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Reunião sobre alta de preços ficou para esta quinta; Ministra descarta intervenção e prevê redução mais à frente

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Ficou para amanhã (quinta, 10) a reunião entre Procon (Coordenadoria de Defesa do Consumidor), Ministério Público, ACITS e CDL, em Tangará da Serra, para discutir a disparada dos preços dos produtos da cesta básica e encaminhar reivindicações ao governo federal de possíveis medidas de contenção da alta.

A mudança de data foi anunciada ao final da tarde de ontem pelos organizadores. Também foram alterados o local e o horário. Anteriormente marcada para o auditório da ACITS, às 15hs desta quarta, a reunião foi postergada para amanhã, às 10h30, no auditório da prefeitura de Tangará da Serra.

Alta

O arroz e o feijão sumiram das cerealistas e, no caso de Tangará da Serra, diante da falta do produto nas empresas beneficiadoras, há a informação de que empresas de fora do município arremataram praticamente toda a produção – em especial o feijão – diretamente nas propriedades rurais.

Nos supermercados, o arroz é vendido entre R$ 21 e 24,00 o pacote de 05 quilos, enquanto o feijão chega a R$ 8,00 o quilo. Estes itens têm apresentado forte inflação nas últimas semanas, a exemplo do leite, carne e óleo de soja.

Pelo país afora, há registros de crescimento de mais de 100% no valor de itens nos supermercados, principalmente o arroz e o feijão.

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Sem intervenção

No entanto, qualquer baixa nos preços deverá vir somente com as oscilações normais do mercado e não através de intervenções na atual política de preços.

Ontem, em contato com a imprensa, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, descartou intervenção em preços, ao mesmo tempo em que garantiu que não há nenhum risco de desabastecimento desses produtos para o consumidor brasileiro, e que o governo monitora em tempo real a situação do mercado. “Estamos vivendo uma situação de transição, é uma questão pontual e que vai passar. O governo não vai fazer nenhuma intervenção em preços de mercado, o que estamos fazendo é monitoramento constante”, disse.

Sem risco

Tereza Cristina disse que deverá haver a nova acomodação de preços dos alimentos. Ela comentou que o governo tem analisado a situação dos estoques de cada região e que está atento às necessidades.

“Há um conjunto de fatores. Não se trata apenas de aumento de exportação. Houve aquecimento interno, por causa do auxílio emergencial. As pessoas passaram a comprar mais, porque houve uma mudança de hábito, mas haverá uma acomodação”, disse a ministra.

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Na avaliação do Ministério da Agricultura, os preços tendem a cair nos próximos meses. “Assim como já aconteceu com o leite, que subiu e depois caiu, os preços tendem a se acomodar.” A ministra lembrou que houve uma safra recorde neste ano e que, apesar do aumento das exportações, não há risco de faltar alimento neste ano e no próximo.

Preocupação

Na semana passada, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que representa 27 associações estaduais afiliadas, afirmou que vê essa conjuntura com muita preocupação, por se tratar de produtos da cesta básica da população brasileira.

“O setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços de forma generalizada repassados pelas indústrias e fornecedores. Itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja com aumentos significativos”, declarou a associação.

A entidade explica que esta conjuntura se deve ao aumento das exportações desses produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens, motivadas pela mudança na taxa de câmbio, que provocou uma forte valorização do dólar frente ao real.

Somam-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações e o crescimento da demanda interna impulsionada pelo auxílio emergencial.

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Colheita estrangulada e logística insuficiente encarecem frete em até 73,9% no MT

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Mato Grosso deve colher 47 milhões de toneladas de soja na safra atual. Em meio a esse volume de grãos, o atraso na colheita em razão das chuvas reflete diretamente no fluxo do escoamento.

A colheita está acelerada, aproveitando as janelas de sol para o trabalho das máquinas nas lavouras. Aí é que vem o problema, na medida em que o estrangulamento da colheita encarece o frete em até 70% em algumas rotas a partir de Mato Grosso e esse ritmo de alta deve seguir nesse mês de fevereiro, segundo especialistas do setor.

Mato Grosso ainda depende muito do modal rodoviário e há poucas opções de ferrovias e praticamente nada de hidrovias. Para agravar o cenário, não há caminhões suficientes para atender a demanda, o que catapulta o preço do frete. Por exemplo, na rota Sorriso-Santos o preço do frete por tonelada subiu de R$ 330,00 para R$ 340,00 em janeiro e, agora, em fevereiro, se aproxima de R$ 500,00. Especialistas preveem que para essa rota o prelo do frete/tonelada chegue a R$ 600,00 ainda nesse mês.

Colheita apertada integra cenário de alta nos preços do frete em Mato Grosso.

Para transportar a soja de Sorriso a Rondonópolis, em 15 dias o frete subiu de R$ 118/tonelada para R$ 205/tonelada. Ou seja, um aumento de 73,7%. Outra opção para descarregamento da soja em trens, na rota Querência-Rio Verde(GO), o frete teve alta semelhante, de 73,9%, saltando de R$ 138/tonelada para R$ 240/tonelada.

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Outro gargalo é a insuficiência do sistema de armazenagem, cuja capacidade é de 65% da safra, incluindo as próprias fazendas, as cerealistas, empresas e tradings. O governo, por sua vez, não contribui para uma solução, ainda que disponibilize linhas de crédito para a estocagem nas propriedades através do Plano de Construção de Armazéns (PCA).

Mesmo com disponibilização de R$ 3,3 bilhões pelo PCA a juros anuais de 7% e R$ 4,5 bilhões para armazéns maiores com juros de 8,5% ao ano, o prazo de apenas 10 anos para pagamento são muito curtos para o tamanho dos investimentos.

Por fim, o diesel subiu R$ 0,22/litro nas refinarias. Vale lembrar que o combustível responde por 50% do custo do frete.

As altas verificadas no frete recaem, também, no preço dos fertilizantes.

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