Os dois grandes incêndios ocorridos na última sexta-feira (14.08) em Deciolândia e Sapezal no último final de semana podem ter causado um prejuízo de aproximadamente R$ 50 milhões. A estimativa é de duas fontes ligadas ao setor agropecuário constatadas pela redação do Enfoque Business neste final de semana.
(Veja vídeo de um dos sinistros ao final da matéria)
Segundo as informações, o número de fardos de algodão em caroço e outros já beneficiados podem que foram consumido pelo fogo pode chegar 3.000. As propriedades atingidas ainda contabilizam prejuízos com máquinas e equipamentos, além dos danos nas lavouras e nos custos de combate ao fogo.
Em Deciolândia, os prejuízos são estimados em R$ 18 milhões somente com as perdas do algodão.
Em Deciolândia, o grupo Terra Santa Agro – proprietário da área atingida – se pronunciou oficialmente através de comunicado aos investidores. Os prejuízos são estimados em R$ 18 milhões somente com as perdas do algodão. Uma análise preliminar aponta uma perda de 6,056 mil toneladas de algodão em caroço e de 130 fardos beneficiados, o equivalente a 3,5% da produção.
“Com base em análise preliminar, a perda estimada é de aproximadamente R$ 18 milhões, equivalente a cerca de 3,5% da produção (6.056 toneladas de algodão em caroço e 130 fardos beneficiados). A ocorrência possui cobertura por apólice de seguro contra incêndio da Companhia, que indenizará os prejuízos”, informa o comunicado, publicado no site da empresa.
Na nota, a Terra Santa relata que o foco que atingiu sua unidade de beneficiamento começou em uma fazenda vizinha e se alastrou com o vento, chegando até o pátio de armazenagem da empresa. O controle do fogo foi feito pela brigada interna de incêndios e ajuda de vizinhos, envolvendo o uso de caminhões pipa, pás carregadeiras, aviões e hidrantes, informa a companhia. Não houve feridos.
O incidente ocorreu no mesmo dia em que a Terra Santa Agro divulgou o balanço do segundo trimestre deste ano. A empresa encerrou o intervalo de abril a junho deste ano com um prejuízo líquido de R$ 10,109 milhões, resultado justificado por perdas em operações com derivativos e variação cambial.
Scheffer
Um incêndio também atingiu uma das fazendas do Grupo Scheffer, no município de Sapezal. O grupo é um dos maiores produtores do Estado. Imagens compartilhadas nas redes sociais no último sábado dava ideia do tamanho do estrago, mostrando fardos de algodão já colhido completamente queimados.
Imagens compartilhadas nas redes sociais no último sábado dava ideia do tamanho do estrago.
O grupo não menciona valores do prejuízo. Em comunicado divulgado pelas redes sociais, o Grupo Scheffer informou que o fogo que atingiu uma de suas fazendas foi rapidamente controlado em ação conjunta dos próprios colaboradores, vizinhos, prefeitura de Sapezal e Corpo de Bombeiros.
Não houve danos a pessoas e eventuais impactos financeiros do ocorrido já estão contemplados no plano de riscos da empresa.
“A colheita continua e a próxima safra já está se iniciando, como fazemos há 37 anos, melhorando e aperfeiçoando nosso trabalho inclusive em adversidades inerentes à natureza do nosso negócio”, diz o comunicado da empresa, que não menciona se há uma estimativa de perdas com o ocorrido.
Uma série de informações falsas dando conta de rompimento de barragens maiores localizadas na região de Tangará da Serra vem causando confusão e desinformação junto à opinião pública regional.
Alertas falsos de que uma grande barragem no rio Juba, em Tangará da Serra, teria rompido e que ás águas chegariam até cidades como Barra do Bugres e Cáceres causaram certa preocupação em moradores da região e até de autoridades.
Na verdade, os riscos de rompimento ocorreram em um único barramento, no município de Nova Olímpia, na área privada de um empreendimento de bioenergia. O problema, porém, foi contornado pela própria empresa, com os trabalhos recebendo acompanhamento da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
Único barramento com riscos na região é em Nova Olímpia e está sob monitoramento.
Na manhã desta quarta (15), a redação entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, que negou qualquer risco de rompimento em barragens localizadas no rio Juba, contrariando as “fake news” divulgadas irresponsavelmente por internautas mal intencionados.
“Uma barragem próximo de Nova Olímpia/Denise apresenta certo grau de risco e nossas equipes estão fazendo o monitoramento”, confirmou o militar, referindo-se ao barramento São Lourenço, em Nova Olímpia.
Sargento Eliezer, da 3ª Companhia Independente de Bombeiros Militar de Tangará da Serra, desmentiu as informações de riscos ou rompimento de barragens no rio Juba. “Essas outras situações de fake News de que alguma barragem do Juba oferece risco, não é verdade, e a própria empresa faz o monitoramento e se houvesse qualquer tipo de risco nós já teríamos sido avisados”, afirmou.
(*) Ouça, na sequência, áudio com declaração do Sargento Eliezer, do Corpo de Bombeiros:
Irresponsabilidade
A popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, em especial às redes sociais, fez o conceito de fake news ganhar forma.
Empregado às notícias fraudulentas que circulam nas mídias sociais e na Internet, o conceito é aplicado principalmente aos portais de comunicação online, como redes sociais (como o WhatsApp), sites e blogs, que são plataformas de fácil acesso e, portanto, mais propícias à propagação de notícias falsas, visto que qualquer cidadão tem autonomia para publicar.
Os efeitos são nefastos. Atrapalham o trabalho das autoridades, podem comprometer imagens de empresas e instituições, além de causar pânico, revolta e situações de desespero coletivo, podendo representar condições de difícil controle pelo poder público.
No caso das falsos alarmes de rompimento de barragem no rio Juba, houve informações de grande preocupação na região do Assentamento Antônio Conselheiro e outras comunidades à jusante da barragem mencionada. Uma das mensagens fraudulentas sugeria que quem tivesse parentes na região de Cáceres, que já os avisasse da ocorrência que, na realidade, inexiste.
Punição
Quem espalhar fake news e for identificado pode responder criminalmente. As tipificações variam entre crimes contra a honra, difamação, calúnia e outros delitos, a depender do contexto da desinformação disseminada.
Vale lembrar que qualquer cidadão pode denunciar fake news e seus autores junto às polícias Civil e Militar.