A macromedição das saídas dos reservatórios e o controle de perdas de água tratada – além da captação e adução do rio Sepotuba – estão entre as prioridades imediatas (até 03 anos) que constam no Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Tangará da Serra. O PMSB foi apresentado semana passada, durante o 2º Fórum de Saneamento Básico e Educação Ambiental, promovido pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE).
As medidas visam informar o volume de água tratada disponível para distribuição possibilitando à autarquia a obtenção de informações precisas. A partir daí, é possível mensurar as perdas e adotar medidas de contenção e reparos necessários através da micromedição na rede de distribuição, até a chegada da água tratada nas unidades consumidoras.
Junto a estas prioridades, o Plano de Saneamento prevê o georreferenciamento da rede de distribuição e a setorização do sistema de abastecimento. Estas medidas, porém, são consideradas prioridades de curto prazo (de 04 a 08 anos) para execução pelo SAMAE.
Combate
Em junho deste ano, 30 servidores do SAMAE participaram de curso de combate a perdas promovido pela autarquia. Ministradas no formato in company, as instruções aconteceram nas dependências da prefeitura pelo instrutor Luiz Augusto Domingues, engenheiro mecânico com pós-graduação em Gestão Integrada de Saneamento.
A iniciativa fez parte do Plano Nacional de Capacitações da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (ASSEMAE) e visou levar conhecimento a profissionais e apoiar a modernização e os avanços do setor.
Perdas
As perdas da água potável em Tangará da Serra chegam a 30% e se dão por vários motivos, como vazamentos, erros de leitura de hidrômetros, ligações clandestinas e fraudes. O Brasil contabiliza cerca de R$ 10 bilhões em prejuízos com perdas de água. Em municípios como Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, as perdas chegam a 70% da água tratada.
Tecnologia
Uma ferramenta essencial na redução de perdas é a tecnologia. Em Tangará da Serra, o SAMAE já deu início à implantação do sistema HidroReader, hidrômetro inteligente de baixo custo adequado a ambientes ‘smart cities’. Os bairros Alto da Boa Vista e Morada do Sol são os primeiros a receber os novos hidrômetros.
Uso de hidrômetros inteligentes, com recurso de telemetria, é ferramenta importante para combate a perdas.
Através de software embarcado (firmware), o dispositivo mede o consumo de água, evitando a leitura incorreta dos hidrômetros e também detecta vazamentos e fraudes, podendo conectar toda a área urbana, diminuindo drasticamente o índice de perda de água tratada.
O HidroReader é desenvolvido pela startup de mesmo nome, de Tangará da Serra, e tem aplicações em cidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O dispositivo é capaz de ler até 2.700 registros capturados de um conjunto de 300 hidrômetros em apenas cinco minutos.
Segundo o diretor do SAMAE, Wesley Lopes Torres, o objetivo com a tecnologia é empregar agilidade e exatidão nas leituras de hidrômetros de Tangará da Serra. “Queremos eliminar leituras incorretas, perdas e fraudes no consumo de água, além de proporcionar segurança nas faturas emitidas ao consumidor”, disse.