncio – O nosso primeiro trabalho com o trigo foi o Protrigo, uma unidade de observação de trigo de sequeiro em Alto Taquari. Foi um experimento que produziu mais de 40 sacos por hectare. Plantamos uma lavoura de quase 80 hectares.

Hoje, a associação dos irrigantes de Primavera do Leste tem a proposta de trazer um moinho de trigo para eles aproveitarem os 40 mil hectares de pivô pronto que pode plantar trigo irrigado.  Nós precisamos urgentemente trazer um moinho de trigo para Mato Grosso.

Senar-MT – E quanto ao algodão?

Hortêncio – Em 1983 ocorreu a ideia de começarmos a valorizar o algodão, porque tinha só o algodão de pequeno produtor de baixa produtividade. Começamos a pesquisa por meio do Plano Nacional do Algodão, trouxeram informações de como era feito lá fora e em 1990 foi implantada a primeira variedade de algodão do cerrado de Mato Grosso, ITA90, que era tolerável ao calor na fazenda do Olacyr de Moraes. Nós devemos muito o algodão de cerrado a este homem.

Senar-MT – Com todas essas culturas já desenvolvidas, na sua opinião, qual é o próximo boom de Mato Grosso?

Hortêncio – Nós temos o girassol e o gergelim que tem muito potencial. Somos campeões de milho no Brasil. O milho safrinha começou aqui.

Senar-MT – O senhor tem uma base de dados muito grande. Como a Famato contribuiu para essa história?

Hortêncio – Em 15 de setembro de 1964, Bento Machado Lobo, que era Secretário de Agricultura de Mato Grosso, publicou um decreto criando a Famato e a Acarmat, que depois se tornaria Empaer. Para mim, a Famato é a gestora do desenvolvimento e a Acarmat é quem buscou alimentar cientificamente o desenvolvimento. Toda essa história que transformou Mato Grosso nesse grande produtor que é hoje, deve-se a essas instituições.

Hortêncio Paro está entre as pessoas que já contribuíram para o Acervo Digital da instituição. O projeto está na fase de implantação. Os interessados em contribuírem podem enviar fotos e registros para a Assessoria de Imprensa do Senar-MT. As imagens que estiverem impressas serão digitalizadas pela equipe e devolvidas aos respectivos donos. Já os registros que já foram digitais podem ser encaminhados para o e-mail [email protected].

(Ascom Senar)

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Programação de aniversário de Tangará da Serra incluirá homenagem a Olacyr de Moraes

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As celebrações dos 45 anos de emancipação de Tangará da Serra, no próximo dia 13 de maio, terão como atrativo adicional a inauguração do ‘Memorial Olacyr Francisco de Moraes’, em homenagem ao empresário que impulsionou o desenvolvimento da região com vários empreendimentos em diversos setores.

O memorial está localizado no canteiro central da avenida Lions Internacional, cruzamento com a Ismael José do Nascimento e recebe trabalhos de finalização. É resultado de uma parceria entre o município de Tangará da Serra e o setor empresarial, através da UISA Bioenergia + Açúcar, e os empresários Alfredo Acácio Nuernberg (TratorTecMaq), Carlos Alberto Senarezi, Herinaldo Menezes Costa e Odécio Luiz Sartoretto (diretores da Calcário Tangará).

Memorial está localizado no canteiro central da avenida Lions Internacional, cruzamento com a Ismael José do Nascimento.

Segundo os empresários, o memorial é uma forma de perpetuar a figura de Olacyr de Moraes como agente fundamental para a consolidação da região de Tangará da Serra como polo produtivo e de desenvolvimento em Mato Grosso. “O doutor Olacyr foi um ícone do empreendedorismo nacional e deixou sua obra aqui na região, no agronegócio, na geração de energia hidrelétrica e no setor sucroalcooleiro”, disse o empresário Alfredo Nuernberg, citando os dizeres da placa do memorial:

“Veni, vidi, vici – Esta frase celebrada na História atesta que o desenvolvimento só é possível com a perseverança dos grandes empreendedores. Olacyr Francisco de Moraes fez brotar riqueza no cerrado brasileiro com a soja, o algodão, a cana-de-açúcar e a energia elétrica. Veio, viu e venceu. Esta terra lhe tem eterna gratidão!”

Legado

Empresário deixou legado de desenvolvimento na região de Tangará da Serra-MT.

Olacyr Francisco Moraes nasceu em Itápolis no dia 1º de abril de 1931 e faleceu em São Paulo em 16 de junho de 2015, aos 84 anos. Célebre pioneiro e empreendedor, promoveu o desenvolvimento na região investindo nas culturas da soja, da cana-de-açúcar e do algodão, na geração de energia elétrica e na extração de calcário.

Seu legado reuniu, entre outros empreendimentos, a antiga Usinas Itamarati (hoje ‘Uisa Bioenergia), no vizinho município de Nova Olímpia, e a empreiteira Constran, que construiu as hidrelétricas de Juba I e II.

No agronegócio, abriu uma nova fronteira no ano de 1973 – quando começou a formar as fazendas Itamarati 1 e 2. Na sequência, fundou a Calcário Tangará.

Liderou mais de 10 mil pesquisas e cruzamentos genéticos até chegar ao algodão Ita-90, variedade que converteu o Brasil em importador a grande exportador do produto.

Pelo Brasil afora, investiu em logística de transportes e liderou grandes obras de infraestrutura, sendo um dos mais importantes e celebrados empresários brasileiros, reconhecido como um dos esteios do desenvolvimento do país.

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