A retomada das operações do Porto de Cáceres começou a virar realidade na última terça-feira (14), com a assinatura de termo de cooperação entre a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) e a Associação Pró Hidrovia do Rio Paraguai (APH).
O termo foi assinado na sede da Metamat, pelo presidente da estatal, Juliano Jorge Boraczynski, e o presidente da APH, o tangaraense Vanderlei Reck Junior.
Segundo informações da Metamat, a cooperação prevê um investimento de R$ 1,5 milhão para recuperação da estrutura física interna e equipamentos, com recursos da APH.

Melhorias serão promovidas nos silos e armazéns, nos equipamentos para conexão de granéis e contêineres e na área administrativa.
As melhorias serão promovidas nos silos e armazéns da unidade portuária, nos equipamentos para conexão de granéis e contêineres, aquisição e instalação de equipamentos administrativos, entre outras adequações. Além da estrutura interna, também haverá necessidade de melhorias no entorno portuário e na conexão com a hinterlândia, o que deverá contar com a participação da prefeitura de Cáceres e do governo do Estado.
O cronograma apresentado pela associação estabelece um prazo de seis meses para reativação do porto.
Porto fluvial
O Porto Fluvial de Cáceres funcionou até o ano de 2012, quando venceu o contrato de administração. A retomada das atividades proporcionará ganhos econômicos evidentes à macrorregião oeste/sudoeste do estado, já que reativará a Hidrovia do Rio Paraguai até Corumbá (MS), compondo a Hidrovia Paraguai-Paraná (veja trajeto em ilustração ao final da matéria).
Além do porto, a região também aguarda a conclusão dos estudos para o funcionamento da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) e a regulamentação do Free Shop, em cujo contexto se inclui a cidade boliviana de San Mathias.
Impulso econômico

Porto será importante via de escoamento da produção e importação de fertilizantes e outros insumos.
O porto de Cáceres será importante via de escoamento da produção e importação de fertilizantes e outros insumos para as regiões oeste (polo Cáceres) e sudoeste (polo Tangará da Serra) do estado.
A unidade portuária fica numa posição estratégica pela proximidade da Hidrovia Paraguai/Paraná, que compreende 3.442 quilômetros, desde Mato Grosso, passando pelo Mato Grosso do Sul e incluindo países como Bolívia, Paraguai, Argentina, até o Uruguai, no porto de Nueva Palmira.
Boa parte deste trajeto – 1.290 km – fica em território brasileiro. A entrada em funcionamento da hidrovia representará redução do custo do frete em até 30% nas regiões oeste, sul e sudoeste do estado, conforme estudos do movimento Pró-Logística.
Hinterlândia
A retomada das atividades portuárias em 2020 reforça a importância da pavimentação da rodovia MT-339, que liga Tangará da Serra, no sudoeste, à MT-170, na localidade de Panorama, já no oeste. A pavimentação transformará a rodovia num importante corredor de escoamento de grãos, carnes e outros produtos da região de Tangará da Serra e do Chapadão dos Parecis.
ZPE
O Porto Fluvial de Cáceres e a Hidrovia Paraguai-Paraná são considerados essenciais para o escoamento dos produtos que serão fabricados na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres. A abertura de uma ZPE na região só terá sentido com o funcionamento do porto.

Trajeto na área circulada: Reativação da hidrovia trará desenvolvimento à macrorregião Oeste/Sudoeste.