As eleições municipais de outubro próximo prometem ser muito acirradas em Tangará da Serra. As movimentações entre partidos e suas lideranças apontam para uma mobilização considerável visando as convenções para já antecipar a definição das configurações das chapas, sejam majoritárias, sejam proporcionais.
O prefeito Vander Masson (União) deverá tentar a reeleição e conta com apoios de peso, como o do deputado estadual Doutor João (MDB) e do Partido Liberal (PL), sigla à qual pertence o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os liberais figuram no primeiro escalão de Vander, com o professor Palmínio Garrido na titularidade da secretaria municipal de Meio Ambiente.

Vander Masson (União) deverá buscar a reeleição nas eleições municipais de 2024.
De outro lado, os opositores do atual prefeito estão focados na disputa pela prefeitura local e vão para as convenções de seus partidos com o firme propósito de terem seus nomes referendados. Sem espaço no MDB de Doutor João, o ex-prefeito Fábio Martins Junqueira trocou de partido e se dispõe a disputar o pleito majoritário pelo partido Republicanos. A filiação aconteceu em março, com apoio do presidente estadual da sigla, Adilton Sachetti e outras lideranças estaduais republicanas.
Junqueira foi dotado de plenos poderes na nova agremiação, assumindo a presidência do diretório municipal. Com ele, ingressaram no partido quatro vereadores – Ademir Anibale (ex-MDB), Horácio Pereira (ex-União), Sandra Ferracin e Fábio Brito (estes últimos ex-PSDB).

Fábio Junqueira conta com pleno aval do vice-governador Otaviano Pivetta (dir) para representar o Republicanos nas majoritárias de outubro.
Em recente pesquisa realizada pelo jornal Diário da Serra, Fábio Junqueira é o que mais de aproxima de Vander Masson. O atual prefeito apareceu com 35,2% na preferência dos eleitores consultados, enquanto Junqueira contabilizou 23,3%. O ex-deputado estadual Wagner Ramos (PP) foi apontado em terceiro, com 10,2% da preferência, seguido do produtor rural e ex-secretário de Infraestrutura Chico Clemente, que obteve 4,3%. Logo em seguida, a advogada Karen Rocha figurou em 3,8%.
Pois, foi Wagner Ramos quem tomou a inciativa de abrir conversações com objetivo de formar uma frente para a disputa pela prefeitura de Tangará da Serra. “Vi aqueles números e procurei o pessoal (Fábio, Chico e Karen) para vermos essa possibilidade e estamos conversando”, disse o ex-deputado.

Wagner Ramos iniciou conversações para possível aliança. Ex-deputado é aposta do PP para o pleito municipal.
Chico Clemente também teria sido procurado para uma possível composição. Ele, porém, já se declarou disposto a disputar a majoritária. Caso mantenha sua disposição de candidatura própria nas eleições de outubro, representará uma terceira via no pleito.
Segundo Wagner, há boas chances de formação de uma aliança para enfrentar Vander Masson nas urnas. “É uma forma de unirmos forças e acredito que temos boas condições. Quem estiver melhor será o cabeça de chapa, acompanhado pelos demais com funções bem definidas”, explicou, em conversa com a reportagem do EB, no último final de semana.

Novidade na política local, advogada Karen Rocha também está no contexto das majoritárias.
O PT, partido do presidente Luís Inácio Lula da Silva, ainda discute internamente se disputará o pleito majoritário ou se irá participar de alguma composição. A sigla de esquerda conta com duas possibilidades – professor José Rosa e o jovem Maycon David Caetano – para o pleito majoritário.
Mudanças nas proporcionais
A disputa proporcional em Tangará da Serra também será acirrada, a exemplo dos pleitos anteriores. Haverá novidades entre os postulantes, praticamente todos engajados com os ideais da atual polarização política vivenciada no País.
De um lado, postulantes que se declaram de direita integram as duas correntes políticas dominantes hoje no município – lideradas por Vander Masson e Doutor João, e por Fábio Junqueira em proximidade com Wagner Ramos e Karen Rocha.
As convenções são avidamente aguardadas pelos pretensos candidatos à vereança.
A disputa eleitoral deste ano conterá novas regras para a definição dos vereadores dos mais de 5.500 municípios brasileiros.
Uma das modificações é quanto ao tamanho da chapa de candidatos que cada partido pode registrar. A norma agora é a de que os partidos poderão ter nominatas de, no máximo, 100% das cadeiras em disputa, mais uma candidatura. Ou seja: se a câmara tem 14 vereadores, cada partido poderá apresentar, no máximo, 15 candidatos. Até a última eleição municipal, em 2020, o limite variava de 150% a 200% das cadeiras, de acordo com o porte do município.
Outra mudança refere-se às sobras eleitorais, na distribuição dos votos entre os partidos que definirá quem ficará com as cadeiras no parlamento. A partir de 2024, participarão da distribuição de vagas apenas os partidos que tenham atingido no mínimo 80% do quociente eleitoral e seus candidatos que tenham superado os 20% do quociente. Até então, bastava ao partido ter alcançado 100% do quociente.