O governo federal, através do Ministério da Justiça e Segurança, terá um plano específico de segurança na fronteira para Mato Grosso. A informação veio do próprio titular da pasta, ministro Sergio Moro, durante entrevista a uma emissora de televisão, na última terça-feira (17).
A informação já cria expectativas positivas para a população local e, também, para a comunidade empresarial, que sofre com constantes assaltos e outros golpes.
Moro não deu detalhes, mas anunciou a instalação de uma central de inteligência na fronteira ainda neste ano. Segundo ele, haverá fortalecimento nas ações de combate ao tráfico de armas e drogas para o Brasil. “Entre outras medidas, planos específicos para as fronteiras do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas a cereja do bolo será o escritório a ser lançado ainda neste ano”, disse, na entrevista.
A informação veio do próprio titular da pasta, ministro Sergio Moro, durante entrevista a uma emissora de televisão, na última terça-feira (17).
Segundo o ministro, será criado um escritório de operações e inteligência integrado nos principais pontos de trânsito das fronteiras, entre eles o estado de Mato Grosso, que possui 902 quilômetros de fronteira com a Bolívia, sendo mais de 750 quilômetros de fronteira seca.
O escritório será um centro de segurança pública, reunindo agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e Forças Armadas, além de representantes das polícias locais. O projeto-piloto será implantado em Foz do Iguaçu, no Paraná, que faz fronteira com Ciudad del Este, no Paraguai, e Puerto Iguazú, na Argentina. Os bancos de dados das diversas instituições, inclusive de agências internacionais, serão compartilhados.
O escritório será também o responsável por articular operações conjuntas com os países vizinhos. Em março passado, ao falar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, Moro citou operações conjuntas com o Paraguai para erradicar plantações de maconha no território vizinho e afirmou que a cooperação Brasil-Paraguai vai incluir o aumento no intercâmbio de efetivo policial entre os dois países. “Se o projeto piloto der certo, vai ser reproduzido em outras fronteiras e poderemos potencializar o uso de recursos nessa área”, disse o ministro, acrescentando que o projeto não precisa, necessariamente, passar pelo Congresso, já que a maior parte das medidas são no âmbito do Executivo.
A fronteira de Mato Grosso com a Bolívia é uma área de difícil controle da criminalidade. A condição de rota do narcotráfico significa grandes volumes de drogas (cocaína e pasta-base) oriundos do país vizinho com destino a traficantes brasileiros e estrangeiros. Esta condição também cria condições para furto de veículos e um trânsito de bandidos de alta periculosidade, oferecendo grandes riscos à população das regiões oeste, noroeste e sudoeste do estado.