As vendas do comércio no Natal de 2019 tiveram incremento entre 3% e 10% nos estabelecimentos associados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tangará da Serra.
Segundo a entidade, apesar do crescimento nas vendas, os lojistas esperavam mais na principal data do calendário comercial do país. Os negócios, segundo comerciantes consultados pela CDL, sofreram interferência da Black Friday, promoção realizada em nível nacional em novembro, exatamente a um mês do Natal.
Para associados da CDL, Black Friday interferiu nas vendas de Natal.
Para os empresários, a Black Friday antecipa as compras e ativa fortemente o comércio eletrônico, o que reflete diretamente no comércio físico. Ou seja, quanto maior o volume de negócios no comércio eletrônico, maior o impacto nos estabelecimentos locais.
Por outro lado, houve quem comemorou incremento de até 10% neste Natal em relação à data de 2018, como no caso de uma rede de lojas de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos que possui três unidades em Tangará da Serra.
Outro fator que chamou atenção foi a adesão à campanha Natal Premiado CDL. Segundo informações da entidade, a adesão de associados foi 50% maior que no ano passado, superando os 200 estabelecimentos participantes que, também, adquiriram os cupons da campanha.
O sorteio do Natal Premiado CDL, vale lembrar, ocorreu no último dia 11, com premiação de um Jeep Renegade Sport, uma estada para o Malai Manso Resort e 14 vales-compras no valor de R$ 500 cada. Os ganhadores do automóvel Jeep Renegade e da e da estada no Malai Manso Resort foram, respectivamente, Emerson Ferreira de Souza e Emílio Falgeti da Silva.
Jeep Renegade foi a grande atração da campanha Natal Premiado CDL.
Ao todo, foram 600 mil cupons depositados pelos consumidores nas urnas dos estabelecimentos conveniados. “Tivemos muitos cupons, isso mostra que Tangará da Serra tem um comércio pujante e participativo”, disse o presidente da CDL, Alessandro Rodrigues Chaves.
Calendário
Neste novo ano, a CDL já deu início ao seu calendário de promoções com a tradicional ‘Liquida CDL’, que até ano passado era realizada em novembro. Porém, a Black Friday acabou forçando o remanejamento da campanha para janeiro. À imprensa, o presidente da CDL, Alessandro Rodrigues Chaves disse que a promoção é “uma oportunidade de compras a preços atrativos pelos consumidores e uma forma dos lojistas driblarem o baixo movimento de início de ano”.
As outras campanhas da CDL para 2020 são o ‘Dia das Mães CDL’, em maio; a ‘Semana Brasil’, em setembro, e o Natal Premiado CDL, tradicionalmente lançado em outubro.
2020
A classe empresarial está apreensiva com o ano de 2020. O motivo é a lei complementar 631/2019, com a qual o governo estadual ampliou o impacto dos impostos sobre o setor ao revogar incentivos fiscais concedidos irregularmente na gestão do ex-governador Silval Barbosa, entre 2010 e 2014.
Recentemente, em depoimento ao Enfoque Business, Alessandro Rodrigues Chaves disse que todos os segmentos do comércio no estado serão impactados pela nova legislação tributária que passou a vigorar logo no início do mês. “É preocupante. Alguns setores, como o de materiais de construção, por exemplo, terão variação de 10% a 39%. O poder de compra do consumidor será bastante prejudicado e haverá queda significativa no volume de vendas”, previu.
Ouça, na sequência, áudio de Alessandro Rodrigues Chaves sobre o assunto.
Mato Grosso deve colher 47 milhões de toneladas de soja na safra atual. Em meio a esse volume de grãos, o atraso na colheita em razão das chuvas reflete diretamente no fluxo do escoamento.
A colheita está acelerada, aproveitando as janelas de sol para o trabalho das máquinas nas lavouras. Aí é que vem o problema, na medida em que o estrangulamento da colheita encarece o frete em até 70% em algumas rotas a partir de Mato Grosso e esse ritmo de alta deve seguir nesse mês de fevereiro, segundo especialistas do setor.
Mato Grosso ainda depende muito do modal rodoviário e há poucas opções de ferrovias e praticamente nada de hidrovias. Para agravar o cenário, não há caminhões suficientes para atender a demanda, o que catapulta o preço do frete. Por exemplo, na rota Sorriso-Santos o preço do frete por tonelada subiu de R$ 330,00 para R$ 340,00 em janeiro e, agora, em fevereiro, se aproxima de R$ 500,00. Especialistas preveem que para essa rota o prelo do frete/tonelada chegue a R$ 600,00 ainda nesse mês.
Colheita apertada integra cenário de alta nos preços do frete em Mato Grosso.
Para transportar a soja de Sorriso a Rondonópolis, em 15 dias o frete subiu de R$ 118/tonelada para R$ 205/tonelada. Ou seja, um aumento de 73,7%. Outra opção para descarregamento da soja em trens, na rota Querência-Rio Verde(GO), o frete teve alta semelhante, de 73,9%, saltando de R$ 138/tonelada para R$ 240/tonelada.
Outro gargalo é a insuficiência do sistema de armazenagem, cuja capacidade é de 65% da safra, incluindo as próprias fazendas, as cerealistas, empresas e tradings. O governo, por sua vez, não contribui para uma solução, ainda que disponibilize linhas de crédito para a estocagem nas propriedades através do Plano de Construção de Armazéns (PCA).
Mesmo com disponibilização de R$ 3,3 bilhões pelo PCA a juros anuais de 7% e R$ 4,5 bilhões para armazéns maiores com juros de 8,5% ao ano, o prazo de apenas 10 anos para pagamento são muito curtos para o tamanho dos investimentos.
Por fim, o diesel subiu R$ 0,22/litro nas refinarias. Vale lembrar que o combustível responde por 50% do custo do frete.
As altas verificadas no frete recaem, também, no preço dos fertilizantes.