Cachacista do MT percorre a Rota da Cachaça em Luiz Alves, Santa Catarina

A cidade de Luiz Alves, reconhecida oficialmente como a Capital Catarinense da Cachaça, recebeu no último dia 24 a visita do cachacista, colecionador e apreciador Nelson Alves, de Nova Olímpia-Mato Grosso (MT). Ele cumpriu um intenso roteiro pela famosa Rota da Cachaça, imergindo na cultura, tradição e excelência dos produtores locais.

Nelson visitou alguns dos mais renomados alambiques da região, incluindo Rein, Rech, Byllardt, Spezia, Schoepping, além da empresa Bompani e o futuro alambique do empresário e ex-prefeito Marcos Pedro Veber, que comandou o município antes da gestão atual.

O roteiro teve como guia turístico o experiente Henrique Lemke, natural de Luiz Alves e grande conhecedor da realidade e particularidades locais.

Guiado por um olhar histórico e jornalístico, Nelson acompanhou a fundo a alambicagem do produto. O contato direto com os próprios produtores em cada alambique foi um ponto alto. Nesse aspecto, ele destacou a importância do município no cenário cachaceiro e reforçou os resultados dos investimentos governamentais no setor.

Sede da Destilaria Rech, em Luiz Alves.

Luiz Alves ostenta o título de “Terra da Cachaça” e tem investido significativamente para sustentar e expandir sua reputação. A Rota da Cachaça, estabelecida em 2018, é um projeto que visa valorizar a produção artesanal, o turismo e a economia da cidade.

Em relação aos investimentos governamentais, o governo municipal, em parceria com o Estado de Santa Catarina, realizou aportes cruciais em infraestrutura, com destaque para a pavimentação asfáltica total do trecho da Rota da Cachaça, um investimento de R$ 3,3 milhões. “Essa obra foi fundamental para impulsionar o turismo, garantir o escoamento da produção e proporcionar melhor qualidade de vida aos produtores e visitantes”, informou Henrique Lemke.

Nelson e Henrique, em visita a uma das destilarias de Luiz Alves.

Com cerca de dez alambiques ativos na Rota, Luiz Alves consolidou-se como um dos principais polos de produção artesanal do país. A região conquistou o selo de Denominação de Origem (DO) junto ao INPI, um reconhecimento que atesta a singularidade da bebida, produzida a partir de mostos fermentados com leveduras nativas, elevando o padrão de qualidade e a importância do município no cenário nacional de destilados. A produção anual chega a mais de 1 milhão de litros.

Nelson em visita a mais um alambique: região conquistou o selo de Denominação de Origem (DO) junto ao INPI.

Com seu olhar de historiador e jornalista, Nelson Alves buscou entender a fundo a tradição do destilado, acompanhando as etapas da produção. Juntamente com o guia Henrique Lemke, ele presenciou a alambicagem, o processo cuidadoso que transforma o mosto fermentado em cachaça. Um ponto crucial da visita foi o contato direto com os mestres-cachaceiros.

“A estrutura e a paixão dos produtores são a base. O envelhecimento é a arte final. Pude experimentar produtos desde a fase inicial de descanso/envelhecimento até de 18 anos, e a experiência foi sublime. O envelhecimento em madeiras nobres, como o carvalho e as brasileiras, confere uma complexidade e uma maciez incríveis. A cachaça aqui é tratada com a nobreza que merece, competindo de igual para igual com os destilados mais finos do mundo,” cita. Para o historiador, é ver o tempo atuando para criar um destilado que é parte fundamental da história da cidade.

“É fascinante ver a preservação do método artesanal. O fato de termos sido atendidos pelos próprios produtores em cada alambique transforma a visita em uma aula viva, onde a paixão e a história da família vêm junto com o copo,” observou Alves, dizendo que a experiência foi fantástica. “A estrutura dos alambiques é de altíssimo nível, mas o que realmente impressiona é a qualidade intrínseca dos produtos. Degustar aqui é entender a importância da Denominação de Origem. O cuidado no processo de fermentação com o melado e as leveduras nativas confere uma personalidade única e extremamente suave à cachaça de Luiz Alves”.

Nelson Alves destacou a paixão e o conhecimento transmitidos pelos produtores, reforçando que a visita não é apenas um roteiro de degustação, mas uma imersão na história e na cultura da “Terra da Cachaça”. A jornada do cachacista de Mato Grosso confirma a cachaça de Luiz Alves como um destilado nobre, um tesouro de Santa Catarina que eleva o padrão do setor em nível global.

Destaques dos Produtores Visitados: