Em meio às efervescências que o pleito eleitoral de outubro provoca no ambiente político nos âmbitos local, estadual e nacional, algumas movimentações já acontecem em preparação às próximas eleições municipais, em 2024.
Com isso, os movimentos das peças do tabuleiro político do município e do estado deverão apresentar uma nova configuração assim que findarem as eleições do ano em curso, com as definições no Planalto, no Paiaguás e nas esferas parlamentares.

Vander foi convidado por líderes da UB no estado, entre eles o governador Mauro Mendes.
Uma das possibilidades envolve o prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson (PSDB), que poderá trocar de partido. Ele foi convidado a ingressar no União Brasil (fusão DEM/PSL) pelos líderes da nova legenda, como o governador Mauro Mendes, o secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho e o ex-deputado Fábio Garcia, este último o provável presidente da agremiação.
Consolidado como a principal liderança do Partido da Social Democracia Brasileira em Tangará da Serra e região, Vander Masson ainda não se definiu sobre o convite, mas poderá ficar inclinado a aceitar, já que poderia ter seu nome oxigenado e ancorado em nova base para uma possível candidatura à reeleição. Vander tem sido contatado pelas lideranças do UB, que tentam persuadi-lo a trocar de legenda.
O União Brasil nasceu forte. A fusão de DEM/PSL rendeu à sigla a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 81 parlamentares. No Senado Federal, o União Brasil está representado por oito senadores.
Já em Mato Grosso, além do governador Mauro Mendes, o União Brasil conta com duas cadeiras na Assembleia Legislativa – Dilmar Dal Bosco e Delegado Claudinei (egressos de DEM e PSL). Em Tangará da Serra, a UB conta com os vereadores Rogério Silva (DEM) e Eduardo Sanches (PSL).
A redação tentou contato com Vander Masson, mas seu celular estava desligado ou fora de área.
Velho Tucano
Fundado em 1988, o PSDB é um partido desbotado no cenário nacional e apartado dos seus áureos tempos em que foi idealizado por figuras imponentes de centro-direita e do liberalismo social como Mário Covas, Franco Montoro e Sérgio Motta. Daquela época persistem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e o senador José Serra.
Encabeçado por políticos da ‘velha guarda’, o PSDB está sem forças para disputar a Presidência da República e não é cortejado para compor uma aliança visando esta disputa majoritária. Hoje, o tucanato nacional resume-se aos devaneios de FHC, às utopias de poder de Serra e às pretensões inalcançáveis do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alkmin.
No estado, o PSDB também é comandado por uma ‘velha guarda’, sendo personificado pelos deputados estaduais Carlos Avallone e Wilson Santos e, também, pelo ex-deputado federal Nilson Leitão, este o último representante do tucanato mato-grossense na Câmara Federal, com mandato exaurido em 2018, quando foi derrotado na disputa por uma vaga ao Senado.
Contudo, em Tangará da Serra ainda mantém o protagonismo, com representação no Executivo, através do próprio Vander, e no Legislativo com as vereadoras Dona Neide e Sandra Garcia, além do presidente da Casa, Fábio Brito.
Perdido entre a sua ideologia original de centro-direita e os flertes com partidos de esquerda igualmente mofados como o PT, o PSDB vem sofrendo, após cada eleição, um processo de atrofia. A menos que aconteça um fato novo e relevante e/ou surjam novas lideranças, a tendência é de que o PSDB seja representado, num futuro próximo, por uma mera ilustração de um ‘ninho’ abandonado.