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História & Tradição

Família Nuernberg: Das origens da antiga Prússia à integração em solo brasileiro

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A presença de descendentes de alemães no Brasil é o resultado de uma saga iniciada em meados do século XIX e que teve continuidade no século seguinte até o período pós-Segunda Guerra Mundial.

Brasão Nuernberg

Os graves problemas sociais na Europa, especialmente no século XIX, combinadas com a necessidade de povoamento do território brasileiro e a grande oferta de terras, foram fatores determinantes para que os europeus – em sua maioria alemães, italianos e poloneses – se estabelecessem no Brasil e participassem ativamente do desenvolvimento do país.

Nesse contexto histórico, se encaixa a família Nuernberg. Tudo começou com o jovem Joseph Henrich Nürnberg, na Prússia (reino que compunha o Império Alemão, até o século XIX). Corria o ano de 1862, e Joseph queria escapar das atrocidades da Guerra dos Ducados do Elba, envolvendo a antiga Prússia e a Dinamarca.

Anton Nuernberg (ao centro, de chapéu), o primogênito de Joseph e Anna Gertrud, em foto de família.

Joseph Henrich Nürnberg embarcou no porto de Bremen e foi transportado pela  companhia Steinmann de Antuérpia com destino ao Rio de Janeiro. Chegou ao lado de Anna Gertrud Kestring.

O casal se estabeleceu no Sul do Brasil, na recém-criada colônia alemã de Teresópolis (proximidades de Florianópolis) e, junto a outras 27 famílias, foram instalados em localidade ao longo do Rio Salto, hoje município de Águas Mornas, em Santa Catarina. Ali nasceu Anton, o primeiro Nuernberg brasileiro, e os outros filhos do casal, Johann Gerhard e Augustus. Foi de Anton a inspiração para a logomarca da família no Brasil (imagem à esquerda).

Os filhos constituíram famílias e prosperaram. Na década de 1940 dois deles – José (Juca) e Henrique – migraram para a região de Pato Branco, no Paraná, onde hoje se situam os municípios de Dois Vizinhos e Verê.

No Brasil, vele observar, o sobrenome Nürnberg foi adotado sem o trema e com grafia “Nuernberg”.

Do Sul para o Centro-Oeste

Família de Djalma (camisa listrada) recepcionando descendentes Nuernberg (em pé), em Mato Grosso.

Começava ali uma bela história que se estendeu ao Mato Grosso, a partir dos anos de 1980. O filho de Juca, Djalma Nuernberg, sua esposa e quatro filhos, migraram para o estado, para a cidade de Cláudia, onde a família prosperou no cultivo da soja e milho e na pecuária.

O sobrinho de Djalma, Alfredo Acácio Nuernberg – filho de Dário Nuernberg e Salute Minotto Nuernberg – migrou solteiro para o Mato Grosso, onde, em Tangará da Serra, conheceu a esposa Marisa Dolce dos Santos Nuernberg. Com ela, teve os filhos Karla e Kaique.

Em Tangará da Serra

Alfredo e família, com a primeira neta.

Alfredo criou uma pequena oficina – Tratortec – nos fins dos anos 1990, tendo o apoio da irmã mais nova, Zeni Nuernberg, e o irmão mais velho, Alirio Nuernberg, que também havia migrado para Mato Grosso, onde hoje desfruta de aposentadoria.

A pequena empresa Tratortec cresceu e evoluiu para a Tratortecmaq, tradicional empresa do agronegócio com sede na avenida Lions Internacional. (Assista vídeo institucional, na sequência)

Além de gerar empregos e renda com sua sólida empresa, Alfredo Acácio Nuernberg se destaca na filantropia e na preservação do meio ambiente. Exerce cargos diretivos no Rotary Club (Águas do Sepotuba) e no Lar do Idoso de Tangará da Serra.

Além disso, tem preocupação com o resgate histórico da família Nuernberg. Criou grupos em aplicativos nas redes sociais de resgate dos inúmeros descendentes de Joseph Henrich Nürnberg e Anna Gertrude Kestring.

Visita

Descendentes Nuernberg, em reunião festiva no início de novembro, em Tangará da Serra.

Em novembro, Tangará da Serra foi contemplada com uma visita da Expedição Nuernberg, com acolhida por Alfredo, em sua residência. Vieram Luís Nuernberg Michels, Walter Nuernberg Conti, Névio João Nuernberg, Ruy Nuernberg, Newton Nuernberg, Luiz Jair Baldessar e Nivaldo Nicodemos Nuernberg, todos do Sul do Brasil.

O vídeo a seguir conta a história da Família Nuernberg no Brasil:

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História & Tradição

Cachaça: A mais tradicional bebida brasileira tem 500 anos de história pra contar

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A cachaça é um produto tipicamente brasileiro e, a sua existência remonta ao início do período colonial, a partir da chegada dos Portugueses em terras tupiniquins.

Conforme observa o historiador Nelson Alves, servidor público municipal de Nova Olímpia, apreciador e talvez o único colecionador da bebida em Mato Grosso, a Cachaça é o primeiro destilado das Américas, tendo surgindo entre os anos de 1516 a 1532 no litoral brasileiro.

“Para falar da origem do mais popular destilado brasileiro, importante frisar que a história registra as primeiras bebidas alcoólicas nos anos 800 a.C. e o primeiro alambique entre os séculos VIII e X. Nas grandes navegações, entre 1490 e 1500, os Portugueses e Espanhóis utilizavam destilados para acalmar os ânimos dos navegadores. A cana-de-açúcar, tem sua origem na Nova Guiné e Índia. Por sua vez, o navegador Cristóvão Colombo introduziu a cana-de-açúcar na República Dominicana e Pedro Cabral trouxe mudas de cana da Ilha da Madeira, da mesma forma que os espanhóis a levaram para a região da Colômbia e México, porém se desinteressaram do cultivo em razão da descoberta do ouro”, cita o historiador.

Nelson e parte de sua coleção: Relíquias que contam parte da história.

Nelson continua relatando que a primeira plantação de cana ocorreu em 1504 em Fernando de Noronha. Resumindo, destaca que em 1516 iniciou o Ciclo do Açúcar no Brasil e, como relata o historiador e antropólogo potiguar Luis da Câmara Cascudo, no livro Prelúdio da Cachaça, “onde mói o engenho, destila o alambique”, ou seja, com a produção de açúcar, naturalmente haveria a destilação da cachaça. “Não há de se dizer que a cachaça foi descoberta, produzida por acidente, acaso, como sugerem algumas lendas, causos da cultura popular. A cachaça, como diz Câmara Cascudo, foi produzida intencionalmente pelos portugueses, já conhecedores dos processos de destilação. Os registros mostram que a primeira destilação ocorreu em uma dessas três localidades: São Vicente (São Paulo) – primeira versão; feitoria de Itamaracá (Pernambuco) – segunda versão e Porto Seguro (Bahia) – terceira versão”.

Rótulos antigos da bebida: Cachaça é a primeira destilada das américas, segundo Nelson.

Ainda, de acordo com os relatos, a partir de 1530, a cachaça foi usada como moeda de troca por escravos africanos e em 1619, com a crise do açúcar, a cachaça se tornou o principal produto do Brasil (Ciclo da Cachaça). Em 1647, a coroa Portuguesa proibiu a Cachaça e em 1660 houve a Revolta da Cachaça. “A produção da bebida foi liberada em 13 de setembro de 1661, data em que se comemora o Dia Nacional da Cachaça (comemoração a partir de 2010). Também devemos destacar que a cachaça foi símbolo da Inconfidência Mineira e da Semana da Arte Moderna de 22”, cita.

E ainda, não se poderia deixar de dizer que a Cachaça é a ‘Mãe’ do Run. “Quando os  Holandeses foram expulsos do Brasil, entre 1530 a 1564, se fixaram no Caribe. Lá plantaram cana e produziram o Run a partir do destilado de melaço. Eles também foram responsáveis pela crise do açúcar”, conta.

A primeira cachaça envazada, rotulada e lacrada que se tem registro é a Manjopina, produzida no Engenho Manjope em Igarassu (Pernambuco) em 1756. A Ypioca é a mais antiga marca de Cachaça em produção. Sua fabricação foi iniciada em 1843, na Serra de Maranguape-Ceará. O nome vem da expressão indígena YPI (alegria) e OCA (casa).

Versões da origem

Existem várias versões sobre a origem da cachaça. “Creio que a mais conhecida seja a dos escravizados na senzala produzindo melado, e o vapor da fervura evaporava e ao parar no telhado, condensava e caiu sobre eles. Por se tratar de álcool, ardia no contato com os ferimentos, e eles batizaram de água que ardia, e depois aguardente”, conta.

Outra versão reporta que na feitura do melado, surgia uma espuma, conhecida por cagaça, utilizada para alimentação de bovinos e suínos. A cagaça fermentou e o álcool foi experimentado pelos negros que passaram a beber o líquido. Por ser um subproduto do alimento do cachaço, foi chamada de cachaça.

“São estórias pitorescas da nossa cultura popular e servem para bons papos, principalmente se deliciando com uma boa cachaça, lembrando que em doses comedidas, sem exageros”, diz o colecionador.

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