A apresentação final dos estudos do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Tangará da Serra deverá ocorrer no próximo dia 30, em formato similar à Conferência Pública da última sexta-feira (13), no Centro Cultural, quando foram apresentados o prognóstico e diagnóstico dos estudos. No entanto, apesar da data já agendada, a apresentação poderá ser suspensa por precaução, considerando a crise do coronavírus.
O evento público de sexta contou com as presenças do prefeito de Tangará da Serra, Fábio Martins Junqueira; do diretor do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), Wesley Lopes Torres; e do coordenador dos estudos, professor Aldecy de Almeida Santos, da Universidade Federal de Mato Grosso, além de representantes da Unemat e Câmara Municipal.
Na conferência de sexta-feira, os estudos foram apresentados pelo professor Aldecy. Segundo ele, a infraestrutura de abastecimento do município é de “ótima qualidade”, mas em razão do crescimento populacional e da estrutura urbana a ampliação do sistema de captação de água é a principal demanda, com a solução principal sendo a captação e adução de água do rio Sepotuba para abastecimento público.
Na Conferência Pública da última sexta-feira (13), no Centro Cultural, foram apresentados o prognóstico e diagnóstico dos estudos.
Os procedimentos para viabilização do novo sistema de captação já foram iniciados pelo município e a licitação das obras deverá ocorrer após aprovação de projeto de suplementação orçamentária pela Câmara Municipal.
Outra prioridade é a macromedição da saída de água dos reservatórios do município para fins de controle e combate às perdas, que chegam a 30% do total de água tratada, índice considerado alto e que corresponde a uma das principais deficiências do sistema de abastecimento.
Esgoto
Quanto ao tratamento de esgoto, o prognóstico do PMSB indica a necessidade de retomada de obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e da rede coletora. Atualmente, o município conta com um índice de 32% de cobertura da área urbana.
Segundo Wesley Lopes Torres, o município já assinou contrato com a CEF para investimento na ordem de R$ 25 milhões para ampliação na rede coletora e estações elevatórias, o que deverá proporcionar um salto do índice de cobertura para 92% da área urbana.
Drenagem
A manutenção preventiva e corretiva do sistema de microdrenagem urbana e a adequação de estradas vicinais e vias urbanas também estão entre as prioridades de curto prazo definidas no PMSB.
Segundo o professor Aldecy de Almeida Santos, as áreas urbana e rural de Tangará da Serra possuem cerca de 20 microbacias que favorecem a recepção das águas pluviais escoadas. No caso da área urbana, há boa estrutura de drenagem, mas com limitações importantes. “O sistema dispõe de galerias, mas elas contém muitos resíduos, o que indica necessidade de manutenção”, disse.
Resíduos
A gestão dos resíduos sólidos é um dos quatro eixos do PMSB, ao lado do abastecimento de água, tratamento de esgoto e drenagem de águas pluviais. O município conta com sistema eficiente de coleta de lixo domiciliar, além da coleta seletiva. O aterro sanitário local é considerado modelo no estado.
Professor Aldecy de Almeida Santos, da UFMT, apresentou os estudos.
Das 79 toneladas produzidas diariamente pelos tangaraenses, nada menos que 41 toneladas são de lixo orgânico, o que significa mais da metade – 51,9% – do volume gerado. “Destas 41 toneladas, 90% pode ser destinado a compostagem”, disse o professor e pesquisador da UFMT Aldecy de Almeida Santos, coordenador dos estudos. Ou seja, praticamente 37 toneladas – 46,8% do volume total – poderiam virar adubo de excelente qualidade.
Para Aldecy, a proporção de lixo orgânico em relação ao total de resíduos que todos os dias são produzidos em Tangará da Serra tem vários significados. “Pode gerar emprego e renda, mas as vantagens vão além”, disse, em conversa com o Enfoque Business, enumerando alguns tópicos.