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Política Nacional

Sob aplausos, Bolsonaro critica desde cotas para negros até imprensa

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Jair Bolsonaro: deputado também fez ataques ao Mercosul do tempo "bolivariano" e ao educador Paulo Freire (Sergio Lima/Bloomberg)

Pré-candidato do PSL à Presidência também disse que “os senhores que estão na ponta das empresas” serão “os patrões”

Em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o pré-candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, arrancou aplausos, na manhã desta quarta-feira, 4, ao atacar a política de cotas para negros, a legislação ambiental e indigenista, o Congresso, o governo, o Supremo, a esquerda e a imprensa.

À plateia formada por empresários, ele disse que, se eleito, pretende melhorar a economia com a retomada de diretrizes do “Brasil Grande”, como ficou conhecida a fase dos megaprojetos de infraestrutura da ditadura militar que antecederam, porém, ao período de recessão, aumento da dívida externa e dos dramas ambientais e sociais. “Não faremos nada da nossa cabeça. Os senhores que estão na ponta das empresas serão os nossos patrões”, afirmou.

Ele disse que gostaria de convidar os empresários a fazerem uma visita a Mato Grosso do Sul para buscar “soluções” aos problemas agrários. É no Estado que ocorrem graves conflitos de terra e altos índices de suicídios e assassinatos de índios guaranis caiovás. Foi aplaudido. Assim como foi aplaudido ao reclamar que o Ibama leva “dez anos” para conceder uma licença a uma pequena hidrelétrica. “Ninguém quer o mal para o meio ambiente”, ponderou.

Bolsonaro avaliou, por exemplo, que terá apoio popular se “redimensionar” a política de direitos humanos. “Se redimensionarmos a política de direitos humanos, não vamos ganhar a população? Não custa nada.”

Mais tranquilo após os primeiros aplausos e risos do público, Bolsonaro afirmou que o Supremo Tribunal Federal tem legislado no lugar da Câmara e do Senado e que, se a situação permanecer, o País ficará “ingovernável”. Em seguida, ele mirou no Congresso. O ex-capitão do Exército disse que o parlamento era mais valorizado pela sociedade e que, atualmente, é dominado por “grandes interesses”. “No período militar, o deputado era gente. Hoje, temos operadores”, avaliou. A propósito, a ditadura impôs, já em 1964, ano do golpe contra o presidente João Goulart, uma rígida política de cassações de mandatos e retaliações a parlamentares oposicionistas.

Sem citar o presidente Michel Temer e o MDB, Bolsonaro perguntou aos empresários se eles sabiam como estava a situação do Porto de Santos. “Está na mão de qual partido? Vamos quebrar esse negócio, acabar com isso que está lá”, disse. Em discursos anteriores, ele acusou o presidente e a legenda de apadrinharem o porto.

Bolsonaro foi aplaudido até quando disse não saber responder a uma pergunta sobre como tratar o Senai. Ele disse que estava aberto a sugestões sobre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. “Quero sugestões, não quero passar aquilo que não domino.”

O pré-candidato encontrou a fórmula para provocar risos e ganhar de vez aplausos da plateia: ataques à ex-presidente Dilma Rousseff e à esquerda latino-americana. Fez ataques ao Mercosul do tempo “bolivariano” e até ao educador Paulo Freire. “Tem três partidos que não quero conversar num eventual governo”, disse, referindo-se a legendas de esquerda. “Eu não quero colocar um busto do Che Guevara no Planalto”, disse. “Um presidente deve chegar lá e nomear seu time. Vou botar alguns generais em alguns ministérios. Os (governos) anteriores não colocaram terroristas e corruptos?”, perguntou. A plateia aumentou as palmas.

Nos momentos em que falou de assuntos de interesse direto da indústria, Bolsonaro reafirmou que defende uma reforma previdenciária em partes, mudanças na legislação trabalhista e desoneração de alguns setores, sem dar detalhes. O déficit da Previdência foi o tema escolhido pelo público para que o pré-candidato se pronunciasse.

O pré-candidato, então, afirmou que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, também na disputa presidencial, errou ao propor uma reforma em que a idade mínima de aposentadoria dos homens seria de 65 anos. “Isso assustou, pois no Piauí a média de vida é 69 anos”, disse. Ele, porém, criticou propostas para mudar a previdência dos militares seu setor de origem. E disse que estava atento à esquerda, que “tira proveito enorme” desse debate. “A conotação que a esquerda dá acaba com qualquer esperança de mudar o Brasil por vias democráticas, o que tem que ser.”

Ele relatou que, em conversas com a equipe do economista de Paulo Guedes, seu principal conselheiro na área, ouviu que é possível mudar a situação orçamentária do governo sem aumentar tributos. “Dá para manter a inflação, diminuir a taxa de juros, um dólar que não atrapalhe quem quer importar e reduzir essa monstruosa dívida interna sem aumentar os impostos? Dá sim”, disse. “Precisamos fazer novamente o Brasil Grande.”

Fonte: Exame

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Política Nacional

Tentativa de “esquema” em leilão de arroz falha e Neri Geller deixa cargo no MAPA

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O ex-deputado federal por Mato Grosso Neri Geller (foto do topo) entregou o cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), depois de se envolver em tentativa de esquema de favorecimento no leilão de arroz realizado pelo governo federal. Diante da polêmica e do constrangimento, o governo federal cancelou o leilão.

A situação ganhou contornos depreciativos para Mato Grosso. Geller tentou esconder a informação de que ainda tem relação profissional com o socio-administrador da Foco Corretora de Grãos, intermediadora do leilão, Robson Luiz Almeida de França, que é seu advogado em ações na Justiça Eleitoral de Mato Grosso.

Para aumentar a desconfiança em torno da “operação” do governo do PT, no leilão realizado na quinta-feira da semana passada (06.06), o governo federal aceitou que mais da metade do valor negociado ficasse sob responsabilidade de um pequeno supermercado de Macapá (AC), de nome “Queijo Minas”. Caberia a esse estabelecimento entregar 147 mil toneladas do arroz comprado no leilão, no valor de R$ 736 milhões de reais, numerário totalmente descabido em relação ao porte do estabelecimento.

O esquema previa que caberia a um pequeno estabelecimento entregar 147 mil toneladas do arroz comprado no leilão, no valor de R$ 736 milhões de reais.

Não sobrou alternativa ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que anunciou nesta terça- feira a demissão de Neri Geller.

Diante da polêmica, o Governo Federal decidiu anular o leilão para compra de 300 mil toneladas de arroz importado realizado na semana passada. A confirmação partiu do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, juntamente com Fávaro e o ministro petista do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira.

Pretto se apressou em afirmar que “nenhum centavo” do dinheiro público foi gasto até agora. “A segurança jurídica e o zelo com o dinheiro público são princípios inegociáveis. É isso que justifica a decisão tomada”, afirmou o presidente da Conab.

No entanto, o governo federal, através do presidente Lula, disse que haverá uma nova tentativa de realizar a operação, através de um novo leilão.

Tentativa

A previsão era de importação de 300 mil toneladas de arroz, com a entrega a ser realizada em três etapas, sendo 100 mil toneladas entre 10 de junho e 8 de setembro; 100 mil toneladas entre 9 de setembro e 9 de outubro; e outras 100 mil toneladas entre 10 de outubro e 8 de novembro.

Intervencionismo

Entidades ligadas a produtores rurais alegam que a iniciativa é intervencionista e desestimula a produção nacional de arroz. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) chegou a ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 7664) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão, pedindo a suspensão do leilão.

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