A ocorrência de fungos causadores de doenças foliares na soja e as estratégias de prevenção, controle e enfrentamento foram os temas dominantes da 11ª Jornada Técnica, evento promovido nos últimos dias 14 e 15 pela Agrodinâmica Pesquisa e Consultoria Agropecuária.
A estrutura montada na Estação Experimental da Agrodinâmica, em Deciolândia (Diamantino-MT), ficou tomada por um público ao redor de 1.000 pessoas. No primeiro dia, o evento foi voltado a produtores rurais e profissionais da área técnica, enquanto no segundo dia (sábado, 15) foi direcionado a universitários e estudantes de cursos técnicos.
Estrutura montada na Estação Experimental da Agrodinâmica ficou tomada por um público ao redor de 1.000 pessoas.
Além de cinco estações disponibilizadas para visitação a campo, com mostras de cultivares e áreas demonstrativas de empresas, a 11ª Jornada Técnica ofereceu aos participantes ciclo de palestras com destaque para o tema “Panorama das Doenças na Safra 2019/2020 nos Cerrados – Desafios na Sustentabilidade da Cultura da Soja”, abordado em formato de painel, com debate ao final.
Nesta exposição – Alliance Research -, os palestrantes foram o engenheiro agrônomo e proprietário da Agrodinâmica, Valtemir José Carlin; e os pesquisadores Eder Novaes Moreira, da Fitolab, e Nédio Tormen, do Instituto Phytus.
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Os palestrantes abordaram as três principais doenças verificadas nas lavouras de soja da região do cerrado – ferrugem asiática, cercospora e mancha alvo. Estas doenças caracterizadas por fungos podem representar quebras significativas na produtividade, daí a necessidade de vigilância permanente ao longo de todo o ciclo.
Além da antecipação e encurtamento dos ciclos, Carlin destacou a importância de práticas como manejo integrado e manejo químico.
Valtemir Carlin destacou que uma das medidas para evitar a ocorrência destas doenças é a antecipação do plantio. “Quanto antes melhor”, disse, justificando que a precocidade das lavouras diminuem a incidência dos fungos. Além da antecipação e encurtamento dos ciclos, Carlin destacou a importância de práticas como manejo integrado e manejo químico.
Nédio: “É preciso estar atento à esta relação entre a ferrugem e o ciclo das cultivares”
Nédio Tormen endossou a fala de Valtemir Carlin. O pesquisador do Instituto Phytus confirmou que a adoção de cultivares precoces (janela curta) é uma das bases para o controle de fungos como o da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi). “É preciso estar atento à esta relação entre a ferrugem e o ciclo das cultivares”, observou, acrescentando que outras práticas eficientes são o vazio sanitário, o uso de fungicidas sistêmicos e multissítios, com reforço.
Oportunismo
A cercospora é uma doença fúngica de final de ciclo que ataca todas as partes da planta. Nas folhas, provoca pontuações escuras, castanho-avermelhadas, que resultam em severo crestamento e desfolha. Nas vagens, o fungo atinge a semente e causa a mancha púrpura no tegumento. Já na haste os sintomas são manchas vermelhas.
Éder: Ação oportunista do fungo foi facilitada nesta safra no período de escassez de chuvas na região.
O pesquisador Eder Novaes Moreira, destaca o oportunismo desse fungo, cuja ação foi facilitada nesta safra no período de escassez de chuvas na região, no mês de janeiro. Sem as chuvas, as raízes se aprofundaram em busca de umidade, enquanto as altas temperaturas contribuíam para o estresse da planta.
Quando a chuva se normalizou, a planta liberou altas cargas de açúcares e aminoácidos, o que provocou crescimento e enchimento desordenados das vagens. Neste contexto de anomalias, o resultado foi o aparecimento de fissuras nas vagens, criando uma porta de entrada para os fungos, daí o apodrecimento de um a dois grãos.
Outras
Além do painel sobre o panorama das doenças da soja, outras palestras foram atração para o público presente na 11º Jornada Técnica. Na sexta-feira, o Senar-MT – um dos patrocinadores do evento, entre outras 35 empresas – abordou o tema “Gestão de Propriedades Rurais”, com o instrutor Roberson Passos.
Concluindo o ciclo de palestras do dia, o especialista da Esalq/USP, Leandro Gimenez, discorreu sob o tema “Agricultura Digital – Desafios e Oportunidades – Um Olhar Crítico”.
No sábado, além da abordagem sobre doenças, a atração ficou por conta da palestra “Perfil do Profissional de Agronomia para o Mercado de Trabalho”, ministrada pelas psicólogas e especialistas em Gestão de Pessoas, Andressa Fascina da Rocha e Mariusa Aparecida Zago, da Unicampo, de Maringá-PR.
(*) Veja, abaixo, galerias de fotos do evento.
XI Jornada Técnica Agrodinâmica: Primeiras 40 imagens resumem o primeiro dia do evento
XI Jornada Técnica Agrodinâmica: Mais imagens do evento