Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre os mais variados segmentos econômicos é uma das abordagens do Momento Agrícola desta semana.
Um dos destaques desta edição do programa produzido e apresentado por Ricardo Arioli é a crise na suinocultura, que afeta não apenas o mercado nacional, mas também, e de maneira contundente, o segmento nos Estados Unidos, um dos maiores produtores e consumidores de carne suína do mundo.
O país da América do Norte vive uma crise sem precedentes em razão da pandemia. Seus estoques de carne estão se esgotando rapidamente com o fechamento de frigoríficos provocado pela ocorrência de mais de cinco mil casos de contaminação entre os funcionários.
Sem carne processada, os estoques norte-americanos minguam e o governo de lá estima que há carne para apenas mais 15 dias. Com a diminuição abrupta dos abates, a crise chegou aos produtores, que começaram a assistir, com tristeza, ao descarte de 1,2 milhão de animais em ponto de abate.
Exatamente: 1,2 milhão de animais com carcaças de 100 quilos tendo de ser abatidos e descartados nos aterros sanitários. Faltam caminhões para realizar o transporte das carcaças. E tudo isso acontecendo ante à triste realidade da pobreza, com famílias inteiras famintas pelo mundo afora… Situação lamentável e tristemente trágica!
O drama da suinocultura norte-americana deixa os produtores locais rendidos, já que o fundo de socorro mantido pelo país para os casos de doenças nos rebanhos não cobre os descartes realizados em função da ausência de demanda dos frigoríficos. Para isso, a lei terá de ser mudada, mas o congresso americano está em recesso.
No Brasil
Enquanto isso, no Brasil se discute o que fazer diante da crise doméstica da suinocultura. Os preços pagos ao produtor – R$ 3,20/kg – não cobre o custo de produção, que chega R$ 3,80/kg. O assunto foi tema de reunião por vídeo entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).
A suinocultura brasileira tem 96% da sua produção destinada ao mercado interno. Se os frigoríficos brasileiros não forem vitimados pelo mesmo processo nefasto de contaminação de seus funcionários como ocorre nos Estados Unidos, é possível que as plantas brasileiras passem a exportar carne suína. É aguardar (e orar) para ver o que acontecerá daqui para frente.
Outras
Outro destaque da edição desta semana do Momento Agrícola é a luta da CNA para que o Agro seja protagonista na resposta da economia brasileira à crise. Sobre isso, Ricardo Arioli conversa com o superintendente técnico da CNA, Bruno Luque.
Além dessa entrevista, Arioli também conversou com o deputado estadual Ulysses Moraes sobre a resistência encontrada na Assembleia Legislativa de Mao Grosso para o corte de gastos dos parlamentares, que não querem abrir mão das suas verbas indenizatórias.
Para ouvir o Momento Agrícola na íntegra, clique abaixo.