O acúmulo de grande parte das reservas mundiais de milho, arroz e trigo pela China, a reação do governo americano contra os altos preços da carne nos EUA, as ações marketeiras contra a pecuária e as tradicionais entrevistas são os grandes destaques na segunda edição do Momento Agrícola deste ano de 2022.
De autoria do produtor rural, agrônomo e consultor Ricardo Arioli, o programa é veiculado aos sábados pela rede de rádios do Agro e repercutido em forma de notícias e com o link do Soundcloud pelo Enfoque Business, também aos finais de semana.
Gigante com fome
A China vai controlar 69% das reservas de milho de todo o mundo já no primeiro semestre de 2022, além de 60% das reservas de arroz e 51% do trigo. As projeções são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), segundo o qual esse acúmulo aumentou em cerca de 20 pontos percentuais nos últimos 10 anos.

Alegando segurança alimentar, China provocou inflação mundial nos alimentos.
“Do ponto de vista chinês, isso se chama ‘segurança alimentar’, Para os países que precisam importar alimentos, esta é uma concorrência preocupante, mas para países exportadores – como o Brasil e os Estados Unidos – é uma boa notícia, pois trata-se de um mercado firme, que gera competição mundial e melhores preços para os nossos produtos”, observa Ricardo Arioli.
Interpretações à parte, a realidade é que o resultado desse acúmulo de reservas veio em forma de inflação: segundo os dados da Agência para a Alimentação e Agricultura da ONU, os preços dos alimentos dispararam 30% num ano em todo o mundo. Em novembro, o índice alimentar das Nações Unidas voltou a registar um novo máximo de 10 anos.
Arioli faz uma análise sob diversos ângulos sobre esta conjuntura internacional.
Reação americana
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou esta semana que vai direcionar US$ 1 bilhão para expandir a capacidade de pequenas processadoras de carne no país.

Marfrig é uma das quatro empresas que controlam 85% do mercado americano de carnes.
O investimento faz parte de uma iniciativa mais ampla para reduzir o que o governo Biden considera uma forte concentração no setor de processamento de carnes.
Quatro empresas controlam 85% do mercado americano de carnes (bovina e aves), e entre elas estão as brasileiras JBS e Marfrig. Arioli comenta sobre esta reação americana.
Marketing vegano
O Momento Agrícola também comenta o caso “segunda sem carne”. Depois da ‘furada’ do Bradesco ao divulgar peça de marketing pregando a “segunda sem carne”, foi a vez da rede de restaurantes de comida italiana Spoleto divulgar campanha publicitária com o mesmo nome.
A reação dos pecuaristas foi imediata e houve nota de repúdio à franquia italiana, como fez o Sindicato Rural de Ribeirão Preto (SP). “Não é crível que uma empresa de fast food reconhecida nacional e internacionalmente, que inclusive serve carne em seus pratos, preste um desserviço social como este, desaconselhando o consumo desta excelente fonte de proteína, cujos benefícios já foram cientificamente comprovados”, consta, em nota.
Em meio a esse marketing vegano, sobrou também para a cadeia do leite. Vale a pena ouvir o comentário de Ricardo Arioli sobre esse tema.
Outras
O Momento Agrícola também traz em seu conteúdo três blocos com entrevistas. O primeiro diálogo é sobre o tema “Irrigação com Luzes”, com Gustavo Grossi. Na sequência, a entrevista é com Carlos Ortiz, sobre “Transparência facilita Crédito”. No quarto bloco do programa, o tema explorado é “Tour da Safra pelo Sul da América do Sul”.
Para ouvir o Momento Agrícola na íntegra, clique abaixo: