TANGARÁ DA SERRA
Pesquisar
Close this search box.

Economia & Mercado

Copom deve cortar Selic em 0,75 p.p. nesta quarta, mas comunicado pode ser influenciado por dados econômicos recentes

Publicado em

Os dados econômicos fracos como o de vendas no varejo divulgado na terça-feira (16) mostram que os investidores devem ficar bastante atentos ao teor do comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (17).

Apesar de não mudarem o cenário para esta decisão específica – para a qual está amplamente precificado um corte de 0,75 ponto percentual na Selic –, a ideia é observar se a autoridade monetária deixará a porta entreaberta ou fechada para uma nova redução na taxa básica de juros.

Hoje, a Selic já está em seu menor patamar histórico, em 3% ao ano, depois de uma redução de 0,75 p.p. na reunião do Copom de 6 de maio. Foi o sétimo corte consecutivo da taxa, que estava em 6,50% até setembro de 2019, quando o atual ciclo de relaxamento monetário começou.

Caso seja confirmada a redução de 0,75 p.p., a Selic cairá para 2,25% ao ano.

Segundo Jason Vieira, economista da Infinity Asset, o ineditismo do cenário atual dificulta a atuação do Banco Central em criar expectativas de longo prazo. “Teremos mais dados econômicos ruins em maio e junho, e as perspectivas só mudam se houver alteração no contexto da pandemia”, explica.

Para ele, os juros já estão superestimulativos e o ponto a ser observado é como o BC entenderá o contexto macroeconômico desta reunião em diante, com bastante atenção aos sinais sobre os próximos movimentos do Copom. “Eventualmente será necessário revisar os instrumentos que eles têm de política monetária para reverter o cenário atual.”

Em relatório, a equipe de análise da XP Investimentos escreve que não espera uma porta fechada para novos cortes no comunicado, apesar do comitê ter sinalizado na reunião passada que esta seria a última redução.

Isso porque as projeções de inflação do BC estarão bem abaixo da meta para os próximos dois anos, com as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caindo de 2,4% para 1,8% em 2020 e de 3,4% para 3% em 2021. A meta de inflação do BC atualmente é de 4%.

Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, também acha pouco provável que o comunicado seja definitivo ao afirmar que o ciclo de cortes acabou, mas não vê o BC sendo muito “dovish” (afeito a relaxamento monetário) no texto. “Não há muito mais espaço para afrouxar a política monetária. Estamos claramente em um final de ciclo”, avalia.

A economista entende que apesar dos dados econômicos brasileiros ainda estarem patinando, a confiança pouco a pouco mostra recuperação, o que é importante para a retomada econômica.

Outro ponto que não causa mais preocupação é o exterior. Jason Vieira lembra que com os Estados Unidos criando 2,5 milhões de empregos em maio e exibindo um crescimento de mais de 17% nas vendas do varejo de um lado, e a China em franca retomada de outro, os exportadores são os menos preocupados com a crise.

“A melhora no exterior é o que tem dado o alívio, pois tudo pode ser bem menos pior do que se imaginava. A questão é como vai ser a reação aqui”, diz Vieira.

Por outro lado, os analistas do Itaú BBA escreveram em relatório que o comitê deve continuar ressaltando as incertezas do cenário e pode sinalizar a interrupção do ciclo de baixas na Selic. Entrando assim “em um período de observação, para avaliar os efeitos das decisões recentes e, assim, desenhar os próximos passos de sua estratégia”.

De acordo com o Itaú, expectativas bem ancoradas e o elevado grau de ociosidade da economia indicam um cenário prospectivo de inflação abaixo da meta no horizonte relevante de política monetária. “Nesse ambiente, considerando uma redução do risco externo e expectativa de propagação menos intensa do vírus, esperamos que a autoridade monetária opte por manter a taxa básica neste patamar extraordinariamente estimulativo de 2,25% a.a. por algum tempo, mesmo com certo risco advindo da trajetória fiscal.”

Ausência de Kanczuk

À Bloomberg, Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, destacou que a ausência de Fabio Kanczuk, diretor de Política Econômica do BC, na reunião do Copom não altera a decisão, mas pode significar uma perda da comunicação.

Kanczuk tem sido um dos membros mais comunicativos do Comitê. Foi ele que disse no começo de junho que o patamar de 2,25% não é um piso para a Selic. “Eu diria que não vejo a taxa de 2,25% como algo que está escrito em uma pedra, algo já fixado, que já temos em mente que não podemos cruzar. Nós vimos membros diferentes do Copom fazendo cálculos diferentes”, explicou na época.

(Infomoney)

Comentários Facebook
Advertisement

Economia & Mercado

Galpão: como transformar um espaço que está ocioso em negócio lucrativo

Published

on

Entenda como o novo formato de consumo e a necessidade de recintos amplos transformam os galpões em espaços valiosos

Com o avanço da urbanização e o aumento de áreas desativadas em polos industriais, muitos galpões ficaram ociosos nas cidades brasileiras. Em vez de abandonados, esses espaços vêm sendo redescobertos como oportunidades de negócios por empreendedores atentos às mudanças de comportamento de consumo e uso do espaço urbano.

Reformar e adaptar um galpão pode ser mais rápido e menos oneroso do que construir algo do zero. O tamanho, a estrutura já existente e a localização costumam atrair quem busca criar negócios escaláveis, que vão de centros de distribuição até escolas de tecnologia, academias, mercados locais ou eventos culturais.

Uso logístico: a força do e-commerce acelerou a demanda

Com o crescimento das compras online nos últimos anos, especialmente após a pandemia, a demanda por centros de armazenagem e distribuição aumentou. Nesse cenário, os galpões próximos a centros urbanos se tornaram estratégicos para empresas que precisam agilizar a entrega de produtos.

Transformar um galpão em hub logístico requer planejamento de fluxo, segurança e acesso facilitado para veículos. Em contrapartida, oferece retorno financeiro constante, especialmente em contratos com grandes operadores.

Para quem possui galpão bem localizado, há uma oportunidade concreta de atrair locatários que buscam agilidade no atendimento e redução de custos de transporte.

Esse uso também permite acordos de médio e longo prazo, o que garante maior previsibilidade para quem aluga ou administra o imóvel. Com a expansão dos marketplaces e o avanço do delivery em setores como alimentação e varejo, esse tipo de operação deve continuar em alta nos próximos anos.

Eventos e experiências: a vocação criativa do espaço industrial

Outro caminho possível é transformar o galpão em espaço para eventos, feiras ou experiências imersivas. A arquitetura ampla e o pé-direito elevado se ajustam bem a projetos que exigem estrutura, circulação e impacto visual.

Nos últimos anos, diversos galpões em São Paulo e outras capitais brasileiras foram convertidos em centros culturais, festivais gastronômicos e exposições interativas.

A transformação não exige, necessariamente, grandes intervenções. Muitas vezes, manter a aparência industrial original é parte do charme do projeto.

O importante é garantir segurança, banheiros adequados, acessibilidade e licenças específicas para eventos. Isso permite receber desde pequenos shows até feiras setoriais e eventos corporativos.

Um espaço flexível e adaptável é um diferencial para quem busca explorar esse segmento. Como as experiências presenciais voltaram a ganhar força, os galpões oferecem a combinação ideal de estrutura, localização e impacto para se tornarem pontos fixos no calendário de eventos da cidade.

Comércio local ou serviços: resposta à demanda do bairro

Galpões também podem ser adaptados para usos cotidianos que atendem diretamente à população da região. Mercados, oficinas especializadas, escolas, clínicas veterinárias, centros de treinamento ou coworkings são possibilidades viáveis, especialmente em bairros com pouca infraestrutura comercial.

O diferencial nesse tipo de adaptação está em entender a demanda local e redesenhar o espaço de maneira inteligente. Ao dividir o galpão em módulos, é possível abrigar mais de um negócio, criando um mini-centro comercial com serviços variados. Isso atrai público e aumenta a rentabilidade do espaço.

Esse tipo de projeto pode ainda ter impacto positivo no entorno, ajudando na revitalização da área e atraindo outros investimentos. Com o tempo, o imóvel deixa de ser apenas uma estrutura de concreto para se tornar parte ativa da dinâmica do bairro.

Aluguel por demanda e modelos híbridos

Quem não deseja investir em uma única adaptação pode apostar em modelos híbridos de ocupação. Nesse formato, o galpão pode ser usado de forma temporária ou rotativa por diferentes empresas ou projetos. Uma opção comum é o aluguel para produções audiovisuais, ensaios fotográficos, treinamentos corporativos ou startups em fase de teste.

Essa flexibilidade reduz o risco do negócio e permite que o espaço seja explorado de forma dinâmica, conforme a sazonalidade e as necessidades do mercado. Também possibilita testar novos formatos de locação, como o aluguel por hora ou por período determinado, o que atrai empreendedores que não querem ou não podem assumir contratos longos.

A chave para esse modelo está na gestão eficiente do espaço, garantindo uma estrutura básica funcional e boas condições de acesso. Ter um calendário organizado e estratégias para atrair diferentes públicos faz toda a diferença nesse formato.

Um espaço, diferentes possibilidades

A transformação de um galpão em negócio passa por três pilares: observação do território, adaptação da estrutura e visão de longo prazo. O espaço pode atender demandas variadas, desde grandes operações até serviços de bairro, desde experiências artísticas até logística pesada.

O importante é compreender que cada galpão possui um perfil e que a decisão de como aproveitá-lo deve considerar tanto o entorno urbano quanto os movimentos do mercado. Seja qual for a escolha, pensar na iluminação para galpões é um dos fatores que ajuda a valorizar o espaço e garantir a funcionalidade do negócio.

(Assessoria)

Comentários Facebook
Continue Reading

Envie sua sugestão

Clique no botão abaixo e envie sua sugestão para nossa equipe de redação
SUGESTÃO

Empresas & Produtos

Economia & Mercado

Contábil & Tributário

Governo & Legislação

Profissionais & Tecnologias

Mais Lidas da Semana