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Agronegócio & Produção

Visitantes norte-americanos se impressionam com cuidados ambientais nas propriedades de Mato Grosso

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Grupo de produtores rurais da América do Norte conheceu dinâmica do Agro em Mato Grosso. Zelo ambiental foi o destaque, mas logística precária, burocracia e legislação limitadora foram os problemas apontados.

Grupo (Brent, em pé, ao fundo) foi recepcionado em jantar no CTG Aliança da Serra, na última quarta-feira.

“Não fazíamos ideia do cuidado que os produtores brasileiros tem com o meio ambiente”. A frase é do norte-americano Brent Rupiper, empresário do setor turístico de Yankton, cidade do condado de Dakota do Sul, localizado na porção norte dos Estados Unidos da América.

Brent liderou um grupo de 30 produtores rurais norte-americanos e canadenses que vieram visitar as grandes propriedades de Mato Grosso entre a última semana de janeiro e os primeiros dias deste mês. Eles aproveitaram a estação de inverno da América do Norte e embarcaram para o calor do Brasil com objetivo de conhecer o Agro mato-grossense.

Na noite da última quarta-feira, o grupo foi recepcionado em jantar com apresentações artísticas no CTG Aliança da Serra, em Tangará da Serra. No município, os norte-americanos conheceram fazendas com lavouras de soja, milho e algodão, e também de gado de corte. Na região, também conheceram usinas de açúcar e etanol, e também revendas de máquinas agrícolas e equipamentos.

Plantio duplo e tamanho das propriedades chamaram atenção dos visitantes.

“Ficamos impressionados, também, com o tamanho das fazendas”, disse Brent, em entrevista ao Enfoque Business. Em seu site (www.rupipertours.com), o empresário de Dakota do Sul expressa seu espanto com a dimensão de Mato Grosso, “o maior e mais novo estado agrícola do Brasil, grande o suficiente para abrigar cinco dos nossos estados do Centro-Oeste (…) produz mais de 30% da soja brasileira e 9% da soja mundial”.

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Mas o que realmente mais chamou atenção dos visitantes estrangeiros foi a cultura preservacionista dos produtores locais. Os visitantes ficaram admirados com as reservas legais mantidas nas propriedades, que desde 2000 passou a ser correspondente a 80% da área. “Nos Estados Unidos isso não existe”, afirmou Brent.

Cultura preservacionista dos produtores locais chamou atenção dos visitantes estrangeiros.

O país da América do Norte lidera o ranking mundial de desmatamento e, ao lado do Canadá, tem superado os índices de desmatamento observados no Brasil. “Levamos daqui de Mato Grosso, no Brasil, o aprendizado de que o meio ambiente merece maior zelo, mais cuidado”, disse Brent Rupiper.

Gado e lavoura

Os Estados Unidos são, assim como o Brasil, um grande produtor e exportador de carnes. Os dois países estão entre os seis maiores consumidores mundiais da proteína (EUA em 2º, com 91 kg/hab/ano, e Brasil em 6º, com 78 kg/hab/ano) e exportam principalmente para Ásia, União Europeia e Rússia.

Norte-americanos visitaram, também, propriedades com criação de gado de corte.

O Brasil tem mais que o dobro do rebanho bovino norte-americano (215 milhões de cabeças contra 95 milhões), mas a produção de carne brasileira foi menor (10,2 milhões de toneladas) que nos EUA (12,7 milhões de toneladas).

Brent Rupiper explica que os sistemas pecuários diferem entre os dois países. “Temos menos pasto e mais gado confinado, durante o ano inteiro”, explica. Outra diferença é que nos Estados Unidos há variedade de raças (Angus, Hereford, Red Angus, Simental, Charolês e Brangus), enquanto no Brasil a raça de corte predominante é a Nelore.

Brent Rupiper: “Levamos aqui de Mato Grosso, no Brasil, o aprendizado de que o meio ambiente merece maior zelo, mais cuidado”

Já na produção agrícola, Rupiper disse que chamou atenção a prática de plantio duplo no Brasil (colhe-se a soja e planta-se o milho logo em seguida), o que nos Estados Unidos é impraticável em razão do período de inverno. Porém, este fator climático livra as lavouras de soja americanas da ferrugem asiática, doença foliar favorecida pelo clima quente e que, por isso, no Brasil representa um grande risco à produtividade.

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Quanto ao rendimento físico da principal commodity, nos Estados Unidos a média produtiva fica entre 60 e 65 sacas/hectare, variando conforme o estado. No Brasil, a média é de 56 sacas/hectare, mas há variedades que podem resultar em 80 sacas por hectare cultivado.

Lentidão e burocracia

É óbvio que nem tudo é elogiável no ambiente do Agro em Mato Grosso. Brent Rupiper já veio outras vezes ao Brasil e por isso percebe que há melhoras na logística de transporte. Mas afirma que o processo tem sido muito lento. “Foram dados pequenos passos, mas o governo tem de andar mais rápido”, disse. É neste aspecto que se percebe o motivo pelo qual um terço dos preços das commodities está associado aos custos com transporte em Mato Grosso, em grande parte realizado pelo modal rodoviário.

Um terço dos preços das commodities está associado aos custos com transporte em Mato Grosso, em grande parte realizado pelo modal rodoviário.

Ao mesmo tempo, o visitante norte-americano percebeu que um dos motivos é a burocracia governamental que emperra os processos condicionantes ao desenvolvimento, como os licenciamentos ambientais. Neste lamentável contexto, as hidrovias, ferrovias e unidades de geração de energia hidráulica estão entre os empreendimentos mais penalizados pela burocracia oficial e pela interferência irresponsável de ambientalistas.

Brent observa que a sociedade urbana brasileira não tem a devida percepção do campo. Um exemplo que ele cita está nas leis trabalhistas. Enquanto nos Estados Unidos quem trabalha é quem decide sobre sua carga horária, no Brasil o limite é de oito horas diárias. “São leis para o campo que foram feitas por urbanos”, concluiu.

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Dr. João quer linha de crédito para elevar padrão genético do gado de pequenos produtores

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O deputado estadual e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Doutor João, do MDB, apresentou, recentemente, um projeto de lei que cria uma linha de crédito específica para impulsionar a melhoria genética da bovinocultura no estado.

A proposta, resultado dos debates da Câmara Setorial Temática dos Zebuínos, instalada na Casa de Leis por iniciativa do próprio parlamentar em 31 de março último, altera a Lei que define as diretrizes para o orçamento de 2025, incluindo um inciso que prevê recursos para aquisição de touros de seleção, custeio de insumos, treinamentos e assistência técnica.

A medida visa modernizar a pecuária mato-grossense, com foco nos pequenos e médios produtores, e reforça o compromisso do parlamentar com o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário.

Dr. João: “Cerca de 56% das propriedades rurais de Mato Grosso tem até 100 cabeças de gado”.

O projeto estabelece que os touros adquiridos com a linha de crédito devem ser avaliados por entidades ou associações de melhoramento genético oficialmente reconhecidas, com certificação de desempenho e conformação genética.

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A iniciativa busca garantir que os reprodutores utilizados elevem a qualidade do rebanho, promovendo maior produtividade e rentabilidade.

De acordo com o deputado, cerca de 56% das propriedades rurais de Mato Grosso tem até 100 cabeças de gado.

Ele lembrou que esses pequenos e médios produtores muitas vezes utilizam touros sem avaliação genética, o que limita o potencial econômico do rebanho.

A proposta nasceu de discussões técnicas que reuniram representantes de entidades de classe, órgãos públicos e especialistas na Câmara Setorial.

Durante os debates, foi apontado que aproximadamente cinco milhões de fêmeas no estado são cobertas por touros sem procedência genética, resultando em perdas de oportunidade produtiva.

Doutor João disse ainda que a utilização de touros melhoradores pode gerar um ganho de até 400 reais por animal, além de elevar o padrão de qualidade do rebanho.

(Redação EB, com Sapicuá RN)

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