Tangará da Serra comemora amanhã (sexta, 13), 46 anos de emancipação. Uma programação festiva elaborada pelo poder público local conta com eventos em andamento desde o início da semana, com ápice na data oficial do município.
Na programação, a cidade já conta, desde o início da semana, com a Exposição Vale dos Dinossauros, na Praça da Bíblia, e, a partir desta quinta, com Festa dos Estados e Feira Gastronômica (Módulo Esportivo).
Amanhã, dia oficial do município, haverá o tradicional desfile cívico. Também amanhã, o governador Mauro Mendes estará na região do Chapadão do Rio Verde para lançar as obras de pavimentação de trecho da MT-358.
Assim como todo o país, a cidade entra num período de pós-pandemia. Foram 27 meses convivendo com a doença provocada pelo coronavírus (Covid-19), com o primeiro caso registrado no município em 01 de abril de 2020.
A partir de agora, Tangará da Serra ingressa numa busca pelo atendimento de grandes demandas, dentre as quais se destacam quatro: A suficiência no abastecimento de água nos períodos de estiagem, a sustentação da saúde pública, a recuperação de sua malha viária urbana, além da representatividade política em Brasília e uma presença mais forte na esfera estadual.
Água
A tranquilidade na oferta de água deverá ser obtida com uma obra de segurança hídrica, que é o sistema de adução de água bruta do rio Sepotuba para a Estação de Captação, Tratamento e Distribuição (ETA Queima Pé).

O município recebeu ontem (quarta, 11) a Licença de Instalação (LI) do sistema, emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). O sistema de adução consiste numa adutora de 14 quilômetros do Sepotuba até a ETA Queima Pé e será utilizado como segurança hídrica, ou seja, entrando em funcionamento somente após constatada a insuficiência de vazão do rio Queima Pé.
A suficiência no abastecimento também depende da ampliação da capacidade de tratamento da ETA Queima Pé, obra já em planejamento pelo Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
Saúde Pública
Na área da Saúde, o município vive a expectativa de equipar o Hospital Municipal Arlete Daisy Cichetti de Brito (foto abaixo) com centro cirúrgico e UTI. Uma vez equipado com estas estruturas, o município poderá realizar cirurgias gerais sem precisar remover pacientes para outros centros.

Para viabilizar isso, o município conta com promessa de apoio do governo estadual que, através do vice-governador, Otaviano Pivetta, garante que o Estado ajudará no financiamento para que Tangará da Serra possa fazer cirurgias gerais. A ‘promessa’ foi feita ao prefeito Vander Masson e ao deputado estadual Dr. João, em reunião realizada no mês passado no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.
Além dos equipamentos do Hospital Municipal, o município será contemplado com o Hospital Regional, cuja obra já foi licitada pelo governo do Estado e será construída ao longo de quatro anos.
Malha urbana
Outra demanda importante para a cidade é a restauração da malha viária urbana. A grande maioria das ruas e avenidas de Tangará da Serra conta com asfalto antigo, ou cheio de buracos ou repleto de remendos.
As más condições das ruas e avenidas da cidade têm rendido reclamações insistentes dos munícipes ao longo de várias gestões, sendo que na atual há cobranças incisivas pela Câmara de Vereadores.

Porém, uma solução parece estar surgindo. O município abriu, no último dia 03, licitação para adquirir uma usina móvel para produção de CBUQ. O processo licitatório se dará na modalidade pregão eletrônico, com investimento previsto superior a R$ 2 milhões, compreendendo a unidade processadora móvel e no tanque de armazenagem de material.
Segundo o secretário de Infraestrutura do município, Magno César Ferreira, após o processo licitatório, a empresa vencedora entregará a estrutura em até 120 dias.
Representatividade

Atualmente, Tangará da Serra conta com um único representante na ALMT.
Polo de uma região com mais de 200 mil eleitores, Tangará da Serra se ressente da falta de força política nas esferas estadual e federal de governo. Atualmente com apenas um deputado estadual, o município sofre com a incapacidade de entendimento entre seus agentes políticos, que priorizam interesses partidários e/ou grupos, relegando os interesses do município a um segundo plano.
Às vésperas das convenções partidárias, é muito provável que o município veja um desfile de candidatos a deputados estaduais e federais. Com isso, é enorme o risco do 5º maior município do estado ficar por quatro anos sem representatividade política.
Além da incapacidade de entendimento local, a classe política é absolutamente incapaz de promover articulações entre cidades vizinhas para garantir representatividade para a região, que reúne 19 municípios num grande quadrante desde Juína, ao norte, até Barra do Bugres, ao sul, e desde Diamantino, ao leste, a Comodoro, a oeste. São mais de 417 mil habitantes e, conjuntamente, um produto interno bruto (PIB) que se aproxima de R$ 30 bilhões.
Esta mesma região dispõe de um colégio eleitoral de aproximadamente 250 mil eleitores, o que corresponde a 11% do eleitorado total de Mato Grosso.
Com estes números, bastaria uma boa organização e um planejamento eficiente para a região garantir ao menos quatro representantes na Assembleia Legislativa e, com certa tranquilidade, um deputado na Câmara Federal, em Brasília.