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CNI: Queda nas exportações com tarifaço pode gerar desemprego no setor industrial

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A nova política tarifária dos Estados Unidos, com alíquotas de até 50% sobre produtos brasileiros, tem frustrado as expectativas do setor industrial. Pela primeira vez desde novembro de 2023, empresários estimam queda nas exportações para os próximos seis meses, o que indica também que o número de empregos pode diminuir.

Em agosto, sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o índice de expectativa para exportações nos seis meses seguintes recuou 5,1 pontos, atingindo 46,6 — abaixo da linha neutra de 50 pontos, o que indica pessimismo entre os industriais. Essa inversão de perspectiva não ocorria há quase dois anos, segundo a entidade.

“As expectativas relacionadas à quantidade exportada, número de empregados, compra de insumos e matérias-primas e de nível de atividade para os próximos seis meses recuaram em agosto. Essa piora das expectativas relacionadas às exportações da indústria está muito relacionada às incertezas ligadas ao cenário externo, principalmente em função da nova política comercial adotada pelo governo americano”, aponta Isabella Bianchi, analista de Políticas e Indústria da CNI.

Desde o início do mês, quase metade das exportações brasileiras para os Estados Unidos está sujeita à tarifa combinada de 50%. Em 2024, a venda de produtos nacionais ao mercado norte-americano representou cerca de US$ 17,5 bilhões.

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Além das exportações, o indicador de expectativa quanto ao número de empregados também mostra sinais preocupantes. O recuo de dois pontos, atingindo 49,3 — também abaixo dos 50 pontos — sugere que as empresas não projetam aumento, e até uma tímida queda no quadro de trabalhadores até fevereiro de 2026.

“A gente está vendo que os Estados Unidos compram muito mais do Brasil do que o Brasil está comprando os Estados Unidos. Isso faz com que a demanda do brasileiro ao mandar produtos para fora, os Estados Unidos não comprando, vai fazer com que a gente tenha mais produtos para compartilhar com outros países, os Estados Unidos diminuindo a aquisição. Isso é um fator que no Brasil pode aparecer outros players para a gente fechar negócios, mas quem sai prejudicado é a pessoa que produz no Brasil”.

Segundo Sidney Proença, educador financeiro e economista da Firece, o cenário comercial do Brasil ainda é incerto e defende mais “proatividade” e “aproximação” ao negociar a redução das tarifas com Washington. “Entendo que o caminho não é ficar trocando farpas. Vemos que os EUA compram muito mais do Brasil do que o Brasil dos EUA. Se eles não compram da gente, isso faz com que tenhamos mais produtos para compartilhar com outros parceiros comerciais. O problema, com isso, é quem sai prejudicado é a pessoa que produz no Brasil”, argumenta.

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Em relação ao pacote de medidas anunciado pelo governo federal para socorrer as empresas exportadoras brasileiras prejudicadas pelo tarifaço, Proença avalia que as medidas, como linhas de crédito e suspensão temporária de tributos, ajudam em curto prazo, mas podem ter um efeito reverso lá na frente.

“As linhas de crédito foram sancionadas pelo governo para não ter desgaste com o governo norte-americano. Só que isso implica mais gasto no bolso do empreendedor, que vai ter um alto custo para passar por essa crise que está sendo vivenciada agora. E aí o que pode acontecer é que o produtor brasileiro vai adicionar esse valor no produto final e, consequentemente, aumentar o custo para o consumidor”, complementa o especialista.

A pesquisa da CNI foi realizada entre 1º e 12 de agosto com 1.500 empresas, sendo 601 pequenas, 518 médias e 381 grandes.

Fonte: Brasil 61

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ApexBrasil terá escritório em Cuiabá e aproxima Mato Grosso do mercado internacional

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ApexBrasil instalará um escritório regional em Cuiabá, no edifício da Famato, aproximando produtores mato-grossenses do mercado internacional. O termo de cooperação foi assinado nesta terça-feira (23) em Brasília pelo presidente da Famato, Vilmondes Tomain, ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Proposta pela Famato, a iniciativa garante aos produtores acesso direto a serviços de internacionalização, certificações e atração de investidores, antes centralizados em Brasília. Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, milho, algodão e carne bovina, passa a contar com estrutura própria para ampliar sua competitividade global.

Para Tomain, a medida coloca o produtor rural no centro do processo. “Nosso compromisso é abrir mercados e levar o nome de Mato Grosso para o mundo. Esse escritório dará suporte técnico e acesso a certificações que consolidam nossa posição como referência global em alimentos”, disse.

Termo de cooperação foi assinado na última terça-feira (23) em Brasília.

Fávaro destacou que a nova unidade fortalece o agro mato-grossense: “Ter a ApexBrasil em Cuiabá significa aproximar ainda mais o estado das oportunidades globais. É um passo que projeta o Brasil no cenário mundial”, afirmou.

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Já Viana ressaltou o caráter estratégico da iniciativa: “A missão da ApexBrasil é abrir portas e apoiar quem busca mercados internacionais. Estar em Cuiabá, coração do agronegócio, permitirá ampliar o alcance da produção mato-grossense no mundo”, disse.

Também participaram do ato dirigentes da Famato, representantes da ApexBrasil e do Ministério da Agricultura.

Segundo Tomain, a instalação do escritório simboliza um avanço decisivo: transformar o potencial produtivo em resultados concretos, consolidando Mato Grosso como motor do desenvolvimento nacional e fornecedor estratégico de alimentos ao planeta.

(Redação EB, com Assessoria Famato)

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