Uma boa notícia para as economias das regiões oeste e sudoeste de Mato Grosso foi confirmada na última terça-feira (24). O governador em exercício Otaviano Pivetta assinou o Termo de Cessão de Uso do Porto de Cáceres, durante encontro com o prefeito da cidade, Francis Maris.
A retomada das atividades do Porto de Cáceres e a consequente reativação da Hidrovia do Rio Paraguai deverá acontecer em 2020, segundo informações do governo do Estado, que já realiza estudos técnico e jurídico para a reativação da estrutura.
O porto de Cáceres será importante via de escoamento da produção e importação de fertilizantes e outros insumos para as regiões oeste (polo Cáceres) e sudoeste (polo Tangará da Serra) de estado.

Termo de Cessão de Uso foi assinado nesta terça-feira (24.09) pelo governador em exercício Otaviano Pivetta.
A unidade portuária fica numa posição estratégica pela proximidade da Hidrovia Paraguai/Paraná, que compreende 3.442 quilômetros incluindo Brasil, Bolívia, Paraguai Argentina e Uruguai. Boa parte deste trajeto – 1.290 km – fica em território brasileiro. A entrada em funcionamento da hidrovia representará redução do custo do frete em até 30% nas regiões oeste, sul e sudoeste do estado, conforme estudos do movimento Pró-Logística.
A retomada das atividades portuárias em 2020 reforça a importância da pavimentação da rodovia MT-339, que liga Tangará da Serra, no sudoeste, à MT-170, na localidade de Panorama, já no oeste. A pavimentação transformará a rodovia num importante corredor de escoamento de grãos, carnes e outros produtos da região de Tangará da Serra e do Chapadão dos Parecis.
Gestão
O Porto Fluvial de Cáceres será gerido pelo Governo do Estado, em parceria com a prefeitura do município. O Termo de Cessão de Uso foi assinado nesta terça-feira (24.09) pelo governador em exercício Otaviano Pivetta.
Segundo Pivetta, o objetivo do Governo é ajudar a destravar os fatores que envolvem a retomada da unidade portuária. “Estamos em um esforço grande para entregar resultados para a sociedade mato-grossense”, afirmou.
Conforme o presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), Juliano Boraczynski, a intenção é de que a gestão compartilhada possibilite a reativação do Porto e a exploração da hidrovia do Rio Paraguai. “Podemos tornar Cáceres a porta de entrada de fertilizantes agrícolas, e de escoamento de soja, fortalecendo a integração comercial com países vizinhos da América Latina”, explicou.
A expectativa do prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz, é realizar um chamamento público para que o setor privado assuma a gestão e faça as alterações de infraestrutura no local, com custo estimado em torno de R$ 500 mil. “É importante para todo o Estado que esse porto funcione em breve. Mato Grosso é o que mais consome ureia no país e a tendência é aumentar. Já estamos na marca de 1,5 milhão de tonelada de ureia ao ano e podemos importar de forma mais barata pela hidrovia”, ressalta o prefeito, sobre o fertilizante agrícola.

Termo de Cessão de Uso será validado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
O Porto é de propriedade da União, delegado ao Estado, e administrado pela Metamat desde 1998. Operou até 2012, ano em que terminou a vigência da licitação. O Termo de Cessão de Uso será validado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Localizado na margem esquerda do Rio Paraguai, o perímetro portuário tem uma área de influência estimada de 300 quilômetros, ou seja, municípios produtores das regiões oeste e sudoeste de Mato Grosso podem se beneficiar da estrutura.
O documento foi chancelado pelo prefeito; pelo presidente da Metamat; e pelo secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), Walter Valverde – representando o secretário César Miranda. Esteve presente na assinatura também o deputado estadual Valmir Moretto.
Rota
Em se tratando exclusivamente da hidrovia do Rio Paraguai, a rota proposta ao Governo aponta como ponto final do percurso a cidade boliviana Puerto Quijarro, que faz fronteira com Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Por lá, a soja mato-grossense entraria no solo do país vizinho e seguiria para beneficiamento por esmagadoras para óleo instaladas nas proximidades. Pelo mesmo ponto, a ureia seria transportada de trem e embarcaria pela hidrovia de volta para Cáceres.
A Hidrovia Paraguai-Paraná abre um leque ainda maior para exportação e importação sem utilizar o modal rodoviário. Do total de 3.442 quilômetros da rota aquaviária, 890 quilômetros ficam dentro do Brasil, passando por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na América Latina, a hidrovia passa ainda pela Bolívia, Paraguai, e Argentina. O único trecho que não possui navegação comercial hoje é o que vai de Cáceres até Puerto Quijarro.
(Colaboraram: Lorena Bruschi e Marcos Vergueiro, Secom MT)