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Famato Embrapa Show

Desafios e oportunidades da bioenergia são debatidos no Famato Embrapa Show

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Bionergia foi tema do painel realizado quinta-feira (23), durante o Famato Embrapa Show, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Embrapa e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), em Cuiabá-MT. O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso Alves, ministrou palestra sobre produção de biocombustíveis e outros bioprodutos: matérias-primas e oportunidades.

Para Alonso, os principais desafios futuros estão relacionados à produção de alimentos em quantidade e qualidade, por meio de práticas sustentáveis, assim como geração de energia e redução da pobreza. “Percebo que agricultura é parte da solução desses desafios, assim como a bioeconomia ou economia circular de baixo carbono, modelo baseado na utilização de recursos renováveis e biológicos”, explica.

No Brasil, Alonso calcula que a bioeconomia movimente aproximadamente U$ 300 bilhões e quase 50% dessa movimentação esteja associada ao agronegócio. “Neste sentido, existe uma série de oportunidades nesta área, já que o Brasil produz mais de 300 espécies de cultivos e gera cerca de 350 tipos de produtos. Esses números mostram como colaboramos para alimentar a população brasileira e mundial”, avalia. “A agricultura é geradora de alimentos fibras e energia, mas temos caminhado para uma agricultura multifuncional que vai produzir bioprodutos”, analisa.

Além de produzir alimentos, o Brasil, na visão de Alonso, tem se estruturado para produzir energia, a partir das culturas agrícolas, mas sem que haja competição entre essas duas frentes. O palestrante explicou que a biomassa é uma alternativa viável para produção de energia, tanto que 48% da matriz energética brasileira é de fonte renovável, enquanto nos países desenvolvidos é de 11%. “Hoje o Brasil produz 30 bilhões de litros de etanol, basicamente de cana de açúcar, mas também vem crescendo o uso de etanol do milho, o que favorece a redução de emissão de gases de efeito estufa e colabora com a descarbonização da matriz energética”, destaca.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia Bruno Galveas Laviola abordou em sua palestra as oleaginosas alternativas para segunda safra visando produção integrada de bioenergia e bioprodutos. Segundo ele, a produção mundial de óleo vegetal vem aumentando, assim como o seu o consumo. A soja é a cultura agrícola que oferece maior disponibilidade de matéria-prima para produção de óleo, uma vez que o Brasil é o maior produtor mundial da cultura, produzindo aproximadamente 135 milhões de tonelada, sendo que 65% da produção é exportada como grãos. “Neste sentido, precisamos incentivar a diversificação de matéria-prima para atender o consumo interno e externo”, defende.

Segundo Laviola, existem oleaginosas alternativas que podem ser usadas na safrinha, como o girassol e a canola.  “Temos trabalhado especialmente na produção de canola como alternativa de oleaginosa com baixo impacto ambiental para produção no Cerrado”, explica. Para estimular o cultivo da canola, a Embrapa tem estimulado o desenvolvimento de tecnologias para tropicalizar a cultura, desde o desenvolvimento de cultivares adaptadas, assim como outras tecnologias de manejo agronômico.

Projetos – A Embrapa Agroenergia tem desenvolvido ainda projetos com a inciativa privada, a exemplo do Projeto Procanola que visa o desenvolvimento dessa cadeia produtiva no Cerrado e no Distrito Federal e também ações realizadas na Bahia, por meio de unidades de referência, com parceiros locais. “Também desenvolvemos um aplicativo que ajuda o agricultor no manejo e cultivo da canola”, explica.

O analista da Embrapa Suínos e Aves, Ricardo Luis Radis Steinmetz, ministrou palestra sobre produção de biogás, a partir de dejetos da produção animal intensiva. Com foco na produção animal, o pesquisador mostrou o potencial do biogás e do biometano como mecanismo de transformação econômica e social nas propriedades.

Segundo Steinmetz, o biogás é uma cadeia agroenergética, cujo principal material são os resíduos, que podem ser reciclados, a partir do uso de um biodigestor. Para o pesquisador, o uso do biogás vem crescendo, tanto que há mais de 675 plantas instaladas que fazem aproveitamento de biogás no Brasil. “Com base em alguns levantamentos, percebo que existe o potencial de atender 35% da demanda interna de energia elétrica e 70% de diesel”, relata.

Dentro da cadeia de produção animal, o palestrante ressaltou que a principal oportunidade é com a ambiência para adequação térmica de aviários, por exemplo. Outra estratégia é o uso do biogás na secagem de grãos. Porém, os projetos mais difundidos são a geração de energia elétrica. Além disso, há potencial de uso de biogás para mobilidade, a exemplo da unidade de Produção de Biometano que aproveita o biogás gerado a partir dos dejetos suínos das granjas como combustível veicular. “O BiogásFORT® já fornece combustível para um veículo que atende as demandas externas da Embrapa Suínos e Aves, em Concordia (SC)”, conclui.

Sobre o evento – O Famato Embrapa Show reúne tecnologias desenvolvidas por 18 unidades de pesquisa que estão sendo apresentadas por mais de 50 empregados, entre pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias e analistas de transferência de tecnologia. Estão demonstradas aproximadamente 60 soluções desenvolvidas pela Embrapa para apoiar agricultores e pecuaristas a terem mais eficiência e sustentabilidade na produção.

Confira a programação na íntegra clicando em https://sistemafamato.org.br/famatoembrapashow/.

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Famato Embrapa Show

Pulses e culturas especiais são opções para Mato Grosso atingir novos mercados

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Mato Grosso é destaque mundial na agricultura, especialmente em produção de soja, algodão e milho. Mas o cultivo dos pulses e culturas especiais está crescendo no estado e abrindo um leque de novas possibilidades de mercado para os produtores rurais.

“Precisamos ter alternativas para a segunda safra e quanto mais culturas, melhor e temos a possibilidade de desenvolvermos mercados que nem imaginávamos. No caso dos pulses, por exemplo, temos países asiáticos que são grandes consumidores e podem ser nossos clientes”, diz Ricardo Arioli, coordenador técnico do Famato Embrapa Show, realizado em Cuiabá (MT).

Durante o evento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou alternativas para os agricultores como o amendoim, pulse cuja cultura será ainda mais impulsionada pela implementação de uma indústria no município de Nova Ubiratã, que deve consumir a produção de uma área de 30 mil hectares.

Mostra de variedades de pulses no Famato Embrapa Show: Países asiáticos são grandes consumidores e compõem grande mercado.

O feijão caupi é outra leguminosa que vem caindo no gosto do agricultor mato-grossense como opção de rotação e de receita.

“O milho tem uma janela estreita e, aproveitando as chuvas, o produtor rural pode utilizar o cultivo do feijão nesta área”, diz Adão Cabral, pesquisador da Embrapa Meio Norte. A cultivar adaptada a Mato Grosso, a BRS Imponente, atende à demanda dos mercados internacionais. São 125 mil hectares cultivados no estado.

Nas culturas especiais, a área de gergelim está em crescimento em Mato Grosso. “A cultura está em pleno avanço porque tem muitas utilidades para o gergelim. É interessante como rotação de cultura, mas precisa de empresas consumidoras no estado”, afirma Luiz Gonzaga Chitarra, pesquisador da Embrapa Algodão.

Trigo

O trigo é uma cultura que vem sendo introduzida em Mato Grosso há alguns anos de forma gradual. Tradicionalmente cultivado no frio, já existem cultivares desenvolvidas pela Embrapa para o Centro-Oeste. “Há falta de trigo para abastecer o mercado interno brasileiro, então é uma oportunidade de expandir o cultivo para o Cerrado e suprir essa demanda”, afirma Anderson Ferreira, da Embrapa Trigo.

Há quatro cultivares recomendadas para o Cerrado: BRS 254, BRS 264, BRS 404 e BRS 394, tanto para cultivo irrigado como para sequeiro. Segundo Ferreira, as avaliações feitas no Centro-Oeste mostraram que com irrigação a produtividade foi de 160 sacas por hectare e, em sequeiro, 50 sacas por hectare.

“É importante lembrar que o trigo irrigado tem um pacote tecnológico mais caro e o de sequeiro, embora menos produtivo, também é rentável para o produtor”.

Como gargalos, o pesquisador aponta a doença bruzone, que pode acometer a cultura, e ainda políticas públicas para que o estado se desenvolva de forma a absorver a produção do trigo.

Soja

A área de soja convencional cresce em Mato Grosso devido à rentabilidade observada pelo produtor rural nas últimas safras. O estado é responsável por 50% do plantio de soja convencional do Brasil, segundo o Instituto Soja Livre.

No Famato Embrapa Show, cinco cultivares foram apresentadas como opções para o plantio no estado: BRS 8381, BRS 8581 – variedades já consolidadas, a BRS MG 534 e os lançamentos BRS 7781 e BRS 7582.

“São cultivares que possuem características como resistência à ferrugem asiática, à nematoides de galha e de cisto, bem como materiais de ciclo curto e longo e alta produtividade”, explica Eduardo Vaz, gerente executivo do Instituto Soja Livre.

Variedades transgênicas também foram trazidas para o evento pela Embrapa. A BRS 5980 IPRO, com duas transgenias e resistência a glifosato e lagartas, e a BRS 7380 RR, com resistência ao glifosato.

“Trouxemos estas variedades porque têm resistência a nematoide de galha e cisto, muito bem adaptadas aos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo”, diz Ilson Alves Afonso, da Fundação Cerrados.

Evento

Idealizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e construído em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), o Famato Embrapa Show apresentou de 22 a 24 de junho mais de 60 inovações desenvolvidas por 14 unidades da Embrapa em diversas regiões do Brasil. São tecnologias com foco em sistemas produtivos de grãos, fibras e pecuária de corte, além de tecnologias de saneamento básico rural.

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