Disputa de terras envolvendo uma propriedade com reserva de pedras preciosas, falsificação de documento e homicídios. Estes são os crimes que pesam em processo contra o ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal Júlio Campos (DEM) na justiça de São Paulo.
O juiz Claudio Juliano Filho, da Primeira Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo, marcou para o dia 28 de abril audiência relacionada ao processo. Júlio Campos (DEM) é parte no processo onde constam dois homicídios.
Segundo a acusação, Júlio Campos teria sido mandante de dois homicídios.
Campos foi denunciado em 2013 pela prática de homicídio qualificado por duas vezes e formação de quadrilha. Contudo, até o dia 28 de abril de 2020, data da próxima audiência, a Justiça deve se manifestar sobre a prescrição completa do caso.
O crime
Segundo a peça acusatória, a origem do crime ocorreu em uma negociação. O político, segundo o Ministério Público, idealizou e executou a falsificação do contrato social da empresa Agropastoril Cedrobom Ltda.
Ainda segundo acusação, posteriormente, para assegurar a falsificação, o político mandou matar Nicolau Ladislau Ervi Haralyi, geólogo que havia constatado uma grande reserva de metais e pedras preciosas na fazenda, além de Antônio Ribeiro Filho, antigo proprietário da empresa. Os delitos foram praticados em 2004, no estado de São Paulo.
Inicialmente o processo tramitou o Supremo Tribunal Federal (STF), por prerrogativa de foro. Quando da denúncia, Júlio Campos ocupava o cargo de deputado federal.
Empresa
Com início das atividades em novembro de 2005, a Agropastoril Cedrobom tem como nome fantasia ‘Fazenda Madrugada’. Antes de 2005, a empresa tinha como proprietários Antônio Ribeiro Filho e Marcos Daniel Ribeiro. Com a negociação, Campos transferiu a empresa para Nauria Alves de Oliveira da Gama e Delci Baleeiro Souza, funcionários supostamente usados como laranja.
Hoje, Nauria permanece no quadro da empresa como administradora. Como sócios figuram o próprio Júlio Campos e seu filho Júlio Domingos de Campos Neto. As atividades da empresa, de acordo com seu CNPJ, consistem em compra e venda de imóveis próprios e criação de bovinos para corte.
Defesa
Júlio Campos (DEM), em entrevista ao site VG Notícias, de Várzea Grande, negou envolvimento com o crime de duplo homicídio, o qual ele responde por inquérito em São Paulo. O ex-governador disse que a notícia de seu envolvimento no crime voltou a “assombrá-lo” na manhã da última terça-feira (17.07), após a imprensa nacional veicular matéria citando-o como réu no processo.
Júlio disse que trata de um inquérito de oito anos atrás e que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), após ele ter sido eleito deputado em 2010, desde então estava paralisado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Este inquérito é de oito anos atrás, no qual eu já disse que não tenho nenhum envolvimento com isso. Pelo fato de eu ter me elegido, ele foi parar no STF – já que eles investigam todos os processos que tem contra os deputados”, relatou o parlamentar.
De acordo com o democrata, o inquérito é comum de investigação, e que não foi nem recebido pelo Ministério Público de São Paulo e muito menos pelo Ministério Público Federal (MPF).
(Fontes: Olhar Direto e VG Notícias)