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Saúde Pública

Ministério da Saúde recua e anuncia que voltará a informar totalizações nos balanços da Covid-19

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O Ministério da Saúde recuou e anunciou que vai manter disponíveis os números acumulados de mortes e de casos confirmados da Covid-19. O anúncio ocorreu ontem (segunda, 08), ao final da tarde, com a anuência do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (foto acima). No entanto, a pasta também confirmou que vai promover uma mudança na divulgação, dando destaque para os dados efetivamente registrados nas últimas 24 horas.

A pasta informou que vai adotar o modelo de divulgação com dados com base na data de ocorrência dos óbitos, e não pela data de notificação, como vinha acontecendo desde o início da pandemia. O modelo que será abandonado também é usado por praticamente todos os países.

Os números de mortes, portanto, serão menos impactantes. Isso porque o compilado dos óbitos pela data da notificação considerava não apenas os casos das últimas 24 horas mas também as mortes anteriores, mas que ainda aguardavam a confirmação da infecção pelo novo coronavírus.

O Ministério da Saúde divulgou os dados referentes a essa segunda-feira (8), antes do início da entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Os dados surgiram em uma tela, enquanto a equipe técnica realizava testes. A pasta depois confirmou os dados. Foram registrados 679 novas mortes e 15.654 casos confirmados da Covid-19, nas últimas 24 horas. Os dados já estão disponíveis no portal do Ministério com informações do novo coronavírus.

A pasta informou que Santa Catarina e Alagoas não divulgaram os seus dados até o momento da conclusão do boletim.

O governo do presidente Jair Bolsonaro também recuou na prática de divulgar os dados apenas às 22h. Durante o fim de semana, a Saúde divulgou três notas defendendo esse horário, afirmando que ele seria necessário para fazer a contabilidade dos dados enviados pelos estados e oferecer números sem erros.

A pasta agora afirma que pretende divulgar os novos dados referentes à Covid-19 às 18h. Os secretários da pasta afirmam que chegaram a um acordo com os estados, que vão fornecer as informações até às 16h, possibilitando que elas sejam analisadas e contabilizadas.

Caso um estado não envie suas informações até o horário estabelecido, a nova plataforma será publicada sem essas informações. Essas serão incluídas posteriormente.

O novo formato de divulgação estará disponível em uma plataforma interativa na internet. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, informou que a plataforma pode estar disponível a partir desta terça-feira (9).

“Acreditamos que esteja disponível a partir de amanhã”, informou o secretário durante entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Nesta terça, haverá uma reunião do ministério com os secretários de Saúde estaduais para discutir os últimos detalhes para o lançamento da plataforma.

O secretário-executivo – que é coronel do Exército – defendeu o novo modelo, afirmando que oferece dados mais completos para a análise do momento atual vivido pelo país, durante a pandemia.

O secretário afirma que as novas informações vão indicar aos gestores “como proceder e como o gestor, usando a ferramenta pode proceder em relação aos seus municípios”, afirmou.

Élcio Franco também informou que não haverá recontagem das vítimas da Covid-19. A proposta foi levantada pelo empresário Carlos Wizard, que se tornaria assessor especial da pasta, mas que acabou anunciando sua desistência no dia seguinte.

Questionado como seriam trabalhados os dados de mortes que não tivessem ainda confirmação por Covid-19, o secretário substituto de vigilância em saúde, Eduardo Macário, informou que eles serão distribuídos posteriormente nos gráficos para os dias respectivos da ocorrência do óbito.

Macário argumentou que esses dados não serão escondidos, pois o Ministério continuará a divulgar os dados acumulados de mortes e casos confirmados da Covid-19 —que irão considerar esses casos.

Além de trabalhar com os dados de óbitos por data de ocorrência, o Ministério da Saúde também afirma que vai dar destaque às informações relativas à data de ocorrência dos primeiros sintomas.

A polêmica em torno dos dados de mortes e casos confirmados pela Covid 19 começou na quinta-feira (4). Naquela data, o Brasil registrou novo recorde de mortes, chegando à marca de 1.473 óbitos em 24 horas, o que representa uma morte por minuto.

Alegando um problema técnico, o Ministério da Saúde adiantou que o boletim do coronavírus daquele dia seria divulgado apenas após 22h. Ou seja, a informação seria disponibilizada apenas após o fechamento das edições dos principais jornais diários e das emissões dos telejornais da noite.

A divulgação tarde da noite se repetiu na sexta-feira. O boletim de sexta também excluiu o total de mortos e casos de infecção pelo novo coronavírus, registrados desde o início da pandemia.

Na manhã de sábado, em uma nota do Ministério da Saúde postada pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais, foi informado a adoção do novo sistema. O argumento é que o modelo tradicional, não trataria o momento do país no enfrentamento à Covid.

Apesar de não afirmar, a nota indicava que os dados absolutos de mortes e casos, além dos números com base na data de notificação, não seriam mais divulgados.

A medida provocou pronta reação de especialistas, da sociedade civil, de políticos e da justiça. O Ministério Público Federal instaurou um procedimento extrajudicial e deu um prazo de 24 horas para que o ministro interino Eduardo Pazuello apresentasse explicações a respeito da sonegação das informações.

No domingo, o Ministério adiantou o lançamento da nova plataforma, que daria destaque para os dados de óbitos por data de ocorrência. A pasta, no entanto, garantiu que voltaria a dar publicidade a todas as informações relacionadas ao coronavírus.

Menos de uma hora antes de garantir transparência, o Ministério divulgou um novo número de mortes referentes ao domingo —que contrastava com o que havia sido anunciado poucas horas antes. A pasta, na ocasião, não apresentou justificativas e nem informou qual dado seria o correto.

A reação aos planos do Ministério da Saúde de sonegar informações continuaram nesta segunda-feira (8).

Em entrevista concedida à emissora CNN Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a falta de transparência do governo na divulgação dos dados do novo coronavírus. A mudança de metodologia e os atrasos levaram veículos de comunicação a se unirem para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.

“Nós não podemos achar normal, num momento como esse, outros órgãos que devam ou precisem cumprir o papel que é do governo federal”, criticou. Maia disse esperar que o governo reveja a decisão até esta terça. Caso contrário, Congresso, imprensa e órgãos públicos serão “obrigados a construir um mecanismo para dar publicidade aos números e garantir a transparência que é tão importante neste momento”.

Para o deputado, omitir os dados da pandemia aumentam a insegurança de outros países e investidores. “Todos ficam pensando o que está acontecendo quando se escondem dados”, disse. “Mas espero que até amanhã a gente possa ter essa questão resolvida, e resolvida da melhor forma, que é que o governo restabeleça aquilo que foi construído desde o início da pandemia”. Na entrevista, Maia informou que Pazuello disse que participaria, nesta terça, da reunião da comissão externa de ações contra o coronavírus.

O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal contra Pazuello, por prevaricação, improbidade administrativa, por retardar deliberadamente o fornecimento de informações e por as ter fornecido, argumenta, de forma incorreta ou imprecisa. “Torna-se evidente que a mudança na divulgação dos dados da pandemia no Brasil visa conter a repercussão referente à evolução da negativa que os exponenciais aumentos nos números de infectados e mortos têm na cobertura da imprensa”, informou o deputado, em nota.

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Saúde Pública

País se mobiliza para combater arboviroses. Vigilância monitora casos em Tangará da Serra

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Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) está de olho em mais um vírus respiratório originado na China, as autoridades médicas brasileiras têm outra preocupação: as doenças causadas pelo Aedes aegypti — como dengue e chikungunya. O cuidado não é em vão. Em 2024, o país bateu recorde de casos e de mortes por dengue.

Segundo o Ministério da Saúde, até 28 de dezembro passado foram 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.022 mortes confirmadas. Outras 1.179 estão sendo investigadas.

Em Mato Grosso, os números das arboviroses mostraram 103,834 notificações, sendo 77.096 de dengue, 24.638 de chikungunya e 2,100 de zika. Estas doenças causaram 51 mortes no estado, 39 por dengue e 12 por chikungunya.

Mutirões foram uma constante ano passado no município, em razão da alta incidência das arboviroses.

Em Tangará da Serra, o quadro foi o mais preocupante em Mato Grosso. Foram 9.964 casos de arboviroses, a maioria (5.729) de chikungunya. Outros 4.182 casos foram de dengue e 53 de zika. Os óbitos somaram 10, sendo sete de chikungunya e 3 de dengue.

Em 2025

Neste ano de 2025, segundo boletim da Vigilância Epidemiológica, Tangará da Serra registra 03 notificações de dengue e 01 de chikungunya. O município, através da Vigilância, vem monitorando as ocorrências, com ações que incluíram, em dezembro, aplicação de inseticida nos bairros.

No país, porém, os dados são mais preocupantes. Só este ano, já são mais de 10 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação. Segundo o médico sanitarista e professor da Universidade de Brasília, Jonas Brant, Estados Unidos, Europa e China vivem momentos diferentes do Brasil por conta da sazonalidade, por isso a preocupação maior deles neste momento é com as doenças respiratórias.

“No caso do Hemisfério Sul, onde o Brasil está inserido, a gente tem nessa época do ano, o aumento de outras doenças, como as doenças transmitidas por vetores, as diarreias. Então é importante a gente entender que, nesse contexto, eles estão num cenário preocupante, tá aumentando lá e tem que se organizar para enfrentar um surto de doença respiratória. No nosso caso, o risco maior agora do Brasil é a preocupação com dengue e Chikungunya”, destaca o médico.

Tangará da Serra sofreu uma epidemia de arboviroses em 2024. Só de chikungunya foram 5,7 mil casos.

O que esperar nesse ano

Diante do surto recorde de 2024, o Ministério da Saúde se antecipou nas ações de prevenção. Além da vacinação contra a doença, que cobriu jovens entre 10 e 14 anos, para o período sazonal 2024-2025, o Ministério anunciou o investimento de mais de R$ 1,5 bilhão na compra de mais doses da vacina. Valor que também será usado para a compra de insumos laboratoriais para ampliar a testagem, medicamentos para controlar a proliferação do mosquito e ainda mobilização e conscientização da população, além de suporte aos municípios para custeio assistencial.

10 minutos contra a dengue

O Ministério da Saúde aposta no apoio da sociedade para o combate ao mosquito — já que a participação de todos é fundamental para a eliminação dos focos — que continua sendo a forma mais efetiva de evitar a doença.

A campanha nacional de conscientização, lançada no ano passado, incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para fazer uma busca em casa e controlar os focos do Aedes aegypti.

Usar repelentes e telas mosquiteiras em portas e janelas também são medidas que ajudam a reduzir o número de infecções pela doença.

(Redação EB, com Brasil 61)

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