A 10ª edição da Semana de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Tangará da Serra, incluiu uma visita técnica ao Complexo Hidrelétrico de Juba I e II, realizada na última quarta-feira (22). Os acadêmicos foram acompanhados pelo professor e engenheiro civil Sílvio Tupinambá Fernandes de Sá.
O objetivo da visita foi proporcionar aos estudantes uma visão prática da operação de uma usina hidrelétrica, destacando a importância estratégica do setor elétrico para a infraestrutura e a economia do país. A atividade permitiu aliar teoria e prática, ampliando o conhecimento sobre processos tecnológicos e as múltiplas variáveis que influenciam os sistemas produtivos.
O grupo foi recepcionado nas primeiras horas da manhã pelo engenheiro eletricista Jefferson Paiva, gerente das usinas e representante da Brennand Investimentos, empresa responsável pelos empreendimentos.

Na abertura da programação, os visitantes assistiram a uma apresentação institucional (foto acima) sobre a empresa e o complexo energético, que reúne, além das UHEs Juba I e II, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) Graça Brennand e Pampeana. O conteúdo técnico abordou aspectos do mercado e da conjuntura do setor elétrico, bem como o papel estratégico das usinas para a região.
Durante a apresentação, os acadêmicos fizeram diversos questionamentos sobre as obras de construção das usinas, os desafios de engenharia e os impactos socioeconômicos dos empreendimentos.

Na sequência, o grupo visitou as instalações da UHE Juba I, conhecendo o funcionamento da represa, o vertedouro e o sistema de tomada d’água que conduz o fluxo ao canal de adução. A visita seguiu até a câmara de carga, ponto onde a água é direcionada aos condutos forçados, e à casa de força, onde estão instaladas as turbinas.
No local, os estudantes também puderam observar a subestação elevadora – onde ocorre a conversão da energia hidráulica em elétrica – e o sistema de transmissão responsável pelo retorno da água ao leito natural do rio Juba.

Com capacidade instalada de 42 megawatts (MW), a UHE Juba I é um dos mais de 1.500 empreendimentos hidrelétricos integrados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Junto com sua “gêmea”, a Juba II, a usina chegou a responder, na década de 1980, por quase 20% da demanda energética de Mato Grosso. Hoje, continua a representar uma importante fonte de segurança e estabilidade no fornecimento de energia elétrica para a região.

Integração e sustentabilidade
Além dos aspectos técnicos, os acadêmicos também se interessaram pelos programas ambientais desenvolvidos pela empresa. A área de domínio do complexo abriga uma extensa reserva de floresta nativa, com mais de nove mil hectares, preservada desde 1996 — um exemplo de convivência harmônica entre meio ambiente e tecnologia a serviço da sociedade.

Para o professor Sílvio Tupinambá, a visita técnica proporcionou uma visão multidisciplinar da engenharia civil.
“Essa experiência só é possível de assimilar in loco. Os alunos puderam observar desde a geologia e as campanhas de topografia e sondagem que deram início ao empreendimento, até a dinâmica de solos, aterros compactados, taludes, hidrologia e concretagem das estruturas de vertedouro, canal de adução, conduto forçado e produção de energia”, destacou.
Tupinambá é engenheiro civil graduado pela Universidade Veiga de Almeida (RJ), economista e especialista em logística.
