O rastreamento de bezerros por uma grande indústria frigorífica brasileira, o “ajuste de carbono” nas fronteiras da União Europeia, os negócios com a China e entrevistas são as atrações do Momento Agrícola deste sábado, 28 de maio.
De autoria do produtor rural, agrônomo e consultor Ricardo Arioli, o programa é veiculado aos sábados pela rede de rádios do Agro e repercutido em forma de notícias e com o link do Soundcloud pelo Enfoque Business, também aos finais de semana.
Rastreando bezerros
O assunto de abertura desta edição do Momento Agrícola é a iniciativa de uma grande indústria frigorífica para garantir a procedência legal dos animais que vão para o abate em suas plantas.
A brasileira JBS rastreará 1 milhão de bezerros até 2025 através de parceria com a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH). O anúncio foi feito na última quarta-feira (25), em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.
O IDH é uma fundação sediada na Holanda que atua em diversos países – entre eles o Brasil –junto a produtores, empresas, financiadores, governos e sociedade civil para promover o comércio sustentável nas cadeias de valor globais.
Através da parceria, a JBS quer garantir que seus fornecedores indiretos atendam critérios de sustentabilidade. Entre os alvos estão os fornecedores indiretos, que vendem animais de reposição — bezerros e bois magros — aos pecuaristas que trabalham com engorda e terminação, que, por sua vez, fornecem aos frigoríficos.
A inciativa da JBS se dá em razão de pressão de organismos internacionais ligados a movimentos ambientalistas, que questionam a origem dos animais que seguem para abate nos frigoríficos. Muitos bezerros que vão para a terminação teriam origem, segundo estes organismos, em áreas de desmatamento ilegal.
Ricardo Arioli comenta sobre esta iniciativa da JBS e inclui no contexto a estratégia Produzir, Conservar, Incluir (PCI) em Mato Grosso. O PCI, vale destacar, é considerado um dos maiores projetos subnacionais do planeta, com objetivo de mitigar as mudanças climáticas.
Ajuste de carbono
Outro assunto comentado no Momento Agrícola é o “ajuste de carbono” na Europa. A União Europeia trabalha desde julho do ano passado para implantar um mecanismo de taxação de carbono na fronteira – o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) -, com objetivo de precificar o carbono de alguns produtos fabricados fora da Europa, mas destinados ao mercado europeu.
Os produtos incluem ferro, aço, cimento, fertilizantes, alumínio e geração de eletricidade, entre outros. A partir deste mecanismo, as empresas que importarem para a UE deverão comprar certificados de carbono, correspondentes ao preço do carbono que teria sido pago se as mercadorias tivessem sido produzidas de acordo com as regras de fixação do preço do carbono da UE.
As taxações deverão iniciar, na prática, em 2026. Até lá é praticamente certo que os produtos do Agro – especialmente os do Brasil – entrarão na lista das taxações.
Outras
Outras atrações desta edição do Momento Agrícola estão relacionadas, ainda, ao mercado de carbono, e ao acordo comercial entre China e Brasil para exportações de milho, amendoim, farelo e proteína concentrada de soja e soro fetal bovino ao gigante asiático.
Nos blocos seguintes, o Momento Agrícola traz entrevistas sobre “O Decreto do Carbono”, com Nelson Ananias, da CNA, “A Feira Nacional de Sementes”, com Jefferson Aroni, da Aprosmat, e “O Imperdível Famato Embrapa Show 2022”.
Para ouvir o Momento Agrícola na íntegra, clique abaixo: