O Momento Agrícola comemorou 25 anos de veiculação no rádio em sua versão ‘ao vivo’, no último sábado, pela Rádio Tangará. O programa teve a participação especial do produtor rural, ex-prefeito e ex-deputado estadual Jaime Luiz Muraro, que relembrou momentos do Agro em Tangará da Serra e no Chapadão dos Parecis desde a sua chegada na região, em 29 de fevereiro de 1980.
O Momento Agrícola é veiculado pela Rádio Tangará desde julho de 1995, quando seu idealizador – o produtor rural, agrônomo e consultor Ricardo Arioli – foi incentivado por colegas produtores (entre eles o próprio Jaime Muraro) a apresentar um programa radiofônico semanal voltado exclusivamente ao setor produtivo.
Arioli, durante uma das edições do programa, no estúdio da Rádio Tangará.
A iniciativa logrou êxito e, desde julho daquele ano, o programa é apresentado aos sábados pela manhã, das 07hs às 09hs, com grande audiência e repercussão.
Aliás, a grande repercussão e influência do Momento Agrícola junto ao setor produtivo e também no meio político levou Ricardo Arioli a criar, em maio de 2015, a versão gravada do programa. Esta versão é transmitida semanalmente pela Rede de Rádios do Agro, utilizando a SoundCloud, a maior plataforma de áudio aberta do mundo.
Neste formato, a influência do Momento Agrícola foi potencializada e a repercussão do programa ecoa em todo o país, especialmente em Cuiabá e Brasília.
O Enfoque Business reproduz o programa aos finais de semana, com matéria jornalística anexa, como a presente publicação.
Edição
Na edição gravada desta semana, o Momento Agrícola destaca a retração no faturamento da indústria de máquinas e equipamentos. O encolhimento das vendas foi de 13,7% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A receita no mês foi de R$ 9,5 bilhões.
O resultado ainda é muito ruim, mas sinaliza uma desaceleração na queda do setor, uma vez que em abril a receita foi 27% menor que no ano anterior.
As exportações do setor, que já vinham em queda desde o fim do ano passado, seguem em baixa. Em maio, a retração foi de 34,7% e, no acumulado do ano, de 23,6%.
As importações, que também diminuíram 30,6% em maio, seguem com saldo positivo no acumulado do ano, com uma alta de 14,6% de janeiro a maio. O setor de infraestrutura e indústria de base é o que mais ampliou suas compras de importados em 2020.
Mas o setor prevê uma melhora na atual conjuntura. A ABIMAQ acredita no reaquecimento com o Plano Safra, onde se incluem as linhas de financiamento do MODERFROTA, que reserva R$ 9 bilhões a juros de 7,5% ao ano. O juro ainda é considerado caro pelo setor, mas ainda assim está melhor que ano passado, quando a taxa era 8,5%.
Virtuais
Um dos grandes atrativos para o segmento de máquinas e equipamentos são as tradicionais feiras. Porém, a pandemia do novo coronavírus forçou o cancelamento destes eventos, como a internacional Expointer, a mais notável do país.
O cancelamento da 43ª edição da Expointer – que já tinha seu calendário alterado do fim de agosto para 26 de setembro a 04 de outubro – foi comunicado na última quinta-feira (2), através de nota, pelos promotores do evento, que são a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul e pela prefeitura de Esteio.
Em Mato Grosso, a Parecis SuperAgro – que aconteceria em março, em Campo Novo do Parecis -, a Expoargo e a Exposerra – que aconteceriam, respectivamente, em Barra do Bugres e Tangará da Serra nos meses de agosto e setembro – também foram canceladas em razão da pandemia.
Mas há inovações, como a AGROBRASÍLIA, que acontecerá virtualmente de 06 a 10 de julho. O inédito evento virtual já conta com 140 expositores cadastrados na plataforma que transmitirá a feira. A feira foi sucesso em 2019, com 500 expositores, público de 120 mil pessoas e R$ 1,2 bilhões em negócios. Para participar: https://www.digital.agrobrasilia.com.br/.
“Talvez esteja se consolidando uma nova forma de feira agropecuária”, observa Arioli, citando recente feira virtual – 5º Seminário da Phitus” – realizado pela plataforma Elevagro, que possui uma série de cursos e palestras online (https://elevagro.com/).
Atentados
“É lamentável o que está acontecendo na Argentina”, disse Arioli, sobre uma série de atentados contra produtores rurais argentinos por grupos identificados como radicais de esquerda.
Os grupos atacam fazendas e cortam silos-bolsas onde estão armazenados grãos colhidos das lavouras locais, gerando grandes prejuízos aos produtores. O radicais alegam que os produtores estão “especulando”, aguardando melhores preços para comercializarem sua soja. “Em governos populistas, tentar ganhar dinheiro é crime. O lucro é considerado crime de opressão popular. Já vivenciamos isso por aqui…”, comentou a apresentador do Momento Agrícola.
Outras
Outras atrações do Momento Agrícola desta semana são abordagens sobre o Renovabio, o Protocolo de Nagoya e ameaça de boicote da Europa a produtos brasileiros.
Sobre o Renovabio, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, conta como o Renovabio fortalecerá a produção e o uso dos Biocombustíveis no Brasil e como essa política de descarbonização dos combustíveis brasileiros poderá favorecer os produtores.
Em outro bloco, o consultor de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus de Brito, analisa os efeitos que a ratificação do Protocolo de Nagoya pelo Congresso pode exercer sobre os produtos agropecuários brasileiros.
E, por fim, empresas e governos da Europa ameaçam boicotar a compra de produtos do Brasil se o desmatamento da Amazônia não for contido. “Precisamos levar isso a sério? Como poderíamos reagir pra contar na Europa nossa verdadeira história de produção com preservação?”, questiona Ricardo Arioli, que conversa José Luiz Tejon, um mestre em publicidade e comunicação.
Para ouvir o Momento Agrícola na íntegra, clique abaixo.