O desenvolvimento de uma região depende em grande parte da sabedoria e boa vontade dos seus representantes políticos. Se, por um lado, o empreendedorismo segura as pontas nas estatísticas socioeconômicas, por outro lado é a classe política quem pavimenta o caminho do desenvolvimento.
As estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retratam com precisão os esforços dos empreendedores e a eficiência da classe política, explicitados na geração de empregos formais e nos produtos internos brutos (PIBs) de cada cidade/região.
São estes parâmetros que levam à percepção das diferenças entre regiões, como o Sudeste e o Oeste de Mato Grosso e, também, o eixo da BR-163 e o Sudoeste do estado.
Afinal, quanto maior a influência política, maiores as chances de investimentos públicos e privados, o que faz a diferença na atividade econômica e, consequentemente, na geração de empregos.
A diferença está no espírito associativo, na capacidade de entendimento e na priorização dos interesses comuns em detrimento dos interesses pessoais e das siglas políticas. As eleições do ano que vem (2022) serão, portanto, mais uma oportunidade para observar se os candidatos pensam mais nos seus municípios/regiões que nos interesses próprios e/ou cores partidárias.
Representatividade mostra força do Sudeste e do ‘eixo’

Rondonópolis, polo da região Sudeste do MT: Influência política leva ao desenvolvimento.
Para se ter uma ideia, o sudeste de Mato Grosso – do polo Rondonópolis – tem representação na Assembleia Legislativa com cinco deputados estaduais. Em Brasília, a região está representada por três deputados federais e um senador.
O eixo da BR-163 (Sinop-Sorriso-Lucas do Rio Verde-Nova Mutum), por sua vez, detém três cadeiras na Assembleia Legislativa, duas na Câmara Federal e uma no Senado.
A região oeste, polarizada por Cáceres, mantém dois deputados estaduais e um federal, enquanto o Sudoeste, do polo Tangará da Serra, se contenta com um único representante no parlamento estadual.
Caged: melhores saldos no Sudeste e na trilha da BR-163
Na região Sudoeste e parte do Chapadão dos Parecis, os municípios com os melhores resultados na geração de empregos no primeiro semestre de 2021 são Sapezal (10º no estado, saldo de 957 empregos formais), Campo Novo do Parecis (11º, saldo de 944 ) e Tangará da Serra (13º, 889).

Campo Novo do Parecis: Maior PIB do Sudoeste ficaria em 4º lugar no Eixo-163.
Os outros 10 municípios com melhores resultados são Cuiabá, que apresentou um saldo de 10.518 empregos registrados em carteira, considerando as admissões e os desligamentos ocorridos nos primeiros seis meses do ano.
Depois de Cuiabá aparecem, na sequência, os municípios de Rondonópolis (2º, saldo de 3.811), Sinop (3º; 3.474), Sorriso (4º; 2.714), Primavera do Leste (5º, 2.108), Várzea Grande (6º; 2.080), Lucas do Rio Verde (7º; 1.985), Nova Mutum (8º; 1.445), Aripuanã (9º; 1.270) e Campo Verde (12º, 899).
Ou seja, os dez municípios com melhor saldo de empregos formais no primeiro semestre representam, além da região metropolitana, as regiões do Sudeste e do eixo da BR-163, além de um caso isolado no Noroeste.
PIB é maior no Sudeste e na BR-163; Menor no Oeste/Sudoeste
A influência da representatividade política também está retratada nos produtos internos brutos dos municípios/regiões.
A influência da região metropolitana é natural, mas as outras regiões do estado – nos casos das regiões Sudeste, do eixo da BR-163, do Oeste e do Sudoeste – atestam os méritos e deméritos das suas classes políticas.

Tangará da Serra: Polo do Sudoeste mantém apenas um representante da esfera estadual de poder.
Então, em Mato Grosso é preciso reconhecer os méritos dos políticos do Sudeste. Rondonópolis e Primavera do Leste, por exemplo, ostentam PIBs respectivos de R$ 11,2 bilhões e R$ 3.9 bilhões.
A performance do eixo BR-163 também é meritória. Naquela região, os PIBs dos quatro municípios são notáveis: Sinop com R$ 6,3 bilhões, Sorriso com R$ 6 bilhões, Lucas do Rio Verde com R$ 4,6 bilhões e Nova Mutum com R$ 3.3 bilhões.
Enquanto isso, o Sudoeste acena com PIBs de R$ 3,2 bi em Tangará da Serra, R$ 3,6 bi em Campo Novo do Parecis e R$ 2,9 bi em Sapezal. No Oeste, os maiores PIBs estão em Cáceres (R$ 1,9 bi) e Pontes e Lacerda (R$ 1,34 bi).