Uma proporção de seis bandidos para cada policial, “mercadinhos” nas cadeias, tecnologia insuficiente, fragilidade. Esse é o quadro pintado pela deputada estadual Janaína Riva (MDB) retratando a segurança pública em Mato Grosso, em entrevista concedida à imprensa na quarta-feira (08) da semana passada.
Jajanína se manifestou publicamente após ter acesso a números de pesquisas realizadas por instituições que monitoram a segurança pública do estado. Pelo levantamento citado pela parlamentar, Mato Grosso tem quase 40 mil faccionados em Mato Grosso, enquanto o efetivo de militares ativos não chega a 7 mil. “Nós temos quase 40 mil faccionados, segundo pesquisas, é lógico que não é oficial, porque ser faccionado não é algo permitido, mas hoje chegamos (a um quadro de servidores da segurança) até, se não me engano, 7 mil, hoje não ativa. Então olha a diferença, a disparidade sobre o número de faccionados”, ressaltou durante a entrevista.

Para a deputada Janaína, situação é “alarmante” e revela fragilidade da segurança pública no estado.
A emedebista destacou, na oportunidade, que a disparidade “é alarmante” e remete à “fragilidade” da segurança pública do estado. Ela reconheceu que houve avanços promovidos pelo governo, como investimentos em câmeras e automação parcial do sistema prisional, mas disse que ainda há muito a ser feito. “Nosso estado é referência em infraestrutura e desenvolvimento econômico, mas a segurança é hoje a pior área do Mato Grosso”, observou, cobrando, em seguida, mais efetivo e mais investimento no lado humano e maior atenção ao trabalho preventivo. “Ficamos para trás nesse setor”, lamentou.
Janaína classificou como “caótica” a situação dentro dos presídios, apontando que o quadro remete um cenário de descontrole e déficit na segurança pública. Sobre esse “descontrole”, a deputada citou a venda de produtos proibidos como refrigerantes, whisky e celulares por presos o que, apara ela, é um indicativo de que o Estado perdeu o controle das penitenciárias.
“A partir do momento que tem preso vendendo refrigerante, vendendo whisky, vendendo celular, que tem ali dentro presos com acesso a produtos proibidos, a gente não tem como falar que estamos hoje com um viés positivo dentro do sistema prisional. Ao contrário, estamos deficitários e perdendo essa briga lá dentro”, afirmou.
Janaina disse, ainda, que é preciso investir mais em automação do sistema prisional para reduzir o contato direto, o que, segundo ela, não só ajudaria a evitar práticas de corrupção, como aumentaria a eficiência e a segurança. “O sistema já deveria ser 100% automatizado. Isso combate a corrupção e reduz riscos para os servidores. Não dá para ficarmos criando um mundo de ilusão dentro do sistema prisional. Nós não estamos na Suíça, estamos em um estado que precisa lidar com a realidade e a força das facções”, finalizou.