Restando pouco mais de um mês para iniciar o prazo de realização das convenções partidárias, um movimento realizado em Tangará da Serra aponta para a possibilidade de um entendimento entre municípios da região na tentativa de assegurar representação na Câmara Federal nas eleições de outubro.
As primeiras manifestações da possibilidade de entendimento regional aconteceram a partir de sexta-feira (10.06), em reunião envolvendo pré-candidatos de Tangará da Serra, e em vídeo do prefeito de Sapezal, Valcir Casagrande (PL).
Na sexta, uma reunião no gabinete do prefeito Vander Masson, de Tangará da Serra, reuniu pré-candidatos a deputado federal. O objetivo foi iniciar conversações para se buscar um consenso e definir um nome viável entre os pretensos postulantes a uma vaga pela região, em Brasília.
Participaram da reunião os pré-candidatos Eduardo Sanches (Republicanos), Karen Rocha (PSB), Marcos Scolari (PL), Nelson Ferreira (DC), Tony Guzatti (PSD) e Wagner Ramos (União).
Entre os dirigentes partidários do município estavam presentes Alceu Grapeggia (representando o PTB, partido da pré-candidata Josenai Terra, que se encontrava em viagem), e os presidentes de diretórios Edilson Sampaio (Republicanos), Geraldo Guimarães (União), Palmínio Garrido (PL), e Vanderlei Reck Júnior (PSD).
A reunião também foi o start para um possível entendimento regional, na medida em que há conversações já iniciadas – embora ainda tímidas – entre as lideranças dos municípios vizinhos. “São muitos os desafios das administrações das cidades do interior de Mato Grosso. (…) se faz necessário unir a região (…) O momento exige comprometimento de todos na defesa dos verdadeiros interesses regionais”, consta em nota do promotor do encontro, Vander Masson.
Apoio de Sapezal

Valcir Casagrande: “Precisamos de união regional, senão ficaremos mais uma vez sem representante em Brasília… Precisamos de um candidato da nossa região”.
Em entrevista veiculada ontem (segunda, 13) pela TV Sapezal, o prefeito de Sapezal, Valcir Casagrande, falou sobre a importância de um representante da região na Câmara dos Deputados. “Estamos na luta para termos um candidato a deputado federal da nossa região e contamos com Tangará da Serra, que faça a frente por ser o maior município e que o prefeito Vander Masson consiga conversar em Tangará e alinhar um candidato para que os municípios da região acompanhem e que, assim, tenhamos o nosso representante em Brasília”, disse o gestor.
Casagrande deixou claro sua convicção da importância da representatividade da região, citando, além de Sapezal, os municípios de Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Brasnorte e Juína. “Precisamos de união regional, senão ficaremos mais uma vez sem representante em Brasília, enquanto outras regiões sempre mantém suas representatividades. Precisamos de um candidato da nossa região”, disse.
O prefeito de Sapezal aposta no bom senso dos prefeitos dos demais municípios nesta iniciativa. “Nunca tivemos um deputado federal nosso, aqui da região, e a união dos municípios é a única chance de termos essa representatividade, com um único candidato para ser eleito e defender nossos interesses em Brasília”, completou Valcir Casagrande.
Maturidade à prova
O caminho para um consenso, porém, é longo e tem como principais obstáculos os interesses partidários, os ‘projetos’ pessoais e (claro) a sempre presente fogueira das vaidades.
As conversações fomentadas pelos prefeitos de Tangará da Serra e Sapezal, se levadas adiante, poderão comprovar a maturidade e boa vontade dos políticos locais em relação aos interesses comuns da região, ou o contrário.
Eleitorado e possibilidade
Considerando os municípios citados por Valcir Casagrande (Sapezal, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Brasnorte e Juína), mais Tangará da Serra e a porção regional ao sul e a leste (Arenápolis, Nortelândia, Denise, Santo Afonso, Diamantino, Nova Marilândia, Barra do Bugres, Porto Estrela, Nova Olímpia), seriam 15 colégios eleitorais que somariam pouco mais de 229 mil eleitores.
Considerando uma quebra decorrente das inevitáveis abstenções e dos votos brancos e nulos semelhante à das eleições gerais de 2018 (24%), a região teria até 180 mil votos bons. Destes, se apenas 30% desses sufrágios – o equivalente a 54 mil votos – fossem canalizados a um único candidato, a região poderia garantir em 02 de outubro um representante na Câmara Federal, em Brasília.
Para se ter uma ideia, em 2018, o sexto, sétimo e o oitavo deputados federais eleitos por Mato Grosso – Dr. Leonardo (SD), Rosa Neide (PT) e Juarez Costa (MDB) – tiveram votações entre 49 mil e 52 mil votos.