Os negócios com a China seguem como o grande termômetro dos negócios do Brasil com o exterior. No Momento Agrícola desta semana, esse assunto é um dos destaques, assim como o Plano Safra 2020/2021, lançado semana passada pelo governo brasileiro, e a realidade vivenciada pela Argentina em suas exportações.
Quanto às exportações brasileiras, o quadro é muito positivo quando se trata do Agro. O setor alcançou entre janeiro a maio deste ano o maior valor da série histórica. Os negócios com o exterior somaram US$ 42 bilhões, o equivalente a 49,7% das exportações totais do Brasil nesses cinco meses.
O volume embarcado foi 13,7%, superior ao do mesmo período do ano passado, com destaque para sete produtos – soja em grão, farelo de soja, carne bovina in natura, carne de frango in natura, celulose, açúcar e café. Estes sete produtos responderam por 74% das exportações do agro no período. Deste volume, 38,8% foi somente de soja em grãos.
Vale destacar o peso da China nestes negócios. O país asiático respondeu por 39,3% das exportações brasileiras, um acumulado que corresponde à somatória das exportações à Europa, às Américas, à África e ao Oriente Médio.
Argentina
No país vizinho, a situação das exportações não é tão favorável como no Brasil. Os produtores da Argentina estão segurando suas vendas em função da cotação do dólar e das ‘retenciones’ impostas pelo governo argentino.
Sobre a situação dos ‘hermanos’, o produtor e apresentador do Momento Agrícola, Ricardo Arioli, conversa com o especialista Raul Fernando Burgos, em entrevista veiculada no segundo bloco do programa.
Plano Safra
Sobre o Plano safra 2020/2021, Ricardo Arioli faz análises pontuais com entrevistas nos terceiro e quarto blocos. Arioli começa conversando com a economista Fernanda Schwantes, assessora técnica da Comissão de Política Agrícola da CNA. A especialista destaca que o Plano Safra foi positivo, em especial quanto à principal demanda do setor produtivo, que é a redução das taxas de juros para custeio e nas linhas de crédito para investimentos prioritários, como armazéns, irrigação e agricultura de baixo carbono.

Linhas de crédito para investimentos prioritários, como armazéns, irrigação e agricultura de baixo carbono.
No bloco seguinte, o apresentador conversa com lideranças da CNA, oportunidade em que o Plano Safra 2020/2021 é analisado em seus pontos positivos e aqueles que precisariam de ajustes. Um dos pontos positivos é a ampliação das áreas de cobertura do seguro agrícola, além das linhas de crédito oferecidas.
Um ponto negativo é a taxa de juros dos financiamentos, que apesar das reduções são considerados ainda altos pelas lideranças do setor. Segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, a expectativa do setor era de que os juros ficassem entre 2% e 3,5% (próximo à Selic), mas acabaram ficando acima disso.
Pereira destaca que o setor vive um momento de incertezas em razão da pandemia do novo coronavírus. “Plantamos com o dólar muito alto e colhemos com o dólar muito abaixo”, observou, apontando esse fator – somado aos juros altos – como provável indicativo de perda de competividade no mercado internacional.
Arioli ouviu também outras lideranças do Agro, em especial líderes mato-grossenses, como o produtor rural Marcos da Rosa, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), e, representando as lideranças municipais, o presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, Emerson Zancanaro.
Outros
Outros destaques do Momento Agrícola desta semana são a habilitação de frigoríficos pela China, que importará uma grande quantidade de carne nos próximos meses em razão da baixa oferta do seu sistema interno de produção, seriamente abalado pela epidemia de gripe suína em seus rebanhos.
A China, vale destacar, habilitou 1.061 frigoríficos em todo o mundo, sendo 991 só nos Estados Unidos. No Brasil, as exportações de carne seguem firmes, pela competividade e qualidade do produto brasileiro. Por sinal, uma parcela de 60% da carne exportada pelos frigoríficos do país vai para a China.
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