Pequi sem espinhos e cenoura orgânica resistente a fungos e bactérias. Estes são os dois resultados mais recentes da pesquisa no Brasil.
Neste mês de fevereiro, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da unidade de Goiás, anunciou que uma equipe de pesquisadores dos seus quadros desenvolveu um estudo que resultará numa variedade de pequi sem espinhos. Segundo a coordenadora da equipe, Elainy Botelho, será possível comer o pequi tranquilamente, sem se preocupar com espinhos, daqui dois anos.
Além disso, segundo ela, o fruto sem o espinho se assemelha ao tradicional tanto na cor quanto no sabor. “Apesar da variabilidade, o fruto tem as mesmas características do pequi com espinhos. Ele é alaranjado, tem a poupa grossa e o sabor levemente doce”, conta a coordenadora.
Estudos para criação de variedade de pequi sem espinhos foi anunciada pela Empaer de Goiás.
Segundo Elainy, o estudo começou após um produtor ter uma muda da planta de pequi sem espinhos em sua fazenda, em Cocalinho, no Mato Grosso. “O produtor descobriu o pequi sem espinhos e até tentou reproduzi-lo, mas não conseguiu. Lá fomos nós, na propriedade dele, e fizemos um clone da planta do pequi com o uso da técnica de enxertia. A planta foi multiplicada, e está sendo estudada e acompanhada”, diz Elainy.
Para maiores informações, entrar em contato com a Emater-GO, pelo telefone (62) 3201-8700.
Cenoura
Também neste mês de fevereiro, outro anúncio relacionado à pesquisa. Os produtores rurais brasileiros em breve terão a opção de comprar novo tipo de semente de cenoura para cultivo orgânico, já batizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como Cenoura BRS Paranoá.
As hortaliças da nova cenoura são mais resistentes à queima de folhas – principal doença da cultura, causada por bactérias e fungos – e não exigem adição de defensivos químicos para evitar pragas. A nova cultivar também é mais tolerante a problemas causados por microrganismos do solo (nematoides das galhas) que afetam o crescimento da raiz.
Cenoura orgânica resistente é resultado de pesquisa da Embrapa.
A expectativa é que as lavouras da Cenoura BRS Paranoá sejam mais produtivas do que as plantações com as sementes hoje disponíveis no mercado.
“Tem potencial produtivo de pelo menos o dobro da cenoura híbrida”, disse Agnaldo Carvalho, pesquisador da área de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças, no Distrito Federal.
A polinização da cultivar desenvolvida pela Embrapa é aberta, não precisa ser induzida como ocorrem com as sementes híbridas atualmente mais utilizadas. Além disso, o método tem custo menor e os produtores, quando capacitados, podem aproveitar as sementes colhidas para o próximo plantio, evitando o gasto com a aquisição de novas sementes.