O fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, acusado de desmate químico em 81 mil hectares no Pantanal Mato-Grossense, ainda pode ser preso. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) entrou com um recurso contra a decisão que negou o pedido de prisão preventiva do pecuarista.
(*) Veja, ao final da matéria, vídeo com imagens do desmate Químico no município de Barão de Melgaço, Mato Grosso. Imagens de drone (Sema-MT, com PJC)
A recurso do MP é fundamentado na gravidade do descalabro ambiental causado pelo fazendeiro. De acordo com as investigações, os crimes ambientais foram praticados em ações reiteradas em imóveis rurais de Barão de Melgaço, inseridos integralmente no Pantanal Mato-grossense, mediante o uso irregular de agrotóxicos em área de vegetação nativa. O desmatamento ilegal ocasionou a mortandade das espécies arbóreas em pelo menos 7 imóveis rurais, com a destruição de vegetação de área de preservação permanente (APP) e da biodiversidade.
O pecuarista, porém, já sofre penalidades. Uma das medidas cautelares já impostas pela Justiça foi a obrigação de que ele pague um total de R$ 5,2 bilhões entre multas e valoração do dano ambiental.
A Justiça determinou, ainda, a suspensão do exercício da atividade econômica de Claudecy e o proibiu de se ausentar do país. As medidas cautelares, diversas da prisão, também foram impostas ao responsável técnico pelas propriedades, Alberto Borges Lemos, e ao piloto da aeronave que pulverizou o agrotóxico, Nilson Costa Vilela. A decisão judicial foi proferida no dia 18 de março.
Considerado o responsável pelo maior dano ambiental já registrado em Mato Grosso, o investigado foi alvo de decisões judiciais que resultaram na indisponibilidade de 11 fazendas, na apreensão judicial dos animais dessas propriedades e no embargo das áreas afetadas.
Perda da terra
O governador Mauro Mendes reforçou sua defesa para que o crime de desmatamento ilegal no Brasil seja punido com a perda da terra pelos infratores.
Nesta segunda-feira, ele usou o exemplo do fazendeiro que foi multado em R$ 2,8 bilhões por desmatar ilegalmente, usando produtos químicos, mais de 80 mil hectares de uma área no pantanal mato-grossense.
Mauro classificou a ação criminosa como “um grande absurdo ambiental”. O governador disse ainda que uma única pessoa desmatou 80 mil hectares usando produtos químicos, com avião, o que dificulta a fiscalização, porque as árvores vão morrendo lentamente.
Mauro Mendes destacou que esse caso é mais uma prova “de que as pessoas estão perdendo o medo da legislação brasileira”. Para o governador, em um caso como esse, o correto seria perder a propriedade rural pelo crime ambiental cometido.
A investigação do crime ambiental em Barão de Melgaço foi iniciada em 2022, após denúncia de que uma propriedade rural do município estava utilizando agrotóxico na região do Pantanal com a finalidade de promover a limpeza de vegetação nativa, denominado “desmate químico”.
A conduta investigada resultou na mortandade de várias espécies de árvores por causa do uso irregular e reiterado de 25 tipos de agrotóxicos em área de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal em 11 propriedades rurais, todas no Pantanal, em Barão de Melgaço.
A área do Pantanal mato-grossense desmatada pelo fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes é maior que pelo menos 10 municípios do estado, como, por exemplo, Arenápolis, Curvelândia e Várzea Grande.
Em Tangará da Serra, a Feira do Produtor do Centro é de uma diversidade singular quando se trata de alimentos. E esta variedade de produtos pode ser conferida neste domingo (19), a partir das 05h00.
(*) Veja série de fotos a seguir.
No maior mercado público de Mato Grosso, o consumidor encontra o melhor da agricultura familiar local, com inúmeras opções em hortifrutis, carnes e embutidos, produtos coloniais, leite e derivados, pães e doces, temperos e condimentos, além da praça de alimentação.
“Mas, na Feira do Centro não tem só alimentos. Tem a arte, tem o artesanato, tudo de bom gosto”, destaca o presidente da Associação dos Feirantes (ASFET), Valdeci Ferraz Aquino.
No box 49-C, Dª Eva Rodrigues da Silva comercializa pilões, tábuas de corte, pás de cozinha e outras utilidades artesanais que ela mesmo produz. “É no bambu e na garapeira”, diz Dª Eva, que faz o seu trabalho no sítio localizado na Agrovila 01, do Assentamento Antônio Conselheiro.
Ali perto, num dos corredores centrais da Feira, do lado para a rua José Cândido Melhorança (Rua 24), a arte chama atenção. Trata-se da artista plástica Gloria Borges, que mostra e oferece arte sobre tela e artesanato, uma riqueza em cores para decoração de ambientes.
Glória mostra seu talento ao retratar em arte os pássaros da região de Tangará da Serra, figuras humanas e outras inspirações. Também apresenta adornos, como pinturas em pedras e artesanatos, como cestos feitos com fibra de bananeira.