Material idêntico que circulou ano passado dando conta de presença de elementos cancerígenos na água de Tangará da Serra voltou a aparecer na internet no final de semana passado. Trata-se do mesmo material utilizado em estardalhaço do deputado estadual Lúdio Cabral, do PT, em 2022.
O material, do site Repórter Brasil, indica que o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, do Ministério da Saúde, aponta para presença de elementos contaminantes na água de Tangará da Serra. As informações constam no ‘Mapa da Água’, do órgão federal, com dados coletados entre os anos de 2018 e 2020 e não contemplam o período a partir de 2021.
Segundo o levantamento, foram detectadas duas substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, acima do limite de segurança e 1 outra que também gera riscos à saúde na água de Tangará da Serra.
A cidade figura entre 763 municípios pesquisados. Em Mato Grosso, além de Tangará da Serra, são apontados os municípios de Alto Garças, Cáceres, Campinápolis, Confresa, Cuiabá, Guarantã do Norte, Juína, Marcelândia, Pedra Preta, Pontal do Araguaia, Primavera do Leste e Sorriso.
O levantamento cita a “Atividade alfa total” (Radioatividade), classificada como cancerígena para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Segundo especialistas, as partículas alfa são “extremamente perigosas” se inaladas ou ingeridas. Os radionuclídeos, como a atividade alfa total, são empregados nas ciências médicas como fontes de radiação.
Outro apontamento é sobre a presença de cádmio, cujos compostos são classificados como cancerígenos para o ser humano (grupo 1) pela IARC. Como base para essa classificação, estão evidências de tumores pulmonares em trabalhadores e animais que inalaram a substância. Os principais efeitos da exposição prolongada são doença pulmonar crônica obstrutiva e enfisema, além de distúrbio crônico dos túbulos renais. Essa é uma substância utilizada pela indústria: o metal cádmio é usado como anticorrosivo em aço galvanizado, o sulfeto de cádmio e selenito como pigmentos em plásticos e os compostos de cádmio na manufatura de pilhas, baterias, componentes eletrônicos e reatores nucleares.
O mesmo estudo cita presença de urânio na água tangaraense. A ingestão dessa substância, em altas concentrações, pode causar efeitos na saúde, como câncer ósseo ou hepático. O elemento é utilizado em reatores nucleares comerciais que produzem eletricidade e para fins medicinais, industriais e militares em todo o mundo.
Os dados que compõem o mapa são resultados de testes feitos pelas empresas e instituições responsáveis pelo abastecimento. Eles integram a base de controle do Sisagua. Os dados foram interpretados de acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde.
Veja o mapa no link abaixo, do Repórter Brasil: https://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/municipios/mt/tangara-da-serra