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Pronampe é atrativo, mas insuficiência frustra acesso; Em Tangará da Serra, empresários antecipam cadastro

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Os empresários estão com dificuldades para conseguir os recursos do Pronampe (Programa de Apoio às Empresas de Porte Pequeno). Segundo a Agência Brasil, em apenas um mês o programa praticamente emprestou toda a garantia de R$ 16 bilhões prevista inicialmente. Além da escassez de recursos, há as restrições cadastrais que também impedem o acesso aos créditos.

Em contato com a redação do Enfoque Business, um empresário de Tangará da Serra afirmou que as dificuldades são imensas na Caixa Econômica Federal para quem não é correntista. “Na Caixa é muito difícil e nos outros bancos o dinheiro se esgota muito rapidamente”, disse, passando a mensagem de que o acesso aos recursos é algo pouco provável para a grande maioria. “Conseguir dinheiro do Pronampe é o mesmo que esperar uma chuva nesta época… Forma nuvem, mas não chove”, comparou o empresário, que pediu para não ser identificado.

Maioria das operações tem sido intermediada pela CEF.

O que o empresário tangaraense diz é verdadeiro. O presidente da Conampe (Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais), Ercílio Santinoni, vê os recursos chegando para as empresas menores, mas diz que ainda há problemas. “Uma grande parte das micro e pequenas empresas está tendo acesso ao crédito pelo Pronampe. O problema é que o banco pega R$ 2 bilhões e, em um ou dois dias, acaba o dinheiro”, disse, em entrevista à imprensa do centro do país.

Em Tangará da Serra, uma instituição bancária consultada pelo Enfoque Business corrobora o que afirmam o empresário e o presidente do Conampe. “Conseguimos atender apenas 5% da nossa demanda. Assim que foram liberados para contratação, os recursos se esgotaram em duas horas. No momento, não temos recursos para esta linha de crédito”, disse a gerência do banco.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Tangará da Serra, Junior Rocha, disse ter conhecimento de que os recursos já se esgotaram, já que a taxa de juros (1,25% ao ano, mais a Selic, hoje em 2,25%) representa um grande atrativo. “Só o Banco do Brasil (foto acima) alocou 3,7 bilhões em dois dias. Então, quem estava ligado e correu atrás logo, conseguiu alguma coisa”, considerou. Ele observa, porém, que o governo deverá liberar mais recursos. “O pessoal já está em contato com o banco, deixando tudo pronto no cadastro, tudo atualizado. Então, na hora que sair o novo volume de recursos, ficará mais fácil”, completa.

Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tangará da Serra, Alessandro Rodrigues Chaves, que também confirma o esgotamento dos recursos disponíveis. “Se esgota, sim… Não é muito”, observa, destaca, porém, que é preciso ficar atento a novas disponibilizações pelas instituições bancárias.

Mais recursos

O governo federal deverá liberar mais recursos para o Pronampe. Seriam, num primeiro momento, cerca de R$ 4 bilhões somente para a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, e outros volumes semelhantes para os demais bancos, como, Itaú, Bradesco, Santander, Sicredi e Sicoob.

O valor, porém, já se mostra insuficiente em razão da demanda reprimida existente no país.

Segundo o site especializado em finanças InfoMoney, estudo conduzido pela Fundação Getúlio Vargas mostra que para estimar a necessidade de crédito é preciso considerar a queda no faturamento e a necessidade de capital de giro por setor, já que dependendo da atividade os custos recorrentes são maiores ou menores. Também são considerados a demanda normal por crédito, com base nos dados do ano passado, e o crédito concedido pelos bancos em 2019.

Assim, aplicando este raciocínio para todos os setores – onde se estima a existência de 17,3 milhões de micro, médias e pequenas empresas (MMPEs) – a demanda de crédito ficaria da ordem de R$ 470 bilhões. “Considerando ainda os dados de concessão de crédito divulgados pelo Banco Central em 2019, estimamos uma lacuna entre a demanda potencial de MMPEs e a oferta anual de crédito pelas instituições financeiras da ordem de R$ 202 bilhões”, diz o estudo.

Os pesquisadores acrescentam ainda que os números não levam em conta o fato de que os bancos estão concedendo “consideravelmente menos crédito em 2020 do que em 2019. A lacuna é provavelmente maior”.

Com a ajuda do especialista em finanças públicas Murilo Viana, o InfoMoney cruzou os dados do estudo da FGV com o valor já concedido pelos programas criados pelo governo. “Considerando os R$ 202 bilhões que as empresas vão precisar e não vão obter, segundo o estudo da FGV, os programas só atingiram 6,18% dessa demanda”, diz.

Atrativos

Duas características do programa encorajaram os principais atores a participarem. Os bancos ficaram mais seguros com a possibilidade de garantia de até 100% da operação pelo Tesouro. E os empresários foram atraídos pela taxa de juros de juros de 1,25% ao ano, mais Selic (2,25%).

A título de comparação, em maio a taxa média de juros com recursos livres para empresas ficou em 14,2% ao ano. Outros atrativos são o prazo de 36 meses e a carência de oito meses para pagar.

Caixa Federal, Banco do Brasil e Itaú foram os agentes que começaram a gerir os recursos emprestados. O Bradesco está confirmando sua participação neste mês e o Santander deverá participar a partir de agosto.

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Mato Grosso recebeu mais de 27 mil novas indústrias em 2024, aponta Jucemat

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Políticas públicas e ações estratégicas de atração de investimentos resultaram na abertura de 27.594 novas indústrias no Estado em 2024. Dados da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat) apontam que o segmento com mais indústrias abertas foi o de transformação, com 13.776 unidades, seguidos do setor de construção, com 12.906.

Os programas de incentivos fiscais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) têm sido o principal chamariz para novas indústrias, conforme explica o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.

Um exemplo é a indústria de refino de óleo vegetal de algodão, Icofort. A empresa é a primeira do estado com essa atividade e foi inaugurada no mês de setembro, em Nova Mutum. A Icofort inaugurou como beneficiária do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), a partir do início do seu funcionamento. Ao todo, a empresa gerou 156 empregos diretos e 600 indiretos.

Segundo a SEDEC-MT, incentivos fiscais têm sido o principal chamariz para novas indústrias.

César Miranda ressalta que essa crescente é fruto de um trabalho que vem sendo realizado há alguns anos.  “Mato Grosso é o Brasil que dá certo e a gestão do governador Mauro Mendes tem trabalhado para atrair investimentos que mudam a vida dos mato-grossenses. A Icofort exemplifica esse trabalho. Começamos as tratativas em 2021, até que a indústria se instalasse e começasse a operar este ano, gerando empregos e renda. Nós temos a segunda menor taxa de desemprego do país, sendo um reflexo de tantas oportunidades que apresentamos e construímos no Estado”, afirma o secretário.

O secretário ainda destaca que Mato Grosso detém o maior rebanho bovino e o maior produtor de grãos. “Desta forma, a Sedec tem atuado para estimular a industrialização no Estado, para que as commodities tenham seus produtos transformados no Estado”, diz.

O último dado divulgado pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou Mato Grosso entre os cinco estados do país com maior avanço na produção industrial, com 0,8% de crescimento.

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