Faltam 41 dias para o período das convenções partidárias que definirão as candidaturas para o pleito de outubro próximo. De 20 de julho a 05 de agosto os partidos terão de decidir quem serão seus candidatos a deputados estadual e federal, senador, governador e presidente da República. Será um período relevante para os municípios, em especial, que buscam ter suas representatividades nas esferas parlamentares estadual e federal. A convenção partidária será a peneira das siglas antes do gargalo das urnas.
Representatividade em risco
Depois das convenções, a representatividade de Tangará da Serra na Assembleia Legislativa dependerá muito da boa vontade da classe política local. O município conta, hoje, com um representante no parlamento estadual, o que é pouco (convenhamos) para um polo regional. Tangará da Serra tem colégio eleitoral para eleger ao menos dois deputados. Porém, a falta de consenso tem sido uma tônica da cidade da Serra de Tapirapuã e, por força disso, poderá ficar sem nenhum representante direto, como ocorreu nas legislaturas 2002/2005 e 2006/2010. Então, até o prazo final de registro das candidaturas, em 15 de agosto, será possível saber quem empunhará a bandeira do município e quem priorizará cores partidárias, relegando sua cidade a um segundo plano.
Sonho distante
Se a representatividade na ALMT está em risco, a representação do município e da região é um sonho distante. Para que a representatividade em Brasília se materializasse de sonho em realidade, seria preciso consenso regional que daria a um candidato da região um mínimo de 30 mil votos, em chapa pura ou federada, independente de qual cidade seria o nome escolhido. Somando os eleitores de municípios interrelacionados – Tangará da Serra, Arenápolis, Nortelândia, Denise, Santo Afonso, Diamantino, Nova Marilândia, Barra do Bugres, Porto Estrela, Nova Olímpia, Campo Novo do Parecis, Sapezal – chega-se a um universo de 178,9 mil votantes. Considerando a quebra decorrente das inevitáveis abstenções e dos votos brancos e nulos, talvez haveriam até 140 mil votos bons. É possível?
As caras dos inviáveis
De qualquer forma, as eleições de outubro mostrarão as caras de quem quer trabalhar e de quem quer atrapalhar. Aquele discurso de que “serei candidato para ajudar o partido” é prosa de quem não dá a mínima para o município de onde tira seu sustento, colocando seu ‘umbigo’ acima do interesse coletivo. As candidaturas sabidamente inviáveis ficarão expostas após os registros das candidaturas e serão mostradas pela Imprensa à opinião pública. Muitas caras ficarão queimadas.
O dilema de Mendes

O governador Mauro Mendes (União) vai ter que decidir seu apoio entre dois candidatos ao Senado que estão em seu grupo político. O dilema de Mendes foi tema da imprensa cuiabana nesta quinta-feira (09), depois das declarações que deu em visita a Barra do Garças. Ele disse que não levará em conta as pesquisas eleitorais para escolher o nome que disputará o Senado Federal em sua chapa de reeleição, caso decida disputar a reeleição ao Paiaguás.
Ao minimizar as pesquisas, Mendes lembrou que tanto o senador Wellington Fagundes (PL) quanto o deputado federal Neri Geller (PP) estão próximos de sua gestão e do seu grupo político. “Wellington é candidato, Neri Geller é candidato, ambos estão em grupos políticos próximos ao meu grupo político. Então a gente está caminhando aí, tentando encontrar o caminho pra resolver isso”, disse o mandatário mato-grossense.
Fogo cruzado
Mauro Mendes, na verdade, já está num fogo cruzado. Seu projeto para mais quatro anos no Paraiaguás, caso confirmado, exigirá uma definição entre Geller (foto acima, à direita) e Fagundes (foto acima, à esquerda). A disputa entre ambos – para saber quem estará oficialmente no palanque de Mendes – tem se intensificado nas últimas semanas. O progressista tem demonstrado força de grupo, com os apoios do MDB, PSD e PSDB, enquanto Fagundes conta com o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, que é filiado ao PL.
Vale muito
A disputa pela única vaga de Mato Grosso no Senado Federal neste pleito será uma das mais acirradas da história política estadual desde 1998, quando o tucano Antero Paes de Barros venceu Carlos Bezerra, do então PMDB. Quem perder a disputa ficará sem cargo público eletivo, já que Wellington finda este ano seu mandato no Senado, enquanto Geller conclui o seu na Câmara Federal. Em muitos casos, ficar sem mandato pode representar, para uma liderança política, o ocaso de uma trajetória. Líder político sem mandato é como tracajá sem casco.