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Economia & Mercado

Da lavoura ao varejo, cadeia produtiva do algodão sente o baque da crise

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Na crise proporcionada pela pandemia do novo coronavírus, a cadeia produtiva do algodão é uma das que sentem o maior baque. Os danos causados indiretamente pelo vírus atingem os três pilares do setor: a lavoura, a indústria e o varejo.

No setor primário desta grande cadeia, as incertezas são evidentes. Se por um lado os produtores de algodão de Mato Grosso se beneficiam do mercado futuro (que já garantiu a comercialização a bons preços de 75% do algodão que ainda está na lavoura), há um detalhe que leva o setor a uma séria preocupação: a desistência dos compradores.

No caso do algodão, compradores podem desistir de contratos de compra pagando a multa contratual e adotando a prática do “washout” (recompra). A partir desse expediente, os compradores cancelam o contrato e voltam ao mercado para comprar o mesmo algodão a preços muito inferiores.

Indústria e Varejo

Em Mato Grosso e em Tangará da Serra, na outra ponta da cadeia, o setor varejista tenta se reerguer com a retomada das atividades. As lojas puderam reabrir desde a terça-feira (14) da semana passada para atender um movimento tímido de consumidores. O segmento ainda não conseguiu mensurar a reação, mas é certo que a recuperação será lenta e gradual.

(*) Sobre a recuperação, leia matéria do Enfoque Business no link: https://enfoquebusiness.com.br/economia-retomada-pos-crise-sera-gradativa-e-devera-ocorrer-a-partir-de-julho/)

A vagarosa reação é prevista pela empresa de consultoria Deloitte (ver matéria no link acima). O comércio varejista se insere entre os setores importantes da economia – como alimentação, serviços e turismo – que começarão a mostrar alguma reação à crise em julho, lentamente, com escalada de recuperação até dezembro, com a chegada do Natal. Porém, ao final deste ano, a economia ainda estará sentindo o ‘baque’ provocado pela pandemia.

Movimento de consumidores no comércio local é tímido.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit), mais de 80% das unidades industriais estão chegando (ou chegaram) ao final das férias coletivas concedidas neste período de quarentena.

Agora, se movimentam para buscar alternativas do que fazer num cenário no qual o varejo sai de um hiato de um mês de inatividade. Por enquanto, não há como produzir de forma sistemática e organizada, pois não há para quem vender. Esta situação é verificada nas pesquisas de mercado realizadas pela entidade, que apontam para queda de 90% das vendas devido ao fechamento das lojas. Movimento mínimo vem se mantendo por meio do e-commerce.

Indústria de confecções busca recuperação em período de incertezas.

Por outro lado, parte da indústria que fabrica produtos médico-hospitalares está funcionando a plena carga para atender ao enorme crescimento da demanda desses artigos. Multiplicou-se por 10, 15 vezes a busca por itens como máscaras, aventais, lençóis, entre outros itens. Num esforço de guerra, parte da indústria têxtil e de confecção está se transformando para produzir e atender a essa imensa demanda do setor médico e hospitalar.

“Num momento de crise, como este que estamos vivendo, é que podemos constatar a importância vital para o Brasil em ter um parque industrial que consiga atender as necessidades da nossa população”, enfatiza o presidente da Abit, Fernando Pimentel.

Efeito China

Pimentel alerta sobre o risco, em meio à pandemia da Covid-19, de o mercado nacional enfrentar um forte e abrupto crescimento de importações provenientes da China no momento em que forem reiniciadas as atividades no Brasil. “Com o reinício da produção industrial no país asiático, simultaneamente ao período de quarentena no Brasil, pode-se abrir um flanco muito perigoso para a produção, o emprego e a retomada do nosso setor”, explica.

Pimentel salienta que enquanto a China estava parada por conta do novo coronavírus, houve mais espaço para os fabricantes nacionais, pois metade das importações brasileiras de têxteis e de confeccionados vêm daquele país.

No início do ano, ocorreu queda na importação de confeccionados e se verificou equilíbrio no tocante aos produtos intermediários – fios, filamentos, linhas, tecidos, malhas, zíperes, botões, dentre outros. “Agora, estamos parados aqui e eles voltam a operar lá. Por isso, permanecemos atentos, inclusive quanto aos preços praticados, dado o excesso de produtos existentes no mundo e os principais mercados consumidores paralisados ou semiparalisados em função da pandemia”.

O presidente da Abit lembra que, tradicionalmente, já é complicado competir com a China, pois os fabricantes de lá têm vantagens em relação aos brasileiros, como subsídios do governo, menos impostos, mais acesso a crédito e juros menores. Por isso, neste momento de pandemia, seria muito importante que as medidas de contingência adotadas pelo Governo Federal, que estão na direção correta, se viabilizassem mais rapidamente.

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Mato Grosso recebeu mais de 27 mil novas indústrias em 2024, aponta Jucemat

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Políticas públicas e ações estratégicas de atração de investimentos resultaram na abertura de 27.594 novas indústrias no Estado em 2024. Dados da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat) apontam que o segmento com mais indústrias abertas foi o de transformação, com 13.776 unidades, seguidos do setor de construção, com 12.906.

Os programas de incentivos fiscais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) têm sido o principal chamariz para novas indústrias, conforme explica o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.

Um exemplo é a indústria de refino de óleo vegetal de algodão, Icofort. A empresa é a primeira do estado com essa atividade e foi inaugurada no mês de setembro, em Nova Mutum. A Icofort inaugurou como beneficiária do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), a partir do início do seu funcionamento. Ao todo, a empresa gerou 156 empregos diretos e 600 indiretos.

Segundo a SEDEC-MT, incentivos fiscais têm sido o principal chamariz para novas indústrias.

César Miranda ressalta que essa crescente é fruto de um trabalho que vem sendo realizado há alguns anos.  “Mato Grosso é o Brasil que dá certo e a gestão do governador Mauro Mendes tem trabalhado para atrair investimentos que mudam a vida dos mato-grossenses. A Icofort exemplifica esse trabalho. Começamos as tratativas em 2021, até que a indústria se instalasse e começasse a operar este ano, gerando empregos e renda. Nós temos a segunda menor taxa de desemprego do país, sendo um reflexo de tantas oportunidades que apresentamos e construímos no Estado”, afirma o secretário.

O secretário ainda destaca que Mato Grosso detém o maior rebanho bovino e o maior produtor de grãos. “Desta forma, a Sedec tem atuado para estimular a industrialização no Estado, para que as commodities tenham seus produtos transformados no Estado”, diz.

O último dado divulgado pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou Mato Grosso entre os cinco estados do país com maior avanço na produção industrial, com 0,8% de crescimento.

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